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agosto 21, 2017
Ana Calzavara lança o livro com bate-papo na Livraria da Vila, São Paulo
Publicação da Edusp traz desdobramento da pesquisa de doutorado da artista, que faz bate-papo com Fabrício Lopez no evento
Artista que transita entre várias técnicas, como gravura, pintura, desenho e fotografia, a paulista Ana Calzavara lança o livro Entremeios no dia 22 de agosto (terça-feira), na Livraria da Vila - Fradique. A partir das 18h30, a pintora conversa sobre seu livro e seu trabalho com Fabrício Lopez e, em seguida, autografa os exemplares.
A publicação que sai pela Edusp é desdobramento de sua pesquisa de doutorado em Poéticas Visuais pela ECA-USP e traz textos seus, de Claudio Mubarac, Cauê Alves e Alberto Martins, além de entrevista concedida a Fabrício Lopez no ano de 2014. O livro privilegia as imagens como narradoras eloquentes de uma prática artística que se define pela conceituação clara e por sua potência visual. De quebra, Entremeios abre caminho para a próxima individual da artista em sua nova galeria, Virgílio, em outubro.
Durante o doutorado, Calzavara debruçou-se sobre o próprio trabalho para refletir sobre seus percursos e escolhas ao longo da carreira de 23 anos. Dividido em três partes, o livro faz uma revisão não cronológica dessa trajetória. No primeiro segmento, delineia-se a gênese dos elementos característicos de seu trabalho, evidenciando temas e influências iniciais por meio das obras.
Na segunda parte, decupam-se vertentes da produção da artista, divididas em séries de técnicas e assuntos variados, como sugere o título do livro. Dentre eles a fluidez da água, estradas e caminhos em movimento, a geometria aplicada à paisagem pela arquitetura (muitas vezes precarizada) e os reflexos e duplos, produzidos por uma poça d’água, uma janela, um espelho. Em comum, todas convergem para noções de fluxo (temporal ou geográfico), imprevisibilidade e impermanência. No universo de Ana Calzavara, nada é definitivo ou completamente definido. Tudo se constroi pela soma de elementos que se clivam, sobrepõem ou dividem, constituindo um território difuso, onde os limites quase sempre não são claros.
A última parte do livro é dedicada ao recorte de sua produção abarcado na exposição Pequenos Erros sem Importância (Gravura Brasileira, 2014). Como o nome já indica, a série de trabalhos agrupados nesse segmento consiste em fotografias e gravuras onde o que é falho ou inesperado é incorporado deliberadamente como constitutivo das imagens, tornando-se um recurso expressivo em torno do qual a atual produção da artista permanece em contato.