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agosto 21, 2017
Alexandre Sequeira + Barrão + Renata Egreja na dotART, Belo Horizonte
Impulsionados pela força que nos leva a pensar, refletir, temer, ver, ouvir, falar, imaginar, sentir e criar, a dotART galeria inaugura sua nova coletiva, no dia 22 de agosto: Re-, do artista Barrão; Children’s Corner, de Renata Egreja e na Sala Pensando, Meu mundo teu, de Alexandre Sequeira.
Com curadoria de Wilson Lazaro, diretor artístico da galeria, o espaço de arte abre suas portas e coloca em evidência o que precisa ganhar relevo: as expressões artísticas em diferentes suportes, impassíveis diante da contemplação humana, envoltas em suas próprias existências.
São esculturas e aquarelas de Barrão, com trabalhos inéditos, instalados na galeria 1; pinturas e aquarelas da Renata Egreja, na galeria 2 e um trabalho de antropologia social, com pitadas de poesia e emoções assinado por Alexandre Sequeira, na Sala Pensando.
Re - Barrão
A exposição de Barrão reúne obras em gesso e resina na cor branca, moldadas de objetos do cotidiano. Desde 2013, o artista passou a se interessar em explorar as fronteiras das esculturas de uma maneira diversa da usada em seu conhecido trabalho com louça, em que encontrava bibelôs, partia e colava pedaços, criando figuras híbridas.
Decidiu usar o gesso, que alterou seu processo de criação. O artista fez moldes de objetos cotidianos de diferentes materiais – como vidro, plástico, metal, madeira e até mesmo comida – para criar suas esculturas de formas híbridas, todas com uma aparência uniforme ao final, brancas. Para a exposição “Re-“, na dotART, Barrão preparou, ainda, aquarelas inéditas e duas novas esculturas.
Children’s Corner – Renata Egreja
As pinturas de Renata Egreja recebem impulsos energéticos ritmados pela dança. Inspirado pela natureza seu trabalho traduz as formas das flores, bulbos e folhas, a utilização do decalque e de máscaras servem, sobretudo para delimitar essa paisagem exuberante e sensual.
“Minha pintura é de contemplação e movimento. Daí a relação com a musicalidade. As relações de luz (solar) que aparecem numa pintura circulando no espaço e tempo, uma pintura que parece apresentar dois tempos”, explica a artista.
Meu mundo teu - Alexandre Sequeira
Este trabalho de Alexandre Sequeira registra o documento de um encontro entre o fotógrafo e dois personagens: Jefferson Oliveira - morador da ilha do Combú, e Tayana Wanzeler - residente no bairro do Guamá. Uma história construída com parceria, afeto e, acima de tudo, reconhecimento do outro como verdadeiro coautor da nova imagem de mundo revelada.
Em 2007, os dois personagens registraram, a partir da intermediação do fotógrafo, momentos em que se descobririam por meio de cartas e fotografias. Este diálogo combinava referências verbais e visuais: uma pergunta numa carta resultava muitas vezes numa resposta em imagem, gerando curiosas traduções da realidade de cada um.
Assim, os três mergulharam numa aventura de recortes e colagens de fragmentos de realidade, que confundiam cada vez mais os limites entre seus mundos. Se permitiram contaminar e ser contaminado pelo olhar do outro em experimentações fotográficas.
SOBRE OS ARTISTAS
Barrão - Jorge Velloso Borges Leão Teixeira (Rio de Janeiro). Desenhista, pintor, escultor, artista multimídia. Autodidata, inicia sua carreira artística com o Grupo Seis Mãos (1983-1991) formado com Ricardo Basbaum e Alexandre Dacosta. O grupo desenvolve atividades com vídeo, pinturas ao vivo, shows musicais e performances e promove o projeto Improviso de Pintura e Música, em ruas, praças públicas, faculdades etc. A primeira exposição dos três artistas tem lugar em 1983, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Neste ano, Barrão participa das mostras Arte na Rua I e Pintura! Pintura!, ambas na mesma cidade. Em 1984, realiza a primeira individual, Televisões, na Galeria Contemporânea, e participa da coletiva Como Vai Você, Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília, em 1990. Realiza, com Sandra Kogut, os vídeos 7 Horas de Sono e A Geladeira. Faz ainda vinhetas eletrônicas para televisão, trabalhos de cenografia e capas de discos. Cria, em parceria com o artista Luiz Zerbini, o editor de vídeo e cinema Sérgio Mekler e o produtor musical Chico Neves, o grupo Chelpa Ferro, em 1995, que trabalha com escultura, instalações tecnológicas e música eletrônica.
Renata Egreja nasceu em São Paulo em 1984. Iniciou os estudos em artes visuais na FAAP e terminou na Ecole dês Beaux Arts de Paris, onde também concluiu o mestrado em 2010. De retorno a São Paulo participou de diversas exposições individuais e coletivas. A individual “Um traço basta” foi em 2011 no MAC Curitiba. Na Zipper galeria apresentou duas exposições individuais, “A regra do jogo” em 2012 e “Idilio” em 2014. Entre os prêmios mais relevantes obteve em 2012 o Premio Itamaraty de Arte Contemporânea e a residência artística na Índia oferecida pelo Itamaraty e o MAB Faap. Sua pintura é de forte inspiração ornamental e suas composições apresentam uma tendência um tanto quanto construtiva. A utilização de uma grande paleta de cores é uma forte caracteriza das suas obras. Renata hoje divide sua vida entre São Paulo, Paris e Ubatuba.
Alexandre Serqueira - Artista visual é Mestre em Arte e Tecnologia pela UFMG, doutorando em Arte pela mesma Instituição e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social, tendo participado Encontros de Fotografia, Seminários e Exposições no Brasil e exterior, podendo-se destacar “Une certaine amazonie”; em Paris/França; Bienal Internacional de Fotografia de Liège/Bélgica; Exposição no Centro Cultural Engramme em Quebec/Canadá; X Bienal de Havana/Cuba; Paraty em Foco 2009; FotoFestPoa 2010 e 2011; Festival de Fotografia de Recife 2010; Simpósio e exposição “Brush with Light”, na Universidade de Arte Mídia e Design de NewPort no Reino Unido, Festival Internacional de Fotografia de Pingyao/China, exposição “Gigante pela própria natureza” em Valência na Espanha; “Contemporary Brazilian Printing” em New York/EUA; “Segue-se ver o que quisesse” no Palácio das Artes em Belo Horizonte/MG/BR; “Geração 00 – a nova fotografia brasileira; e Projeto Portfólio no Itaú Cultural em São Paulo/Brasil. Tem obras no acervo do Museu da UFPa, Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; Coleção Pirelli/MASP, Museu de Arte do Rio/MAR, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e na Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea/ABAC.