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agosto 18, 2017
Kitty Paranaguá na Janaina Torres, São Paulo
A poética do Rio de Janeiro entre o morro e o asfalto, nas fotos de Kitty Paranaguá
Na exposição Campos de Altitude, na Janaina Torres Galeria, fotógrafa carioca sobe os morros e projeta a cidade no interior das casas das favelas, além de mostrar imagens de uma Copacabana lúdica de alto impacto estético e emocional
A Janaina Torres Galeria tem o prazer de apresentar, a partir do dia 22 de agosto, a exposição Campos de Altitude, da fotógrafa Kitty Paranaguá.
A artista carioca, que tem carreira estabelecida há mais de 20 anos, expõe pela primeira vez em São Paulo sua nova série de fotografias, feitas na sua cidade natal, abrindo a programação da SP/Arte-foto 2017.
Em 12 fotografias de 1m x 1m, Campos de Altitude mostra o Rio de Janeiro através de personagens que vivem na tensão morro-asfalto, em uma poética expressiva e original.
Por um ano e meio, Kitty Paranaguá subiu os morros em busca de vistas que retratassem as transformações urbanas ocorridas no corpo da cidade. Para obter novos ângulos, entrou na casa dos moradores das favelas, e descobriu alí algo além de uma boa vista: pessoas, histórias, memória e expressividade. Registrou também os depoimentos destes personagens, que compõem a exposição com um áudio aberto no espaço da galeria.
Inspirada nas fotografias do cubano Abelardo Morell, como numa câmera escura, Kitty Paranaguá projetou dentro das casas e sobre o corpo dos moradores as imagens que havia feito das vistas, obtendo alto impacto estético e emocional.
O resultado é um retrato inédito do Rio de Janeiro, obtido a partir da linha tênue entre o exterior e o interior e a relação – ou dissolução - entre público e o privado, sob a ótica dos moradores das favelas.
O título da série vem de uma expressão usada na botânica, que se refere ‘as "relíquias de vegetação", onde vivem plantas raras e isoladas em um contexto distinto da flora dominante, assim como são os personagens, dentro da sua criação.
Também compõe a exposição outro importante trabalho da fotógrafa, feito na praia de Copacabana, que agora faz parte do acervo da Maison Européenne de la Photografie, em Paris, com dez obras da série. Um trabalho que retrata muitas Copacabanas, a partir de aspectos subliminares como as paixões, os humores, e as crenças. Que se distanciam de um aspecto estético da beleza natural, para incluir o fator humano e sensível, que cativam o seu olhar.
Nas palavras de Marco Antonio Portela "a artista nos coloca dentro de seus devaneios poéticos, em uma Copacabana que não é um lugar geográfico, mas um lugar dentro de todos nós."
Kitty Paranaguá Iniciou sua carreira como repórter fotográfica no Jornal do Brasil; fundou, em 2010, o Ateliê Oriente. Suas obras retratam aspectos e espaços geográficos a partir da conexão que estabelece com suas paixões, crenças, humores e memórias. Kitty Paranaguá tem obtido reconhecimento internacional. Este ano, dez imagens da série Copacabana, sobre a mítica praia carioca, foram incorporadas pela Maison Européenne de la Photographie (MEP), em Paris, um dos principais espaços dedicados à fotografia contemporânea no mundo.