|
agosto 17, 2017
Cobogó lança livro de Janaina Tschäpe no Galpão Fortes D’Aloia & Gabriel e Carpintaria
Editora Cobogó lança livro que resgata os últimos 10 anos de carreira da artista alemã-brasileira Janaina Tschäpe
Com textos dos curadores de arte Germano Celant e Luisa Duarte, a publicação apresenta pinturas e fotografias, e será lançada em São Paulo, no Galpão da Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, no dia 19 de agosto e no Rio, na Carpintaria, no dia 26.
Um dos principais méritos do trabalho de Janaina Tschäpe é tirar o espectador de um mundo desencantado, demasiadamente real, e levá-lo para um universo de possibilidades e fantasias. Nascida na Alemanha, criada em São Paulo, hoje vivendo em Nova York, a artista produziu uma obra de caráter universal, em decorrência dos inúmeros deslocamentos que atravessou desde a infância, sem a preocupação com a velocidade constante da contemporaneidade. Artista multimídia (entre suas obras estão esculturas, fotografias, vídeos, desenhos e pinturas), tem agora seu trabalho dos últimos 10 anos destacado no livro Janaina Tschäpe, que a Editora Cobogó lança em São Paulo, dia 19.08, no Galpão da Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel e dia 26 de agosto, na Carpintaria, no Rio.
“Foi bastante prazeroso fazer este livro, especialmente no processo de seleção das obras, onde pude olhar para o trabalho destes últimos 10 anos, revisitar o que foi produzido e compreender cada série e processo criativo. Decidir o que incluir em cada página acabou sendo um ato de introspecção em que observei quais obras carregava comigo e sua importância para o trabalho a longo prazo”, explica a artista.
Com textos dos críticos de arte e curadores Germano Celant e Luisa Duarte, em versão bilíngue, a publicação reúne mais de uma centena pinturas e fotografias da artista, nos quais se percebe a presença marcante da água e do mar, assim como das plantas e matas, criando um universo próprio. “O trabalho de Janaina habita um território maleável entre realidade e fabulação, entre a paisagem vista, a paisagem lembrada e a paisagem que se torna pintura, fruto da memória viva. Nesse fluxo, a lembrança opera, modifica o referente primeiro, produzindo assim uma espécie de mundo delirado. Essa é, justamente, uma das maiores potências que nos reserva sua obra”, descreve Luisa Duarte.
Entre as pinturas mais remotas no livro está Wilt (2009), que mostra um trabalho mais figurativo a partir de formas da natureza; com o passar do tempo, Janaina caminha cada vez mais para o percurso da abstração e também abre espaço para o acaso. Em inúmeras obras, se aproveita do escorrer da tinta para o início de uma nova seção da pintura. É o caso de Dust Particles (2010), no qual tons de azul ganham pinceladas largas horizontais, que se estendem sobre toda a superfície da tela. A partir de 2012, quando passa a usar a caseína (uma tinta à base de água), essa união entre intenção e acaso se torna cada vez mais presente. “A tinta extremamente líquida ganha um protagonismo tal que faz com que esta torne-se sujeito, e não mero objeto a ser manipulado. Assim como as correntes marítimas se encarregam de guiar os corpos em Dormant (trabalho de 2016) e modificar as suas formas, a caseína faz o seu trabalho, à revelia da artista”, frisa a crítica Luisa Duarte.
As pinturas de Tschäpe, que congregam formas da natureza e formas geométricas de maneira fluida, provocam no espectador um estímulo constante. “Sua arte absorve todas as substâncias, atrai todas as essências, está imersa em todas as cores — da felicidade ao sofrimento, do luminoso ao noturno, do alegre ao melancólico”, define o crítico italiano Germano Celant, que faz no livro uma retrospectiva da carreira de Janaina, desde as performances conceituais na escola Düsseldorf, onde ela deu seus primeiros passos artísticos.
Sobre a artista
Janaina Tschäpe nasceu em 1973, em Munique, Alemanha, cresceu em São Paulo e atualmente vive e trabalha em Nova York. A artista estudou Belas Artes no Hochschule fur Bilende Kuenste em Hamburgo, Alemanha, e é mestre em Belas Artes pela School of Visual Arts de New York. Tschäpe trabalha com diversas linguagens artísticas, como vídeo, fotografia, desenho e pintura. Já expôs em inúmeros museus e instituições de renome mundial. Seus trabalhos podem ser encontrados nas coleções públicas de importantes museus, como 21st Century Museum of Contemporary of Art, Kanazawa, Japão; Centre Pompidou, Paris, França; Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu Nacional Centro de Arte Reina Sophia, Madri, Espanha; SMAK, Stedelijk Museum voor actuele kunst, Gent, Bélgica, entre outros.
Sobre a Cobogó
Criada em 2008, a Editora Cobogó tem como foco a publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Lançou publicações sobre artistas como Adriana Varejão, Nuno Ramos, Laura Lima, Erika Verzutti, Paulo Nazareth, Iran do Espírito Santo, Sonia Gomes, Mauro Restiffe, Marina Rheingantz, Marcelo Cidade, Ana Elisa Egreja, Mauro Piva, Alexandre da Cunha, Rivane Neuenschwander, José Damasceno e Leonilson. Além de diversos outros títulos relacionados à arte, entre eles A filosofia de Andy Warhol, de Andy Warhol; Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6; Concreto e Cristal: O Acervo do MASP nos Cavaletes de Lina Bo Bardi; os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI e Fotografia na Arte Brasileira séc. XXI.
Além das artes visuais, a Cobogó se destaca pelo lançamento de livros sobre música, teatro e dança. Entre as obras publicadas, estão O dançarino e a dança, sobre a trajetória do bailarino e coreógrafo americano Merce Cunningham; De segunda a um ano, único livro do artista e músico John Cage lançado no Brasil; A Arte do Presente, coletânea de entrevistas feitas com Ariane Mnouchkine, diretora e fundadora do Théâtre du Soleil, a Coleção Dramaturgia, com mais de 35 textos de importantes autores contemporâneos, incluindo as premiadas peças Caranguejo Overdrive, de Pedro Kosovski, BR-Trans de Silvero Pereira, Krum, do israelense Hanoch Levin, e Por Elise, de Grace Passô, Conselho de Classe, de Jô Bilac, e a coleção O Livro do Disco, que mergulha no universo de álbuns emblemáticos da discografia brasileira e estrangeira. Recentemente lançou Arte Brasileira para Crianças, com 100 artistas e atividades baseadas em suas obras.
Em 2016, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Histórias Mestiças - catálogo, do curador de arte Adriano Pedrosa e da antropóloga Lilia Schwarcz com obras de diversos artistas que compuseram a exposição realizada no Instituto Tomie Ohtake, em 2014.
Ficha Técnica
Título: Janaina Tschäpe
Textos: Germano Celant e Luisa Duarte
Tradução: Alyne Azuma
240 páginas
ISBN: 978-85-5591-027-2
Encadernação: Capa dura
Formato: 26x30 cm
Peso: 1.820 gramas
Profundidade: 2,5 cm
Ano de edição: 2017
Preço de capa: R$ 136,00