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agosto 10, 2017
Robert Wilson na Luisa Strina, São Paulo
Luisa Strina apresenta a primeira exposição de Robert Wilson na galeria.
Robert Wilson é um dos raros artistas que transitam pelos meios artísticos sem se agarrar a um método de criação. Seu processo criativo vai além de um único meio: ao invés disso, encontra expressão tanto no arquétipo de uma ópera, na arquitetura de um edifício, nas manchas de uma aquarela, no desenho de uma cadeira, na coreografia de uma dança, no ritmo de um soneto ou na dinâmica múltipla que se revela em um Video Portrait.
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Embora seja conhecido por criar peças teatrais altamente aclamadas, o trabalho de Robert Wilson está firmemente enraizado nas artes visuais. Seus desenhos, pinturas e esculturas foram apresentados internacionalmente em centenas de exibições individuais e coletivas. Em Black and White Wilson apresenta dois vídeo-retratos e uma seleção de mais de 30 trabalhos em papel.
TRABALHOS EM PAPEL
Os desenhos de Robert Wilson são sobre o tempo; o futuro, o presente, o passado.
Alguns dos desenhos são sobre o tempo em que uma produção teatral nova ou antiga está sendo estudada. São as representações visuais concretas ou abstratas que irão informar o que Wilson pode ou não ver como possível no palco. Os desenhos podem ser específicos do que Wilson imagina para esse ato particular, cena ou interlúdio.
Um conjunto de desenhos são sobre o tempo em que a peça está sendo fisicamente criada dentro do próprio teatro. Os desenhos podem ser sobre o que Wilson vê ou quer ver, ou talvez não queira ver no palco durante os ensaios. Eles podem ser sobre o que está acontecendo naquele dia, no dia seguinte, ou no dia anterior no palco. Os desenhos são um registro do que é a produção, foi ou para onde pode estar indo.
Outro conjunto de desenhos são sobre os tempos nos quais se reflete sobre uma produção que foi feita. Eles são as lembranças de Wilson do trabalho ou o que ele deseja que tivesse sido.
Em todos os tempos, os desenhos de Wilson se mantém sozinhos, independentes de seu teatro. Seus desenhos são obras de arte e suas próprias associações teatrais não são necessárias para falar, podem inclusive ser uma distração, e, como ele diz, podem dificultar ver claramente.
VÍDEO-RETRATOS
Os vídeo-retratos [Video Portraits] funcionam como uma síntese completa de todas as mídias no domínio da produção artística de Wilson – iluminação, figurino, maquiagem, coreografia, gestual, texto, voz, cenografia e narrativa. A mídia é o vídeo de alta definição, mas a forma funde a cinematografia de natureza temporal com o momento congelado da fotografia. No processo criativo “em camadas” de Wilson, os vídeo-retratos absorvem referências encontradas na pintura, escultura, desenho, arquitetura, dança, teatro, fotografia, televisão, cinema e na cultura contemporânea. O resultado final no monitor de alta definição se parece com uma fotografia, mas um olhar mais atento revela a linguagem teatral altamente desenvolvida de Wilson.
(Noah Khoshbin, Curador / Watermill Center)
Luisa Strina presents Robert Wilson’s first exhibition at the gallery.
Robert Wilson is one of the rare artists who works across artistic media without being buoyed by one method of making. The process of creation transcends a single medium and instead finds outlet within the archetype of an opera, the architecture of a building, the stains in a watercolor drawing, the design of a chair, the choreography of a dance, the rhythm of a sonnet, or the multiple dynamics revealed in a Video Portrait.
While widely known for creating highly acclaimed theatrical pieces, Robert Wilson’s work is firmly rooted in the fine arts. His drawings, paintings and sculptures have been presented internationally in hundreds of solo and group showings. For Black and White Wilson will be presenting two video portraits and a selection of over 30 works on paper.
WORKS ON PAPER
Robert Wilson’s drawings are about time; the future, the present, the past.
Many of the drawings are about the time when a new or old theatrical production is being studied in advance of the production. They are the concrete or abstract visual representations that will inform what Wilson might or might not see as possible on the stage.The drawings can be specific to what Wilson envisions for that particular act, scene or interlude.
Another set of drawings might be made when the stage work is being physically created within the theater itself. These drawings might be about what Wilson sees or wants to see, or might not want to see on stage during rehearsals. They might be about what is happening that day, the next day, the previous day on the stage itself. The drawings tend to be a record of what the production is, was, or where it might be going.
Another set of drawings might be about the times when reflecting back on a production that has been. They are what Wilson remembers the work to be or wishes it was.
At all times Wilson’s drawings stand alone, independent from his theater. His drawings are works of art and his own theatrical associations are not necessary to speak of, can be a distraction, and as he says might get in the way of seeing clearly.
VIDEO PORTRAITS
The video portraits act as a complete synthesis of all the media in the realm of Wilson’s art making – lighting, costume, make up, choreography, gesture, text, voice, set design, and narrative. The medium is HD video but the form blurs time-based cinematography with the frozen moment of still photography. As in the layering nature of Wilson’s creative process, the video portraits infuse references found in painting, sculpture, design, architecture, dance, theater, photography, television, film and contemporary culture. The final result on the HD monitor resembles a photograph, but on closer inspection reveals Wilson’s highly developed theatrical language.
(Noah Khoshbin, Curator / Watermill Center)