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agosto 7, 2017

Mariana Mauricio na Leme, São Paulo

A Galeria Leme apresenta a terceira exposição individual de Mariana Mauricio em São Paulo, onde a artista expõe um conjunto de obras inéditas através das quais aprofunda a sua exploração sobre a carga simbólica de simples objetos do cotidiano, as rotinas que lhes são inerentes e a construção subjetiva de noções de intimidade, domesticidade e feminilidade que surgem a partir das interrelações entre sujeito e tais itens.

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As obras apresentadas se estruturam a partir da assemblage de objetos que a artista encontra e coleta das ruas, com itens que ela própria cria e retrabalha. Se a qualidade plástica dos objetos abandonados e apropriados por Mauricio resultam de forças exteriores e anteriores às da artista, os objetos e materiais novos que ela inclui em suas composições são trabalhados de modo a adquirirem uma qualidade tátil e corporal que recria o efeito físico do passar do tempo e de memórias que nunca de fato existiram. Através de ponderadas combinações e justaposições, Mauricio cria composições que amplificam as “vibrações” de cada uma das partes, intensificando os limites formais de cada elemento e consequentemente retrabalhando a subjetividade dos mesmos, de modo a possibilitar a emergência de outras narrativas que lhes são inerentes mas que permanecem adormecidas sob a banalidade do “uso”.

Este tipo de processo é evidente no trabalho que Mariana Mauricio elabora a partir de um dos elementos estruturantes da exposição, uma tábua de passar roupas que resgatou de um beco em Londres. A artista descontruiu as suas camadas de tecido e espuma, descobrindo as manchas e evidências que narravam a sua historia doméstica. Ao dissecar este elemento se deparou com dois tipos distintos de impressões digitais. Por um lado, as manchas da fricção do ferro quente sobre o tecido, e por outro, as malhas ortogonais dadas pelos vincos da dobragem do pano que desenhavam um grid cartesiano sobre a matéria mole. A artista explora o confronto entre o caráter abstrato e ordenador desse grid e as formas orgânicas e viscerais acidentalmente impressas nesses materiais. Assim, o grid, como trama ortogonal ordenadora do nosso tempo-espaço é replicado manualmente por Mariana a partir do processo de dobrar e passar tecidos, criando um “loop” que conecta as marcas impressas involuntariamente ao longo da “vida útil” desses materiais encontrados e a “ação artística” que as replica, ecoando a operação rotineira que as originou num momento anterior.

Ao enfatizar relações contraditórias através de composições de tensão imanente, a artista re-significa o léxico doméstico tornando-o uma porta de entrada para outros subtextos importantes, tais como o da história do feminismo, da opressão familiar, do espaço dúbio da sexualidade, entre outros, tornando-os tangíveis através da experiência completa da exposição.

Mariana Mauricio, Rio de Janeiro, Brasil, 1983. Vive e trabalha em Londres, Inglaterra.

Recebeu seu diploma em Belas Artes pela Saint Martins College of Art and Design em 2008 e atualmente cursa um mestrado de artes na Goldsmiths University, Londres.

Participou de exposições individuais tais como: O fundo do poço, Die Raum, Berlim, Alemanha (2017); Lamb Arts, Londres, Inglaterra (2016), Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2014 e 2012), entre outras. E de exposições coletivas tais como: The House of Penelope, Gallery 46, Londres, Inglaterra (2017); Outras Coisas Visíveis sobre Papel, Galeria Leme, São Paulo, Brasil; Breaking Surfaces, Jette-Rudolph Gallery, Berlim, Alemanha (2012); Wit, Fear and Sarcasm, FAS Contemporary Art, Londres, Inglaterra; Versions and Diversions, Temple Bar Gallery, Dublin, Irlanda (2011); Frank-Suss Collection, Phillips de Pury at the Saatchi Gallery, Londres, Inglaterra (2010), entre outras.


Galeria Leme presents Mariana Mauricio’s third solo exhibition in São Paulo, where the artist shows a new set of works, which deepen her exploration of the symbolic load of simple everyday objects, their inherent habits and the subjective construction of notions of intimacy, domesticity and femininity that arise from the interrelations between subject and such items.

The presented works are structured from the assemblage of objects that the artist gathers from the streets with original items that she creates and reworks. If the plastic quality of the abandoned objects results from external forces that are previous to the artist’s interventions, the new items she includes in her compositions are worked out to acquire a tactile and bodily quality that recreates the physical effect of the passage of time and of memories that never really existed. Through thoughtful combinations and juxtapositions, Mauricio creates configurations that amplify the "vibrations" of each one of the parts. Intensifying the formal limits of the elements and consequently reworking their subjectivity, in order to allow for the emergence of other narratives that are inherent to them but which remain dormant under the banality of their "use."

This type of process is evident in the work that Mariana Mauricio develops from one of the structuring elements of the exhibition; an ironing board she rescued from an alley in London. The artist deconstructed its layers of fabric and foam, uncovering the stains and evidences that narrated its domestic story. When dissecting this element she came across with two distinct types of fingerprints. On the one hand, the rubbing stains from the hot iron over the fabric, and, on the other, the orthogonal meshes given by the creases of the cloth’s folding which drew a Cartesian grid over the soft matter. The artist explores the confrontation between the abstract and orderly character of this grid and the organic and visceral forms that were accidentally emblazoned on these materials. Thus, the grid, the symbolic framework that organizes our time-space, is manually replicated by Mariana from the process of folding and ironing other fabrics. A process which generates a loop that connects the imprints created during the “usefull life” of these found materials and the "artistic action" that replicates them, echoing the mundane operation that originated them in an earlier moment.

By emphasizing contradictory relations through compositions of immanent tension, the artist re-signifies the domestic lexicon making it a gateway to other important subtexts, such as the history of feminism, household oppression, the dubious space of sexuality, among others. While making them tangible through the exhibition’s experience.

Mariana Mauricio, Rio de Janeiro, Brazil, 1983. Lives and works in London, UK.

Holds a degree in Fine Arts from Saint Martins College of Art and Design in 2008 and currently is enrolled in a master's degree in arts at Goldsmiths University, London.

Participated in individual exhibitions such as: O fundo do poço, Die Raum, Berlin, Germany (2017); Lamb Arts, London, UK (2016), Galeria Leme, São Paulo, Brazil (2014 e 2012), among others. And of group shows such as: The House of Penelope, Gallery 46, London, UK (2017); Outras Coisas Visíveis sobre Papel, Galeria Leme, São Paulo, Brazil; Breaking Surfaces, Jette-Rudolph Gallery, Berlin, Germany (2012); Wit, Fear and Sarcasm, FAS Contemporary Art, London, UK; Versions and Diversions, Temple Bar Gallery, Dublin, Ireland (2011); Frank-Suss Collection, Phillips de Pury at the Saatchi Gallery, London, UK (2010), among others.

Posted by Patricia Canetti at 4:09 PM