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agosto 3, 2017
Riccardo Baruzzi na Jaqueline Martins, São Paulo
Trabalho inédito de Daniel de Paula a forma condutora de fluxos dominantes inaugura o térreo, que terá acesso ao jardim, e o italiano Riccardo Baruzzi ocupa dois andares com o resultado da sua residência artística em São Paulo, a convite da galeria Jaqueline Martins.
No primeiro e segundo andar da galeria, o italiano Riccardo Baruzzi (Lugo, 1976) faz sua primeira apresentação solo no Brasil em desenhos, pinturas e instalações em que o traçado da linha delimita e questiona o que torna um trabalho figurativo ou abstrato. A mostra Del Disegno e Della Vertigine é resultado da estadia feita pelo artista em São Paulo, a convite da galeria.
Se boa parte da pesquisa do artista gira em torno da noção do inacabado, provisório e sugestivo, trabalhos que aludem a uma figuração ou materialidade que nunca se manifesta por completo, é apropriado que a mostra se apresente como conclusão de um processo de residência: assim como o artista que, ao pendurar uma tela na parede, sabe que esse gesto não significa a finalização do trabalho, a abertura da mostra também não decreta o fim dos processos significativos pelos quais passa durante a residência.
Riccardo Baruzzi costuma dizer que “o poder evocativo da maioria de seus trabalhos repousa exatamente na falta de descrição deles, na sua existência como uma sugestão, ou provocação, do que poderiam ser”. Na série Quasimezzo, 2015, Baruzzi fez uma série de pinturas em pequenos painéis onde, após aplicar densas camadas de tinta a óleo, o artista esculpiu desenhos com uma faca buscando trazer a gestualidade de um desenho a lápis para a pintura. Assim, as linhas deste novo desenho se misturam às pincelas anteriores e confundem a separação entre o que seria a tentativa de desenhar uma pintura ou pintar um desenho.