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agosto 3, 2017
Daniel de Paula na Jaqueline Martins, São Paulo
Trabalho inédito de Daniel de Paula inaugura o térreo, que terá acesso ao jardim, e o italiano Riccardo Baruzzi ocupa dois andares com a mostra Del Disegno e Della Vertigine, resultado da sua residência artística em São Paulo, a convite da galeria Jaqueline Martins.
A exposição a forma condutora de fluxos dominantes do artista e pesquisador Daniel de Paula, pretende, a partir de um ponto de vista diacrônico, e da apresentação e interlocução de diversos trabalhos inéditos, incluindo objetos, instalações, ações, documentos e textos, estabelecer um olhar crítico sobre variadas estratégias de expansão e materialização do controle espacial no decorrer da história recente do Brasil.
Evidenciando padrões da produção do espaço como a reprodução e afirmação das relações sociais e políticas de dominação, o artista intenciona refletir em seus novos trabalhos sobre a atual e acelerada urbanização desigual e sua indissociável herança colonial.
A individual ocupará todo o espaço térreo da galeria e apresentará desdobramentos da pesquisa iniciada pelo artista em projetos anteriores, onde, por meio de uma postura que não se encarcera nos domínios da arte, deixando se intersectar por noções de história, geografia, geologia e astronomia; intervenções, ações e instalações geram reflexões críticas sobre as estruturas burocráticas, históricas, econômicas, políticas e sociais que moldam o espaço que nos circunda.
Dentre os trabalhos inéditos do artista, destaca-se a apresentação de um artefato arqueológico (e sua respectiva documentação), pertencente ao acervo da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha Brasileira. Trata-se de uma rocha proveniente de Portugal, utilizada como lastro na travessia transatlântica de embarcações portuguesas no período do Brasil colonial, e que foi resgatada em uma expedição arqueológica subaquática na costa brasileira. “É importante destacar que os lastros oriundos de Portugal, em contexto do Brasil colonial, ao mesmo tempo que serviam para gerar estabilidade para as embarcações durante as viagens, também foram utilizados posteriormente na construção e ornamentação de edifícios e na pavimentação de passeios e calçadas no Brasil”, explica o artista.