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julho 14, 2017
Entre nós - A figura humana no acervo do MASP no CCBB, Brasília
Exposição traz ao Centro Cultural Banco do Brasil Brasília obras dos grandes mestres de todos os tempos
Apresentação de duas obras recentemente adquiridas: ‘Candombe’, de Pedro Figari, circa 1930, e ‘O Artista’, de Heitor dos Prazeres, 1959
Van Gogh, Gauguin, Goya, Velászquez, Manet, Modigliani, Degas, Renoir, Picasso são alguns dos grandes nomes da arte mundial que estarão unidos a mestres brasileiros como Candido Portinari, Djanira, Vicente do Rego Monteiro, Carlos Prado, Burle Marx e José Pancetti na exposição Entre nós – A figura humana no acervo do MASP. A mostra poderá ser vista de 18 de julho a 18 de setembro nas Galerias 1 e 2 do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Oportunidade rara para conferir de perto obras antológicas como Ressurreição de Cristo, de Rafael, Ecce Homo ou Pilatos apresenta Cristo à multidão, de Jacopo Tintoretto, A arlesiana, de Vincent Van Gogh, Êxtase de São Francisco com os estigmas, de El Greco, dentre muitas outras obras-primas. A entrada é franca.
O MASP – Museu de Arte de São Paulo detém a maior coleção de arte da América Latina. Em Entre nós – A figura humana no acervo do MASP, os curadores Rodrigo Moura e Luciano Migliaccio, da equipe de curadores do MASP, oferecem um grande e rico passeio pela história da arte. A ideia é apresentar a transformação da sociedade e da própria arte ao longo dos séculos tendo como referência a representação da figura humana. Estarão expostas obras de alguns dos grandes nomes da arte em diferentes movimentos artísticos, desde a arte pré-colombiana à fotografia moderna, passando por ícones da arte Yorubá e pela arte dos períodos do Pré-Renascimento, Renascimento, Iluminismo, Impressionismo, Pós-Impressionismo, Modernismo e arte contemporânea.
A mostra tem o patrocínio do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre e, antes do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, passou pelos CCBBs do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em Brasília, a exposição ganha um diferencial: a presença das duas mais recentes obras adquiridas pelo MASP por meio de recursos aportados pelo Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, via Lei Rouanet. As pinturas Candombe, de Pedro Figari, circa 1930, e O Artista, de Heitor dos Prazeres, 1959, passaram a integrar a coleção em abril deste ano e poderão ser vistas no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília.
“Viabilizado por meio da Lei Rouanet, o patrocínio à exposição e a aquisição das obras são um marco para a história da seguradora, pois tangibilizam a missão e o foco do Grupo, que há seis anos se dedica a apoiar projetos que ampliam o acesso à arte no nosso país. A companhia trilha um caminho de contínuo apoio à cultura, reforçando a importância para o fomento dos cenários artísticos e cultural no Brasil”, reflete Fatima Lima, diretora de Marketing e Sustentabilidade do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre.
Segundo afirma o diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil, Alexandre Alves, “é um orgulho receber a exposição Entre nós – A figura humana no acervo do MASP nos Centros Culturais do Banco do Brasil. Primeiro, porque esta parceria permite ao Banco do Brasil expor o acervo de um museu genuinamente brasileiro, valorizando o maior acervo de arte da América Latina. E também porque, por meio desta mostra, levamos para cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte obras de riqueza ímpar, que até então estavam disponíveis para visitação apenas em São Paulo. Não temos dúvidas de que a mostra terá uma grande aceitação por parte do público que frequenta os nossos Centros Culturais”.
A EXPOSIÇÃO
Na História da Arte, a representação da figura humana foi um meio de demonstração de poder do clero e da aristocracia, de adoração a deuses e santos, de mimetização do real e até de questionamentos ligados ao conceito de arte. É esta diversidade que a mostra Entre nós – A figura humana no acervo do MASP apresenta ao público. São cerca de 100 obras do maior acervo de arte da América Latina.
Abrangendo um arco histórico que começa nos anos 900-1200 D.C., com as peças pré-colombianas, e chega aos dias de hoje, a exposição estabelece um recorte cronológico e um diálogo entre as distintas formas de representação e culturas. O percurso começa com peças do acervo que reúnem as interpretações do sagrado na arte da Europa Medieval, da África e da América pré-colombiana, compondo um diálogo entre os diferentes eixos da coleção do MASP.
Da Europa pré-renascentista, a mostra traz Virgem com o menino Jesus (1310-20), atribuída ao Maestro de San Martino alla Palma, e Cristo Morto (1480-1500), de Niccoló di Liberatore dito l’Alunno. O Renascimento, momento em que a pintura se volta para o humanismo, está representado nas obras de artistas holandeses como Oficial Sentado, 1631, de Frans Hals, e Retrato de um desconhecido, (1638-40), de Anton Van Dyck.
O pintor e gravador espanhol Francisco Goya y Lucientes está presente com Retrato da condessa de Casa Flores (1790-1797) em diálogo com A educação faz tudo (1775-1780), do francês Jean-Honoré Fragonard. As obras, em composição com dois dos principais nomes da pintura acadêmica brasileira do século 19 – Interior com menina que lê (1876-1886), de Henrique Bernardelli, e O pintor Belmiro de Almeida (século 19), de José Ferraz de Almeida Junior – evocam o surgimento do Iluminismo europeu e a busca por um ideal civilizatório brasileiro durante o Segundo Reinado.
A partir dos séculos 19 e 20, os artistas trabalham a sensibilidade da cor e da forma, explorando a experiência plástica, como em Banhista enxugando a perna direita (1910), de Pierre-Auguste-Renoir, e A amazona – Retrado de Marie Lefébure (1870-75), de Edouard Manet. Nus (1919), da pintora francesa Suzanne Valadon, tem como referência a concepção da cor puramente decorativa do pós-impressionismo para expressar o desejo de liberdade e a comunhão com a natureza como ideais femininos.
Pablo Picasso, Busto de homem (O atleta), 1909, questiona de maneira provocadora os gêneros e limites da tradição pictórica. Desta época, a mostra traz, ainda, obras emblemáticas de Vincent Van Gogh, A arlesiana (1890); Paul Gauguin, Pobre pescador (1896); Amadeo Modigliani, Retrato de Leopold Zborowski (1916-19); e uma série de esculturas de Edgar Degas que mostra a evolução dos movimentos de uma bailarina – Quarta posição para frente, sobre a perna esquerda, Bailarina descansando com as mãos nos quadris e a perna direita para a frente, Bailarina olhando para a planta de seu pé direito (todas realizadas entre 1919-1932), dentre outras, e obras como Mulher saindo da banheira (fragmento), 1919-1932.
O Modernismo brasileiro está presente em obras de Carlos Prado, Varredores de rua (Os garis), 1935; Roberto Burle Marx, Fuzileiro naval (1938) e Vendedora de flores (1947), obra doada ao museu durante a SP-Arte/2015; Candido Portinari, São Francisco (1941); e Maria Auxiliadora da Silva, com Capoeira (1970).
As marcas dos intensos conflitos sociais e políticos do início do século 20 estão na obra do pintor e muralista mexicano Diego Rivera, O carregador (Las Ilusiones), 1944. A mostra inclui ainda a obra Duas amigas (1943), do pintor ítalo-alemão Ernesto de Fiori, que deixou a Alemanha fugindo da repressão nazista e se tornou um nome influente do modernismo brasileiro dos anos 1930 e 1940.
A criação de um acervo fotográfico também tem sido uma constante na história do museu, que as sistematizou, entre 1991 e 2012, por meio das doações da coleção Pirelli MASP, com trabalhos de fotógrafos brasileiros ou que possuam ligações com o Brasil. É o caso da fotógrafa de origem suíça Claudia Andujar, cuja série Yanomami (1974), feita a partir de longos períodos de imersão nesta cultura indígena, dialoga na mostra com a fotografia de João Musa, Barbara Wagner, Miguel Rio Branco e Luiz Braga.
A exposição, com patrocínio do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, se encerra com a instalação de Nelson Leirner, Adoração (Altar para Roberto Carlos), 1966, que remete a uma nova forma de sagrado nos dias atuais.