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julho 11, 2017
Fronteiras, limites, interseções: entre a Arte e o Design na Caixa Cultural, São Paulo
Exposição com 57 participantes estabelece o diálogo entre artistas plásticos e designers brasileiros de diferentes gerações
A Caixa Cultural São Paulo abre no dia 27 de maio, sábado às 11h, a exposição inédita Fronteiras, limites, interseções: entre a Arte e o Design, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, que permanece em cartaz até 30 de julho. A mostra busca investigar as relações entre o fazer artístico e o design ao reunir obras de artistas plásticos brasileiros modernos e contemporâneos e colocá-las em franca negociação com trabalhos de designers notórios e emergentes do nosso país. A exposição tem entrada franca e o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
A mostra procura apresentar as diferentes linguagens e visões criativas dos artistas e designers, reunindo obras de diversos períodos e estilos que evidenciam a heterogeneidade e a pluralidade das criações de artistas visuais e designers brasileiros, num rico panorama da produção nacional compreendendo um recorte com obras marcadamente influenciadas pelo contato com as vanguardas históricas internacionais. A exposição apresenta um conjunto de obras de diferentes mídias, como: mobiliário, escultura, instalação, desenho, pintura, objeto, fotografia, estudo, gravura, cerâmica, etc. pertencentes a coleções públicas, particulares e do acervo dos artistas, herdeiros, galerias e instituições.
Se o design nasce com o compromisso da utilidade, sua capacidade de redesenhar o mundo em termos conceituais e tecnológicos se deve absolutamente a processos de questionamento e investigação artística. A mostra utiliza as obras e trajetória dos artistas plásticos e designers do mais alto renome brasileiro para promover a indução intelectual e inserção do público nas artes visuais, difundindo suas obras como fonte de referência única e vanguardista, além da sua inserção na arte nacional e internacional.
O viés curatorial alinhava a poética de diferentes artistas e designers com linguagens distintas e permite criar conexões e estabelecer um diálogo harmônico entre as obras. Questões relacionadas à gênese criativa, investigação e experimentação artística, provocações estéticas, humanização e avanço tecnológico, perpetuação dos objetos de design, seu poder comunicativo e sua capacidade de representar anseios subjetivos individuais e coletivos estão entre as reflexões suscitadas no desenho curatorial. Trabalhos históricos de Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Amilcar de Castro, Artur Barrio, Cildo Meireles, Franz Weissmann, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Irmãos Campana, Joaquim Tenreiro, Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha, Roberto Moriconi, Sérgio Rodrigues, Tunga, Ubi Bava, Waltercio Caldas, Zanine Caldas, artistas e designers que marcaram um período da produção nacional juntam-se à recente e vibrante produção contemporânea de figuras recentes ou da novíssima geração, como: Adriana Varejão, Angelo Venosa, Artur Lescher, Barrão, Beatriz Milhazes, Brigida Baltar, Carlos Motta, Eduardo Coimbra, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Estela Sokol, Felipe Barbosa, Fernanda Gomes, Hugo França, José Bechara, José Rezende, Maneco Quinderé, Marcelo Rozembaum, Mariana Manhães, Nazareth Pacheco, Nuno Ramos, Raul Mourão, entre outros.
A mostra Fronteiras, limites, interseções: entre a Arte e o Design apresenta obras tendo como ponto de partida quatro eixos conceituais, que visam explorar e investigar diferentes modalidades da relação arte e design. A exposição não estará dividida - nítida e espacialmente - em tais eixos, já que obras com abordagens conceituais distintas estarão aproximadas, objetivando certa porosidade para essas quatro ideias chave e uma maior interlocução entre as produções de designers e artistas. Os quatro eixos são: Artistas cujas obras investigam os limites entre a arte e o design, ao realizarem trabalhos cuja materialidade ou modo de operar se relaciona intimamente com a produção industrial, explorando de que modo determinados insumos ou restos industriais e artigos utilitários do quotidiano podem ser convertidos em poderosos dispositivos de provocação estética.
O segundo eixo é dos designers cujos trabalhos incorporaram procedimentos técnicos e questionamentos conceituais oriundos de períodos ou movimentos artísticos, em especial do século XX cujos objetos utilitários dialogam diretamente com as experimentações artísticas de movimentos como a Pop Art e o Novo Realismo francês.
Artistas que realizaram incursões na área do design, ao conceberem produtos declaradamente utilitários, com a finalidade da produção em série formam o terceiro eixo. E o último, designers que realizaram obras de arte, descompromissadas com a finalidade utilitária, mas que se relacionam intimamente com o pensamento plástico e a abordagem conceitual de suas obras arquitetônicas e/ou suas peças de mobiliário.
“Uma peça ou estrutura de design traz consigo a preocupação marcante de seu criador com a interface humana, orgânica, sensível e psicológica, que irá dialogar diariamente com as suas criações. Os aspectos sensoriais e simbólicos do design que nunca antes foram tão valorizados são responsáveis por identificar determinada cadeira, aparelho de celular ou peça de roupa como sendo de um indivíduo ou grupo específico e não simplesmente universais, escapando assim do lado perverso da massificação industrial”, comenta o curador Marcus Lontra.
A lista total de artistas e designers selecionados pelo curador é composta por importantes nomes de diferentes períodos e estilos, evidenciando a pluralidade e heterogeneidade da produção artística nacional, são eles: Abraham Palatnik, Adriana Varejão, Amelia Toledo, Amilcar de Castro, Angelo Venosa, Artur Barrio, Artur Lescher, Athos Bulcão, Barrão, Beatriz Milhazes, Brigida Baltar, Carlos Motta, Christus Nóbrega, Chu Ming Silveira, Cildo Meireles, Coletivo Moleculagem, Daisy Xavier, Eduardo Coimbra, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Estela Sokol, Felipe Barbosa, Fernanda Gomes, Floriano Romano, Franklin Cassaro, Franz Weissmann, Gustavo Bittencourt, Hildebrando de Castro, Hugo França, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Irmãos Campana, Joaquim Tenreiro, José Bechara, José Rezende, Lina Bo Bardi, Maneco Quinderé, Marcelo Rozembaum, Mariana Manhães, Martha Medeiros, Maurício Bentes, Nazareth Pacheco, Nelson Félix, Oscar Niemeyer, Osmar Dilon, Paulo Mendes da Rocha, Paulo Roberto Leal, Raul Mourão, Renato Bezerra de Mello, Roberto Moriconi, Sérgio Rodrigues, Tunga, Ubi Bava, Vera Martins, Waltercio Caldas, Wilson Piran e Zanine Caldas.
A produção executiva da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira da ADUPLA Produção Cultural, empresa que vem realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Athos Bulcão, Farnese de Andrade, Rubem Valentim, Milton Dacosta, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Raymundo Colares, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Mário Gruber, Abelardo Zaluar, Antonio Bandeira, Manoel Santiago, Nazareno, Bruno Miguel, Analu Cunha, Denise Cathilina, Cezar Bartholomeu, Regina de Paula, entre outras.