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junho 29, 2017
Programa Gravura: José Damasceno na dotART, Belo Horizonte
A dotART galeria lança, no dia 4 de julho, o “Programa Gravura”, que pretende apresentar uma edição de 10 gravuras de artistas distintos com obras recentes, variando técnicas e conceitos. O programa será levado a público nos intervalos das grandes exposições, como uma maneira de aquecer o olhar e despertar o desejo do visitante.
O primeiro artista participante será José Damasceno, que lança a gravura e os desdobramentos do trabalho RE:PÚBLICA - JD 2017, uma intervenção urbana feita nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, com colaboração e parceria da dotART galeria.
Para despertar a curiosidade do público, lambe-lambes com imagens da república, oriundas da nota de um real com intervenções do artista foram espalhados nas cidades. Um trabalho que não denotou claramente sua autoria gerando dúvidas e questionamentos. Agora chegou a hora de revelar que se trata de uma obra de José Damasceno. Na Sala Pensando da galeria, um vídeo desta ação em Belo Horizonte será exibido. “Neste cenário de crise em que o país se insere, uma intervenção chamada re:pública, de gravura e utilizando uma moeda como imagem, não poderia ser mais coerente”, diz Wilson Lazaro, diretor artístico da dotART.
As gravuras têm valor artístico por serem totalmente originais e realizadas artesanalmente. Atualmente a tecnologia é usada para tudo e este meio resgata o bom gosto pelo trabalho artístico, feito manualmente, sem mecanização e em um processo milenar. E ainda se torna uma forma acessível de adquirir uma obra original de um grande artista. Essa técnica resgata uma forma de pensar e produzir arte contextualizando conceitos que estão presentes na arte contemporânea e se fazem ainda mais presentes nas linguagens artísticas que continuam relevantes e predominantes.
O Programa Gravura tem a previsão de acontecer quatro vezes ao ano e entre os nomes cogitados para a próxima edição estão os artistas: Eli Sudbrack e Elvis Almeida. A galeria tem ainda o desejo de, a cada projeto, doar uma gravura para a Biblioteca Nacional, contribuindo assim para atualizar o acervo da instituição.
Sobre RE:PÚBLICA
“Moeda corrente. Em cada cédula a imagem simbólica da República. Aquela iconografia morta, apática e gélida repentinamente ganha vida. Com apenas um traço de caneta abre seus olhos. Em seguida, com a nova escala urbana dos cartazes distribuídos pelas ruas, ganha terreno, amplia espaço e se modifica… Agora efígie desperta, figura esquiva, seu olhar-vigília percorre a cidade e cria uma rede de olhares interconectados… O que ela está vendo? O que ela está elocubrando? Desconfiada? Aflita? Preocupada? Pensativa? Ela está pensando algo, isso é certo. Reflete e pondera, contudo nada sabemos”, José Damasceno.