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junho 28, 2017
Valdirlei Dias Nunes na Triângulo, São Paulo
A Casa Triângulo tem o prazer de apresentar, a partir de 1º de julho, a quinta exposição individual de Valdirlei Dias Nunes. A mostra exibe sete pinturas de tamanhos variados e nove relevos que dão prosseguimento às recentes pesquisas do artista.
Tendo surgido na cena paulistana no início da década de 1990, o paranaense Valdirlei Dias Nunes desenvolveu em quase três décadas um trabalho singular e consistente que se distingue, entre outros aspectos, pelo afastamento das grandes tendências artísticas no Brasil e no mundo.
Sua produção sempre esteve na intersecção entre pintura, escultura e desenho, mas nos últimos anos os elementos formais e figurativos foram condensados, expandindo a complexidade do seu campo de ação pictórica para o plano da terceira dimensão. Sob uma contínua redução e precisão, superfícies meticulosamente construídas lidam invariavelmente com a abstração geométrica e figuração, tomando como objeto de representação o jogo entre espaços, planos pictóricos, profundidade de campo e perspectiva.
Para sua nova exposição intitulada Pinturas e Relevos Recentes, apresenta pinturas de delgadas linhas amarelo dourado contra um fundo preto ou branco que sugerem, a princípio, composições geométricas abstratas, mas revelam-se representações de objetos cotidianos como grades e redes. Delicadas e sutis, essas malhas de padrão geométrico tem sua monorritmia alterada por cortes de formatos irregulares, retos ou orgânicos.
A exposição exibe ainda uma série de relevos que consistem em placas retangulares de compensado pintadas de branco, envolvidas totalmente ou parcialmente por estruturas de madeira que se comportam como falsas molduras e que se projetam externamente em diferentes direções. Essas ripas lançadas ao espaço exterior do bloco branco retangular tem algumas das suas extremidades quebradas aleatoriamente, criando assim um certo incomodo visual em oposição ao rigor formal da estrutura.
Muito além de seu denso vazio, essas pinturas e relevos se abrem a novas dimensões para além das preocupações formais da pintura. Sua produção recente parece estar infectada pela materialidade e pela transição entre objetos mundanos para construções aparentemente formais, marcando assim uma passagem coerente da geometria plana para a espacial.