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junho 19, 2017
Romain Dumesnil na Zipper, São Paulo
A partir do próximo dia 22 de junho, o artista Romain Dumesnil transforma a sala expositiva do piso superior da Zipper Galeria em uma espécie de ecossistema vivo para sua individual O animal que logo sou. Com curadoria de Michelle Sommer, a mostra reflete sobre a noção de matéria e ser vivo e aponta para temas relacionados a cosmogonias e denominações comuns do natural e artificial, humano e não humano. A exposição é a terceira abrigada pelo projeto Zip’Up neste ano, programa criado em 2011 que se dedica a projetos curatoriais inéditos de nomes em emergência na cena artística atual.
Romain cria “corpos-trabalhos” que mantêm entre si interrelações narrativas e físico-químicas: uma planta encontrando seu espaço na galeria; um quilate de diamante, transformado em vapor em um laboratório, é espalhado ao longo da exposição; um pequeno pássaro multicolor (diamante-de-gould) vive livremente no espaço; estalactites de seiva de árvore escorrem pelo teto da sala, propiciando também a experiência olfativa no espectador.
"A partir de uma série de trabalhos que procuram 'contaminar' e 'ser contaminados', agindo como espécies de corpos metamórficos, a mostra busca tencionar e revelar mecanismos possíveis de hibridação materiais e simbólicas entre os elementos do espaço expositivo, como a arquitetura, artefatos da arte, visitantes ou elementos naturais externos", reflete o artista.
Romain Dumesnil (França).Vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 2011. Atualmente, é artista residente na FAAP em São Paulo. Formado pela Sciences Po (França) e pela EAV Parque Lage, onde integrou o programa PAC II sob direção da Lisette Lagnado em 2015. No Brasil, apresentou exposições individuais no espaço EMCB (RJ 2015, 2016) e participou entre outras das coletivas Abre Alas 13 na Galeria A Gentil Carioca (RJ 2017), 41° Salão de Artes de Ribeirão Preto (SP 2016), 66° Salão Paranaense (PR 2017), 35° salão Arte Para com curadoria de Marcelo Campos e Paulo Herkenhoff (PA 2016), Feira Art Rio 2016 com a Galeria Bernard Ceysson Paris (RJ 2016), 'Quarta-Feira de Cinzas' com curadoria de Luisa Duarte no Parque Lage (RJ 2015), 'Primavera nos dentes' com curadoria de Bernardo Mosqueira e Ulisses Carrilho na Galeria Lume (SP 2016), 'Caso o Acaso' na Central Galeria (SP 2016), 'Unanime Noite' com curadoria de Bernardo José de Souza na Galeria Bolsa de Arte (SP 2016), 'Cultivar o deserto como um pomar as avessas' no Centro de Artes da UFF (RJ 216). Participou também de coletivas na Europa, no Centre d'Art Contemporain Villa Arson (FR 2016), Primo Piano Paris (FR 2016) e ' Frameless Gallery (RU 2015) entre outras. Romain também é co-fundador do espaço Átomos, espaço independente de arte, no Rio de Janeiro.
Michelle Sommer. Pós-doutoranda em Linguagens Visuais na EBA/PPGAV/UFRJ (2017). É doutora em História, Teoria e Crítica de Arte pelo PPGAV/UFRGS (2012-2016), com estágio doutoral junto à University of Arts London / Central Saint Martins (2015). É mestre em Planejamento Urbano e Regional pelo PROPUR/UFRGS (2003-2005) na área de cidade, cultura e política e arquiteta e urbanista pela PUCRS (1997-2002). É autora do livro Práticas Contemporâneas do Mover-se (2015) e Territorialidade Negra: a herança africana em Porto Alegre, uma abordagem sócio-espacial (2011). Integra o corpo docente na Escola de Artes Visuais Parque Lage / RJ e é co-curadora, juntamente com Gabriel Pérez-Barreiro, da exposição ‘Mário Pedrosa: de la naturaleza afectiva de la forma’, atualmente em ocorrência no Museu Reina Sofia / Madri, de abril à outubro de 2017. Contribui regularmente para publicações nacionais e internacionais e realização de projetos de artes visuais em diversos formatos. Atua no ensino, pesquisa, crítica e curadoria de artes visuais.