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junho 12, 2017
Bastidores da Criação – Carnaval sem Máscara no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Conhecido mundialmente e expressão da cultura popular brasileira, o carnaval carioca que desfila na Marquês da Sapucaí envolve um trabalho da comunidade que vai desde a concepção do samba enredo à produção das peças que materializam a história contada na avenida. Todo esse processo transformado nos exuberantes desfiles será apresentado na exposição Bastidores da Criação – Carnaval sem Máscara, disponível ao público de 13 de junho a 20 de agosto, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro.
O projeto idealizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é resultado de uma parceria com a Estação Primeira de Mangueira, que abordou este ano na Sapucaí o sincretismo da fé no Brasil, um dos elementos marcantes de uma nação construída a partir de sua miscigenação cultural.
A ideia de abordar essa herança nacional representada na crença popular partiu do carnavalesco Leandro Vieira, com o enredo Só com a Ajuda do Santo, e contou com o apoio do Iphan na pesquisa histórica, social, fotográfica e antropológica sobre o assunto, aproximando a escola de samba das comunidades tradicionais. O objetivo do projeto, uma das atividades em celebração aos 80 anos do Instituto, é apresentar o processo ancorado em uma das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro – o samba enredo – registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, em 2007.
De acordo com a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, “os 80 anos de trabalho do Iphan na defesa, preservação, salvaguarda e fomento da memória nacional estão refletidos em apresentações como essa que, cada vez mais, expressam o reconhecimento e confirmam o apoio da sociedade à nossa atuação. As diversas manifestações religiosas apresentadas no sambódromo pela Verde e Rosa ressaltam, para além da herança cultural, o mosaico plural que compõe a identidade brasileira”, afirma.
O carnavalesco Leandro Vieira destaca que o sincretismo urdido de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas - seu catolicismo plural e festivo - representam uma criação relevante da cultura popular. “Ao lançarmos luz em rico e intrincado mosaico que caracteriza a religiosidade brasileira, encontramos marcas de diversidade e pluralidade que correspondem a contingências históricas e a conjunturas sociais e culturais das mais diversas origens”, completa.
Na exposição, o público poderá conferir dos desenhos que deram vida às fantasias, às maquetes de carros alegóricos utilizados no Sambódromo. Também poderá assistir ao vídeo, no estilo making off, produzido pela equipe do Iphan, mostrando os saberes do carnaval concebidos pelos operários do samba.