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junho 5, 2017
Marcelo Solá no Arte k2o, Brasília
Terça-feira, 6 de junho, 19h, inaugura mostra individual do goiano Marcelo Solá, na galeria Gabinete de Arte k2o. A exposição reúne obras inéditas e recentes do artista goiano Marcelo Solá, um conjunto de 12 desenhos / pinturas com técnica mista em grandes formatos sobre papel fabriano.
Menos centrado no preto e branco, o artista evolui em seu desenho irreverente agregando cores vibrantes e liberdade gestual, marcada pela influência da poética urbana. Seus planos e sobreplanos se multiplicam, a tinta espessa aparece mais em grandes manchas ou escorre no plano que se multiplica progressivamente.
Cria-se um caos harmonioso, pulsando entre o traço, a cor, o texto e o grafismo. Seu universo é denso e amplo, sua língua livre, sua linguagem própria. As composições ora suaves, ora explosivas, são plenas de potência criativa, envolventes e sedutoras, trazendo elementos lúdicos ou dramáticos, muitos pontos de luz que se alternam. Há ironia, há humor, há tensão. Há um exercício contínuo em busca da liberdade na pintura, que ele consegue expressar como poucos.
No ano 2000, Solá, teve sua primeira individual em Brasília, sob curadoria de Karla Osorio que o apresentava à cidade e publicou seu primeiro livro (Coleção Artistas 21). À época a crítica carioca Ligia Canongia ressaltava algo ainda muito atual e verdadeiro sobre seu trabalho, dezoito anos depois. Seu “...desenho é vivo, com as formas inacabadas de um universo em explosão, onde as coisas passar a ser apenas vestígios do que foram ou do que poderia ser... são pedaços de uma memória remota e existencial, seguida de lapsos, muitos lapsos”...
Por outro lado, o curador paulista Agnaldo Farias há pouco tempo lembrava que em seus desenhos ...”uma profusão de cores florescem no papel, e também aquém e além dele. Justapostos, intercalados, embora em alguns casos haja interpenetrações e mesmo sobreposições, os motivos como que se ajustam preenchendo os espaços no preto. Há formas arquitetônicas, algumas nítidas outras embaralhadas, que se despacham para o fundo, abrindo perspectivas no plano escuro; há silhuetas e rabiscos, contornos retráteis que se encolhem ou se exaltam em reverberações semelhantes às que encontramos à tona dos lagos; há palavras, letras e números, sentenças variáveis, datas e lugares, que nos levam a espaços mentais e temporais, fazendo-nos deslizar em outros sentidos, como é típico da linguagem escrita; há, por fim, o plano chapado das cores... invadindo o espaço que separa nosso olhar da folha de papel ou puxando-nos para o seu interior...”
Apreciar este conjunto atual evidencia uma evolução na obra do artista, aponta para um caminho de nova identidade. Constata-se que ele deixa de lado algumas referências fundamentais em sua obra como Joseph Beyus, Cy Twombly ou Jean Michel Basquiat. Seu estilo e sua identidade são cada vez mais próprios, tornam-se história, viram sua própria referência que há de se multiplicar e evoluir por muito ainda.
Solá é cada vez mais Solá !
Marcelo Solá nasceu em 1971 e vive e trabalha em Goiânia. Seu trabalho orienta-se para a nova área limítrofe do desenho. Desenho-pintura, desenho-instalação, as vezes com objetos, sempre como atividade ampliada, quase obsessiva, que ganha características fora do gênero. Já há alguns anos sua obra recebe atenção da crítica especializada, inclusive no exterior. Já participou de diversas exposições coletivas e das individuais, destacam-se as realizadas na Galeria Casa de Cultura Laura Alvin, 2010; Nova Arte, 2009; Centro Cultural Banco do Brasil, 2009; Galeria Virgilio, 2009; MAMAM no Pátio, Recife, 2009; Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, 2009; Funarte, Brasília, 2005; no Museu de Arte Contemporânea, Goiânia, na Galeria Casa Triangulo, São Paulo, em 1999; no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, em 1997. Recentemente iniciou também o meio editorial, apoiando publicações sobre artistas emergentes.
MURO#5 e VITRINE#6
O convidado especial será o artista Pedro Kastelijns, artista visual e compositor, muito jovem e residente na Holanda. Na VITRINE, fará pocket show com suas composições de música eletrônica e lançará livro sobre sua obra “Assim Nascem as Amoras”, publicado pela Editora Hidrolands Grafish Atelier. No MURO, realizará pintura (grafitti) sobre lona em grande dimensão como intervenção urbana num dos pavilhões, criado especialmente para dialogar com a obra de Marcelo Solá.