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junho 2, 2017
Andrei Thomaz na Adelina, São Paulo
Inaugurada em abril, a Adelina Galeria renova suas exposições nesse mês de junho e recebe duas individuais: a dupla Lecuona y Hernández traz peças criadas no ateliê da Adelina especialmente para a exposição Falso Histórico, com a curadoria de Raphael Fonseca, e Andrei Thomaz apresenta obras inéditas com a curadoria de Giselle Beiguelman. As duas mostras serão inauguradas no dia 6 de junho, às 19 horas.
A individual Luz inscrita, imagem incerta, de Andrei Thomaz, nos mostra imagens que nunca existiram, feitas a partir de paisagens urbanas capturadas por uma câmera fotográfica, modificadas em tempo real por softwares desenvolvidos por ele. Elementos como a escolha da paisagem, o enquadramento, a luz e outros são definidos pelo artista. Mas, a partir daí, perde-se qualquer previsibilidade sobre o que poderá acontecer com essa imagem. “Não se trata de uma edição ou de um efeito, mas de uma leitura algorítmica das cores”, conta Giselle Beiguelman, curadora da mostra.
A exposição traz, em sua maioria, trabalhos inéditos com a temática da interferência a variação da luz e do tempo sobre as paisagens. São três séries que reúnem imagens criadas com o software “Relógio de vela” e um vídeo gerado pelo software “Timelapse”. Em comum, as obras trazem um registro único que, como diz Giselle, vai além do olho e leva ao limite a relação do natural com a tecnologia: “O resultado é desconcertante. As imagens nos estranham assim como as estranhamos. É que estamos diante de imagens puramente algorítmicas. Elas já não dizem respeito à natureza, mas às linguagens de programação”.
Andrei Thomaz (Porto Alegre, 1981) é artista visual e professor. Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP e formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sua produção artística abrange diversas mídias, digitais e analógicas, envolvendo também várias colaborações com outros artistas, entre as quais encontram-se performances sonoras e instalações interativas. Foi um dos ganhadores do Prêmio FIAT Mostra Brasil (2006), do Prêmio Atos Visuais da Funarte (2007) e um dos premiados no 63° Salão Paranaense (2009). Ganhou o Prêmio de Ocupação dos Espaços da Funarte (2010), com o projeto Lugares/ Representações, junto com Daniel Escobar e Marina Camargo, e a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais (2014). Vive e trabalha em São Paulo.
Giselle Beiguelman (São Paulo, 1962) é artista, curadora e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Pioneira no campo da arte digital e no uso da internet e redes móveis para intervenções artísticas. Suas obras integram coleções de museus nacionais e internacionais como ZKM (Alemanha), coleção de Arte Latino Americana da Universidade de Essex (Inglaterra) e MAC-USP. Entre outros prêmios, recebeu o Prêmio ABCA 2016 (categoria Destaque).