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maio 30, 2017
Elvis Almeida no Galpão Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo
Ponta Seca Torta / Faca Cega, de Elvis Almeida, apresenta cerca de quinze pinturas de dimensões variadas. Com uma paleta de cores elétricas e um vocabulário visual bem definido, Elvis ocupa um lugar singular na produção contemporânea brasileira. Em seu processo, procura sempre colocar-se em uma situação de instabilidade. Sem projetos, esboços ou modelos, essa estratégia permite que procure soluções ao longo do percurso. Aparecem em seu trabalho materiais como óleo, acrílica, spray, tinta vinílica, esmalte, caneta marcador, grafite, carvão, entre outros. Elvis encara cada escolha de material como a proposição de um jogo, em que cada decisão cria novos impasses e cuja solução é a conclusão da tela.
Formado em gravura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, o pintor traduziu essa técnica para a pintura. Muitos dos elementos de suas obras são “carimbados” sobre a tela e a madeira com instrumentos de esponja que ele mesmo fabricou. A obra reúne elementos do grafite e dos quadrinhos, traduzidos e aglutinados em cores saturadas e contrastantes. Seu vocabulário visual se sustenta por um lado em formas de natureza física – sol, raio, chama, gota, folhas, moléculas – e por outro, da arquitetura através de padrões geométricos listrados e circulares, muitos deles desenhando memória de lugares reais. Esses dois grupos estão em permanente embate em telas cheias de fricção e faísca.
Elvis Almeida nasceu em 1985 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Graduou-se em Gravura na UFRJ (2013) e frequentou cursos de Serigrafia na EAV Parque Lage e de História da Arte nas Redes da Maré, todos no Rio de Janeiro. Suas exposições individuais incluem: O cotidiano das estruturas familiares, Projeto Tech_Nô, Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, 2017); Certezas para dobrar, Mercedes Viegas Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2016); Uma cidade de xapisco dividida por um muro de cau, Amarelonegro Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2010). Entre as coletivas, destacam-se: Pintura, Caixa Cultural (Rio de Janeiro, 2017); Um Desassossego, Galeria Estação (São Paulo, 2016); Oito artistas, Mendes Wood DM (São Paulo, 2016); Gramática Urbana, Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2012); Arte Pará, Fundação Romulo Maiorana (Belém, 2011); Reality Reimagined, Modified Arts (Phoenix, 2010); Abre Alas 6, A Gentil Carioca (Rio de Janeiro, 2010); VI Bienal Internacional de Arte SIART (La Paz, 2009); Iluminando o Novo, Largo das Artes e Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro, 2009). Em outubro, o artista participa ainda do 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (São Paulo).