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abril 10, 2017
Metrópole: Experiência Paulistana na Pinacoteca, São Paulo
Nova exposição de Tadeu Chiarelli, diretor geral da Pinacoteca, discute a experiência de viver em São Paulo
Há poucos anos, em uma enquete televisiva, ao perguntarem aos paulistanos qual imagem de São Paulo melhor representaria a cidade, eles escolheram a Avenida Paulista. Para Tadeu Chiarelli, diretor geral da Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, os parisienses teriam escolhido a Torre Eiffel, caso lhes fosse feita a mesma pergunta; os romanos, muito provavelmente escolheriam o Coliseu; os portenhos, a Casa Rosada, mas os paulistanos, não: ao invés de optarem por um monumento, um marco arquitetônico ou histórico, elegeram uma via de acesso.
“Megalópole latino-americana, São Paulo é a síntese de todas as cidades do continente exalando em seus obstinados e desmesurados contrastes a sensação de se viver no eterno anseio por uma realidade menos amarga e mais solidária. Viver em São Paulo é estar em constante deslocamento, é quase permanentemente experimentar a cidade em relances fugidios, vislumbrando a ordem no caos, o caos no caos”, afirma Chiarelli, curador da exposição Metrópole: Experiência Paulistana, a última da sua gestão, que abre dia 8 de abril na Pina_Estação e reunirá trabalhos (recentes ou não) de artistas cujas obras manifestam peculiaridades do viver nesta cidade.
Fazem parte da mostra Sidney Amaral, Dora Longo Bahia, Victor Brecheret, Peter de Brito, Rafael Carneiro, Leda Catunda, Flávio Cerqueira, Lia Chaia, Raphael Escobar, Renata Felinto, Luiz Gê, Carmela Gross, Evandro Carlos Jardim, Jaime Lauriano, Marcelo Moscheta, Zed Nesti, Nazareth Pacheco, Moisés Patrício, Daniel de Paula, Fernando Piola, Florian Raiss, Gustavo Von Ha, Chico Zelesnikar, entre outros artistas paulistanos, que vivem ou viveram na cidade e que colocam em pauta a “experiência paulistana”.
A fim de apresentar a singularidade dessa experiência, a exposição reunirá cerca de 80 obras de 33 artistas, entre instalações, pinturas, fotografias, vídeos e obras em outros meios, trabalhos contemporâneos em sua maioria. Embora com maior concentração de obras nas salas do segundo andar, eles ocuparão todo o edifício da Pina_Estação, usado nesta mostra como metáfora da cidade de São Paulo.
Os trabalhos serão espalhados pelas fachadas lateral e traseira, hall de entrada, elevadores, biblioteca, auditório, absorvendo inclusive uma parte do terceiro andar, onde acontece a exposição ‘Carta Aberta: Correspondências na prisão’, do Memorial da Resistência – museu que funciona no mesmo prédio. “Temos convicção de que tal diversidade encorajará o público a se deslocar por entre as múltiplas dimensões da realidade paulistana, revendo-as em chave poética no espaço da exposição”, completa Chiarelli.
Metrópole: Experiência Paulistana permanece em cartaz até 18 de setembro de 2017, no segundo andar da Pina Estação – Largo General Osório, 66.