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março 31, 2017
Claudia Jaguaribe na Casa Nova Arte, São Paulo
Série inédita sobre a China, da fotógrafa Claudia Jaguaribe, abre a programação de exposições da Casa Nova, em abril
Contrapondo passado e presente, a exposição Horror Vacui parte de Beijing para refletir o mundo contemporâneo e seus excessos
De volta à China depois de 15 anos, a fotógrafa Claudia Jaguaribe fotografou por Beijing em 2015 e 2016 numa busca por traduzir uma sensação que já vinha lhe chamando a atenção em todos os lugares, mas que é muito mais evidente por lá: os excessos. “São objetos, pessoas, paisagens, como se todos os lugares estivessem ocupados e que, nas imagens, acumulam novos sentidos e formas. É como se esse turbilhão espantasse o medo individual do nada, da ausência de sentido, do vácuo”, reflete a fotógrafa. Por isso o título: Horror Vacui, uma expressão em latim que significa horror ao vazio.
Para montar a exposição, Claudia optou por sobreposições que levam o espectador a olhar para frente e para trás, a história e a contemporaneidade. No primeiro conjunto, pinturas fotografadas na cidade fazem uma espécie de moldura para a fotografia central. “É como se a China antiga conversasse com a China moderna”, conta Claudia.
Pensada especialmente para o espaço da Casa Nova, um outro conjunto reúne centenas de imagens numa caixa de luz de grandes dimensões (1,20m x 1,20m), que ficará próxima ao jardim. São detalhes, paisagens, pessoas, construções, que fazem um mapa da cidade, em seis camadas que culminam no centro da caixa com a cidade proibida.
No teto, penduradas em um trilho, outras 13 fotografias formam uma espécie de varal, na altura dos olhos do espectador, e, no corredor, um homem em tom escuro, sobreposto por um vidro, chama para uma “selfie com o chinês”. A medida que o visitante se aproxima, a sensação proposta é que se esteja ao lado dele, enquadrado naquela fotografia.
O projeto todo também será lançado em fotolivro, pela Edição Bessard (Paris), de Pierre Bessard, ainda este ano, e parte dele estará na SP-Arte. “Esse trabalho é também sobre uma antiga tradição na arte oriental em que o preenchimento obsessivo do espaço cria imagens onde realidade e fantasia se misturam, e isto transcende a China”, completa Claudia.