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março 10, 2017
Pontogor em Paço das Artes no MIS, São Paulo
Exposição selecionada para a Temporada de Projetos 2017 reúne dez anos da produção em vídeo do artista no MIS
O Paço das Artes – instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – abre no dia 14 de março, às 19h, a mostra Frente à realidade, desisto, de Pontogor. No dia da abertura, haverá uma visita guiada e bate-papo com o artista, a crítica Marília Furman e a diretora artística e curadora do Paço das Artes, Priscila Arantes. A exposição do artista selecionado para a Temporada de Projetos 2017 fica em cartaz até 16 de abril no térreo do MIS (av. Europa, 158).
Frente à realidade, desisto apresenta dez anos da produção em vídeo de Pontogor, artista que trabalha também com outras linguagens como instalação, performance, música e fotografia. Segundo Pontogor, a exibição simultânea desses trabalhos estimula a compreensão deste recorte de sua obra.
Parte dos trabalhos expostos foi realizada em um momento em que o meio digital estava se sobrepondo às fitas magnéticas. Nesse período inicial dos trabalhos de Pontogor, que vai de 2006 a 2009, a mistura entre técnicas é constante. O artista mesclava, em sua ilha de edição, imagens feitas com câmeras digitais de baixa qualidade, videocassetes, TVs de tubo e câmeras VHS.
Em vez de trabalhar com a pureza intacta das imagens, o artista volta sua atenção para a produção gerada pela interferência, o ruído e a falha dos equipamentos. Não por acaso, Bruce Nauman, Letícia Parente, Nam June Paik, Peter Tscherkassky e Stan Brakhage são algumas das referências em seus caminhos “barulhentos”.
Com o passar dos anos, os trabalhos começaram a dialogar com outras linguagens, absorvendo estruturas mais convencionais ou formais do cinema, e também aspectos da música experimental e de improviso.
A exposição apresenta também dois livros, que assemelham a fotonovelas, e a obra-objeto intitulada Vídeo, uma fita VHS.
Após a mostra de Pontogor, serão expostos ao longo do ano os trabalhos dos artistas Ana Hupe, Cristina Elias, Daniel Frota, Julia Ayerbe, Juliana Kase, Renan Marcondes e Victor de La Rocque, e o projeto curatorial de Jota Mombaça e Thiago Souza. As mostras foram selecionadas pelo júri composto por Benjamin Seroussi, Juliana Gontijo, Priscila Arantes, Solange Farkas e Vinícius Spricigo.
Pontogor (Rio de Janeiro, 1981) vive e trabalha em São Paulo. Sua pesquisa tem foco em meios como vídeo, instalação, performance e música. Interessa-se pelo ruído e o desgaste nas imagens e sons, além de estar atento ao erro e ao acaso como ferramentas. Seu processo criativo se planifica desde o pensamento hermenêutico na procura de soluções sensoriais para plasmar problemáticas filosóficas sobre espaço e tempo.
Sobre a Temporada de Projetos
A vocação experimental do Paço das Artes é constatada, principalmente, por meio da Temporada de Projetos, que foi criada com o objetivo de abrir espaço à produção, fomento e difusão da prática artística jovem. Concebida em 1996, a Temporada de Projetos teve sua primeira exposição realizada em 1997 e se tornou, ao longo dos anos, um rico celeiro para a cena da jovem arte contemporânea brasileira.
Anualmente, a Temporada abre uma convocatória nacional selecionando nove projetos artísticos e um projeto de curadoria para serem desenvolvidos e produzidos com o respaldo do Paço das Artes. Os selecionados recebem acompanhamento crítico, a publicação de um catálogo sobre suas obras e um cachê de exibição. Desde seu surgimento, quando ainda era bienal (tornando-se anual em 2009), o programa possibilita a emergência de inúmeros artistas, curadores e críticos, muitos deles presentes na cena artística atual.
Em 2014, o Paço das Artes lançou a plataforma digital MaPA, concebida por Priscila Arantes, que reúne todos os artistas, curadores, críticos e membros do júri que passaram pela Temporada de Projetos.