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março 2, 2017
Deborah Paiva na Rabieh, São Paulo
A Galeria Rabieh inaugura no dia 8 de março de 2017, quarta feira, às 19 horas, a mostra individual de pintura a óleo da artista Deborah Paiva, Um Dia Comum. São exibidas cerca de 20 obras, produzidas entre 2016 e 2017, com texto de apresentação e curadoria de Douglas de Freitas.
Na mostra nos deparamos com pinturas que sugerem um mundo introspectivo, com personagens absortos mergulhados em ambientes apenas insinuados, quase abstratos. A paleta rebaixada desses quadros, em tons azul-esverdeados, cinzas e rosas, cria esse clima de calmaria quase melancólica.
Isso aparece em “Praça” e no díptico “Bordadeiras”. Em “Praça” a mulher reclinada no banco e o cachorro ao seus pés são flanqueados por campos cromáticos homogêneos e por uma espécie de renda feita de folhagens sobre fundo branco. As figuras, mulher e cachorro, flagradas numa situação qualquer, são arquétipos de milhares de outra que existem por ai. Da mesma forma, a figura de uma bordadeira, absorta em sua atividade solitária e paciente, torna-se espelho de outra em situação semelhante, criando uma simetria ocasional, própria de quem realiza um trabalho mecânico.
O díptico “Casal” tampouco retrata olhares cruzados nem a paixão que facilmente se associa ao título, mas apenas o perfil de duas figuras humanas cabisbaixas, cujos olhares desencontrados se lançam para o infinito acinzentado.
Invariavelmente de lado ou de costas, as figuras femininas são recorrentes na produção da artista. “Eu me interesso sobretudo pela atmosfera criada pelas cores e pela composição. A figura humana é importante, sem dúvida, porém é mais um elemento dentro do quadro e por isso ela emerge anônima, comum.” resume a artista.
O conjunto “Paisagem” é o único sem figuras humanas. Diáfano e alongado em suas formas, sugere campos e fragmentos de jardins ensolarados a partir do uso de cores que transitam entre o amarelo, o verde e o azul à moda do Impressionismo.
A exposição “Um dia comum” sugere a representação de vidas corriqueiras, vistas aos milhares, sem o glamour de um mundo feérico, colorido e veloz. Fica em cartaz até o dia 1º de abril e exibe ainda pinturas em nanquim e guache sobre papel japonês, vertente da produção de Deborah Paiva pouco exposta.