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janeiro 18, 2017
Cinthia Marcelle é selecionada para o pavilhão do Brasil na 57ª Bienal de Veneza
Cinthia Marcelle é selecionada para o pavilhão do Brasil na 57ª Bienal de Veneza
Fundação Bienal anuncia participação da artista que desenvolverá projeto com curadoria de Jochen Volz
Nota originalmente publicada no sítio da Bienal de São Paulo em 27 de dezembro de 2016.
A Fundação Bienal de São Paulo anuncia que a participação brasileira na 57ª International Art Exhibition, La Biennale di Venezia, em 2017, será desenvolvida pela artista Cinthia Marcelle (Belo Horizonte, 1974). O projeto consiste numa instalação especialmente comissionada para o Pavilhão do Brasil, com curadoria de Jochen Volz.
Desde o início dos anos 2000, Cinthia Marcelle vem construindo sua obra com uso de suportes variados que vão da instalação à escultura, da fotografia e do vídeo à performance. A artista trabalha com invenção de imagens e procura desenhar cenas poéticas e potentes com os elementos que registra e com os materiais que utiliza. Com frequência, busca expressamente criar circunstâncias ou configurações-modelo a fim de verificar coisas e situações.
Partindo da curiosidade, suas ideias e pensamentos se transformam em experimentos, que por sua vez se traduzem em imagens. Sua obra é uma declaração de que a arte é toda sobre o ato de lançar questionamentos. Respostas são dadas apenas e na medida em que são necessárias para estimular novas perguntas. Sempre marcados por um grau de absurdo, os trabalhos de Marcelle parecem derivar seu poder do fato de refletir a jornada da artista pela vida e de seu desejo de entender e experimentar as relações entre o eu e o mundo.
“Acompanho o trabalho de Cinthia Marcelle por muitos anos. Ela representa uma geração de artistas que está claramente a par da história da arte brasileira do século 20, mas que desenvolveu na última década um vocabulário potente, unindo experimentação visual com rigor conceitual e uma prática de colaboração que lhe é própria. Sua estratégia artística é marcada por uma resistência existência cotidiana que possibilita uma verdadeira investigação estética”, diz o curador Jochen Volz. “Veneza é uma grande vitrine para o frescor da arte brasileira. Focada no fomento da produção contemporânea, a Bienal de São Paulo pretende fazer desta uma participação memorável. O comissionamento de uma única instalação de grandes dimensões vai nesse sentido”, sugere o presidente da Fundação Bienal, João Carlos de Figueiredo Ferraz.
Cinthia Marcelle participou de individuais na América do Sul e na Europa e recentemente foi comissionada pelo Projects 105 para apresentar Educação pela Pedra, novo site-specific para a Duplex Gallery do MoMA PS1, em Nova York (2016). Participou também da 11ª Bienal do Sharjah (2015) com At the Risk of the Real e apresentou sua instalação Dust Never Sleeps na Sezession, em Vienna (2014). Em 2006, recebeu o International Prize for Performance por seu trabalho Gray Demonstration e em 2010 foi agraciada na primeira edição do Future Generation Prize.