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dezembro 14, 2016

Daisy Xavier no Paço Imperial, Rio de Janeiro

O Paço Imperial apresenta a exposição Pequenas Gravidades, individual da artista carioca Daisy Xavier com curadoria de Franklin Espath Pedroso.

Esta mostra traz mais de 70 obras entre esculturas, desenhos, pinturas e fotografias. Essa seleção de obras expõe parte da trajetória da artista. Não é uma retrospectiva, mas sim uma criteriosa escolha para representar seu percurso artístico dos últimos quinze anos.

Sua produção mais recente está presente com a série intitulada "Pequenas Gravidades" - série que dá nome à mostra. Nesse momento retoma de forma contundente o uso das redes em suas obras. Agora as redes tecidas com fios metálicos envolvem e expandem o espaço bidimensional das telas. A sobreposição das malhas e o eventual registro dessas sombras desenha um universo que se move para além do plano.

Além desta série, Daisy Xavier exibe várias obras destacadas de importantes mostras anteriores, tais como o "Último Azul" apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 2011; as fotografias de corpos submersos de "Anfíbios", a série "Arqueologia da Perda", a série "Natureza em Expansão", entre outras.

Na série "Arqueologia da perda" a artista desconstrói uma série de moveis antigos da casa onde passou a infância, criando novos e inusitados desenhos, uma “quase ficção”, como ela mesma define.

Nestas obras podemos verificar a relação da artista com a psicanálise pois afirma que o processo utilizado foi semelhante ao de uma análise, onde cada parte foi desmembrada para se reconstruir e se redesenhar.

Diversas questões são colocadas em cena como limites, memória, equilíbrio, desamparo, tensão e a diluição das formas. O publico terá a oportunidade de ver seu caminho percorrido e compreender estas questões. Poderá também verificar como a rede e a água são elementos sempre presentes na obra da artista. Ela se serve desses dois elementos para por em questão a rigidez dos limites. Através da permeabilidade e fluidez das redes e da água busca dar ao corpo o senso móvel do inconsciente.

Algumas destas obras já foram reproduzidas em seu livro intitulado "Último Azul", publicado pela Editora Barléus, por ocasião de sua exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 2011.

A exposição traz ainda outra série ainda inédita: "Natureza em expansão". Aqui a artista se utilize tanto das redes como materiais da natureza fazendo com que formas sejam repetidas, se proliferem e se expandam rompendo limites entre o que é natureza e o que é artificial.

Daisy Xavier tem um extenso percurso artístico. Apresentou sua primeira individual no Centro Cultural Brasil-Colômbia em Bogotá, em 1992. De lá para cá participou de inúmeras exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Está representada em importantes coleções de museus, bem como coleções particulares.

Posted by Patricia Canetti at 10:30 AM