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dezembro 14, 2016
Antonia Dias Leite no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Antonia Dias Leite iniciou sua relação com a imagem fotográfica durante a adolescência, explorando seus limites e possibilidades através de uma pesquisa que oscila entre a representação e a abstração. O resultado de um projeto realizado ao longo dos últimos dois anos será apresentado na exposição Eterno Retorno, com abertura em 17 de dezembro, no Paço Imperial. A mostra, com design de exposição de Ana Luisa Dias Leite, ocupará o Terreirinho, espaço de 90 metros quadrados inaugurado recentemente pela diretora Claudia Saldanha.
A artista de 36 anos apresentará 10 fotografias e uma videoinstalação, interligadas, que exploram o movimento infinito da impermanência. “Esta série é uma pesquisa visual que fala sobre a relação entre o etéreo e o material. A construção narrativa do trabalho é inspirada em mecanismos de sonhos, onde imagens se conectam de forma fluida através da livre associação ”, explica.
Na primeira sala da exposição, a série fotográfica funciona como uma transição que conduz o espectador para um ambiente escuro, fechado por uma cortina de veludo, criando uma espécie de caverna, onde a videoinstalação o transporta para uma instigante viagem sensorial. “É neste conceito alquímico de transmutação permanente e circular, que Antonia Dias Leite faz emergir a potência questionadora e visceral de sua jornada visual em direção as profundas camadas do subconsciente humano, onde o real e o surreal se tocam, num constante processo de criação, destruição e renovação”, comenta o jornalista Fabiano Post no texto de apresentação sobre a mostra.
Antonia Dias Leite nasceu no Rio de Janeiro, mas foi durante os 10 anos em que viveu em Nova York que decidiu seguir a carreira de artista. Em 2009 finalizou o mestrado em fotografia e vídeo pela School of Visual Arts, tendo Vik Muniz como seu orientador de tese. De lá para cá, expôs em instituições internacionais como Bienal de Pequim, Stephan Stoyanov Gallery (NY), CCBB (Rio), Festival Arte in Sarpi (Milão), Festival Videoformes (Clermont-Ferrand, Grimmuseum (Berlim), e Galeria Leme (SP). Em 2012 foi indicada ao Prêmio Pipa e em 2014 fez residência de três meses na Residency Unlimited (NY). A artista já teve sua obra publicada na Vogue Itália e recebeu resenha do jornal The New York Times, onde a crítica Roberta Smith chamou seu trabalho de “hipnotizante”.