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dezembro 11, 2016
Marina Saleme no Paço Imperial, Rio de Janeiro
O Paço Imperial recebe a partir de 17 de dezembro de 2016 a exposição individual de Marina Saleme, com curadoria de Felipe Scovino e produção da Tisara Arte Produções Ltda.
A mostra, de caráter retrospectivo, apresenta obras da coleção da artista e de acervos privados, incluindo trabalhos recentes e inéditos, que possibilitam ao espectador assistir, refletir e produzir novos olhares sobre a obra dessa importante artista. Encontram-se ma exposição obras de distintas fases e períodos que exploram as diversas pesquisas da Marina Saleme. A exposição também propõe ao público carioca uma discussão sobre pintura contemporânea no Brasil, através de uma palestra e da publicação de um catálogo com texto do Felipe Scovino.
São cerca de 25 obras que compõem um diálogo generoso e imprescindível sobre a produção pictórica da artista, que mesmo trabalhando com o suporte fotográfico, faz uso de um diálogo com a pintura. Marina desenvolve sua pesquisa desde os anos 80 e é uma das principais artistas brasileiras da sua geração, com obras em importantes acervos públicos do Brasil.
Uma exposição inédita de uma artista importante na discussão sobre pintura contemporânea no Brasil e que há muito não expõe individualmente em uma instituição pública sediada no Rio de Janeiro. A falta de acervos públicos mais consistentes e qualificados no país não permite que o público possa assistir in loco a obra dos seus mais representativos artistas. Esta exposição com um número significativo de obras vem minimamente preencher essa lacuna.
A exposição contará também com a realização de uma visita guiada do curador sobre a obra da artista. A ideia é que o curador explicite a linha curatorial da exposição e o público tenha a oportunidade de questionar e refletir sobre arte brasileira, em geral, e a obra de Marina, em especial. A exposição e o debate permitirão a difusão da pesquisa e o estudo que a produção das artes plásticas trava com outras linguagens visuais, investigando a amplitude que o fenômeno das artes vem criando com outras áreas.
Sobre a artista: Existem dois procedimentos na sua obra, que são evidentes e que não necessariamente estão separados ou individualizados. Estes procedimentos se confundem, invadem um ao outro, criando um processo investigativo dos mais instigantes. O primeiro deles é o fato de sua obra revelar ocultando, isto é, o acúmulo de camadas e as diferentes técnicas que são empregadas no trabalho criam uma volumetria que supostamente nos afasta da primeira camada. Contudo, a artista elabora um sistema que não nos faz esquecer dessa imagem inicial e nos leva para um território de novas descobertas, achados e premissas sobre a imagem- o que valoriza seu potencial pictórico.
Fotografia e pintura mesclam-se em um mesmo repertório: o de criar situações que subvertem a ordem do plano e daquilo que está diante de nós. Passamos a duvidar sobre o que sempre se constituiu como verdade.
A obra de Marina é fundamental para se entender os distintos modos de se fazer pintura no Brasil e como a discussão colocada por ela atravessa fronteiras geográficas e políticas. Lançando um olhar sobre o atravessamento de narrativas e técnicas da artista e ao sentido de investigação que norteia a sua produção, tomamos contato com métodos que ampliam a capacidade de entendermos o conceito de artes visuais: a economia de gestos e matéria e a conquista do espaço, assim como a representação do corpo diante de um mundo cada vez mais cruel que se constitui através de uma temporalidade cada vez mais exígua.
Questões que versam sobre a dúvida em relação a figura e a sua real posição no mundo, a vulnerabilidade da existência, presença e principalmente ausência de todas as coisas frente ao tempo e espaço são uma constante no trabalho de Marina Saleme (São Paulo, 1958). Marina se formou em Artes Plásticas na Faap em 1982 e deu aula de pintura e seus processos criativos durante 10 anos no Instituto Tomie Ohtake. A artista trabalha desde então predominantemente com pintura, desenho e fotografia.
Destacam-se as exposições individuais e coletivas nos seguintes museus e instituições: Paço Imperial (Rio de Janeiro); Paço das Artes (São Paulo); Centro Universitário Maria Antônia (São Paulo); MAM-SP (São Paulo); Palácio das Artes (Belo Horizonte); Musée d’art contemporain de Baie-Saint-Paul (Québec); Embaixada do Brasil na França (Paris), Galeria Luisa Strina (São Paulo), Galeria DotArt (Belo Horizonte); Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto); entre outras.
Suas obras estão em coleções públicas e particulares de destaque, como o MAM-RJ (Rio de Janeiro); Coleção Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto); Instituto Cultural Itaú (São Paulo); MAM-SP (São Paulo); Pinacoteca do Estado de São Paulo; Fundação Padre Anchieta / Metrópolis, São Paulo.