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novembro 18, 2016
Fortes Vilaça chega aos 15 anos com novidades
Galeria, uma das principais do país, passa a incorporar o sobrenome dos três sócios a partir de novembro
Exposição com artistas brasileiros e do exterior abre a Carpintaria, espaço inédito do grupo na zona sul carioca
Em seu aniversário de 15 anos, a Galeria Fortes Vilaça inaugura uma nova fase, com a abertura de um espaço no Rio de Janeiro e a transformação de sua identidade societária.
No dia 20 de novembro, quando a exposição Uma Canção para o Rio inaugurar a Carpintaria, espaço de 300 metros quadrados no Jockey Clube carioca que foi cuidadosamente reformado para abrigar as atividades do grupo na cidade, o nome Fortes D’Aloia & Gabriel já será oficial. A alteração atualiza o sobrenome de Alessandra D’Aloia, anteriormente Vilaça e conclui a incorporação societária de Alexandre Gabriel, atuante na galeria desde o seu início. “Tudo confluiu para um único momento. Queremos reafirmar o que existe há 15 anos, porém com uma nova proposta”, sintetiza Marcia Fortes, o outro vértice do trio. Esta mudança marca um ponto de transformação e diversificação das atividades da sociedade.
Representando 42 artistas brasileiros e estrangeiros, que lidam com os mais diferentes meios e poéticas, a galeria é uma das mais dinâmicas do país. Só no mês de outubro, tinha artistas presentes em mais de 20 exposições espalhadas pelo mundo.
Essa confluência de novidades foi, segundo os sócios, uma feliz sincronia. O projeto de ter um espaço no Rio é acalentado há tempos. Alessandra e Marcia começaram a trocar ideias sobre o assunto ainda na década passada, mas as dificuldades em implementá-la levou ao adiamento dos planos até que, há cerca de dois anos, receberam um convite para participar de um novo polo cultural e gastronômico a ser instalado dentro do espaço do Jockey Clube. As condições de ocupação eram bem mais vantajosas do que as encontradas no valorizado mercado imobiliário carioca, tendo como contrapartida a reforma da área, que estava em precárias condições, e o comprometimento com o projeto. A aceitação foi imediata. De forma que a Carpintaria – assim chamada porque a casa escolhida teve essa função no passado – será a primeira atividade a ser inaugurada no novo complexo, intitulado Vila Portugal. Sua frente é voltada para a parte interna do terreno, com vista para a pista de corrida e as montanhas da cidade.
“Nossos vizinhos – restaurantes, livrarias e outras galerias – serão abertos cada um no seu ritmo”, explica Alessandra D’Aloia, que se mudou há alguns meses para o Rio para supervisionar de perto a reforma do espaço, feita pela dupla Pedro Évora e Pedro Rivera, do escritório Rua Arquitetos. A confirmação de Gabriel como novo sócio também só ocorreu agora, mas as tratativas começaram três anos atrás, já que esses processos costumam ser vagarosos. Apesar da crise, que os forçou a participar mais ativamente de feiras internacionais, o ânimo é grande. “É nosso atestado de teimosia”, brinca Marcia.
Houve, por parte dos galeristas, uma grande preocupação em manter o espaço da Carpintaria o mais preservado possível. A única mudança mais radical foi a elevação do pé direito, de 2,8 para 4 metros, mas foram mantidas as tesouras de madeira bem como as telhas originais. Trata-se de um espaço amplo, versátil, pensado para viabilizar os projetos do trio para o Rio de Janeiro. O foco da ação na cidade carioca foi o desejo de criar um novo espaço de experimentação, que permitisse ampliar as ações do grupo para outros modelos expositivos e outras vertentes da arte. “Trata-se de um lugar para ventilar nossas ideias, abrir um pouco a abrangência de nossas práticas”, explica Marcia Fortes.
Não por acaso a mostra inaugural é uma grande coletiva que explora a relação entre as artes visuais e a música (ver anexo). Alessandra destaca ainda que o Rio de Janeiro passa por um momento de grande dinamismo, com a criação recente de várias instituições. “Mas sempre há mais o que fazer. Nosso trabalho é de formiguinha”, conclui.
Alexandre Gabriel considera que há uma certa complementariedade e uma desejada diversidade entre os três espaços comandados pelo trio: a Galeria da rua Fradique Coutinho, o Galpão no Bom Retiro – ambos em São Paulo - e agora a Carpintaria, cada um com uma vocação bem nítida. “Queríamos fugir um pouco dessa ideia de galeria que abre filiais; cada espaço tem sua identidade própria”, complementa.
No caso da Carpintaria, a vocação é de diálogo com outras expressões artísticas para além das artes plásticas,bem como de abertura para novos artistas, que exploram diferentes linguagens e pertencem a várias culturas. O tempo também será mais lento, com mostras e eventos de duração mais longa. A ideia é realizar não mais do que cinco eventos anuais, com duração mínima de seis semanas, combinando mostras coletivas, grandes individuais (apenas uma por ano), cessão esporádica do espaço para terceiros que tenham projetos pontuais interessantes e a realização de encontros férteis, em duplas e trios de artistas, com afinidades especiais. Um desses duetos – ou duelos – já está definido e deverá colocar lado a lado Adriana Varejão e a portuguesa Paula Rego, cujas obras se encontram em questões como a violência, o universo feminino e os comentários sobre imperialismo e colonialismo.
Novo website e contato (ativos após de 20/11):
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