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novembro 17, 2016
Cromofilia vs Cromofobia: investigações da cor na Nara Roesler, São Paulo
A Galeria Nara Roesler | São Paulo apresenta Cromofilia vs. Cromofobia: investigações da cor. A coletiva inclui dezoito obras de Abraham Palatnik, Antonio Dias, Bruno Dunley, Cao Guimarães, Carlito Carvalhosa, Daniel Buren, Daniel Senise, Haegue Yang, Hélio Oiticica, Julio Le Parc, Karin Lambrecht, Lucia Koch, Marco Maggi, Rodolpho Parigi, Sergio Sister, Tomie Ohtake, Vik Muniz e Xavier Veilhan.
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Organizada pela diretora artística da galeria, Alexandra Garcia Waldman, a exposição gira em torno da batalha entre a tabela cromática e o círculo cromático.
Tomando como base teórica o ensaio “Chromophilia”, do livro "Chromophobia", de David Batchelors, a exposição apresenta artistas contemporâneos que brincam, destroem e se deleitam com a tensão entre o uso das cores industriais pós-1960 e o advento da tabela cromática. Batchelor descreve a tabela cromática, como uma lista descartável de cores prontas. “Cada tira de papel é uma pintura abstrata perfeita em miniatura, ou um exemplo compacto de serialismo cromático, ou uma página de um vasto catálogo raisonné de monocromos”. A tabela conferiu aos artistas liberdade e autonomia na utilização das cores, algo inimaginável dentro da rígida estrutura estabelecida anteriormente pelo círculo cromático. Nas palavras de Batchelor: “o círculo cromático estabelece relações entre cores e implica uma hierarquia quase feudal entre elas – primárias, secundárias e terciárias, puras e não tão puras”.
Os artistas da exposição brindam os visitantes com o espectro completo do drama cromático. Daniel Buren rejeitou a ideia de que a eliminação da cor produziria uma forma mais pura de arte; ao contrário, a cor para ele é essencial e não pode ser substituída por palavras ou ações.
Exposta ao lado de Colors, light, projection, shadows, transparency: works in situ 5 está Santa Teresa Nerveux, de Rodolpho Parigi, onde cores explosivas tecem formas geométricas planas, em composições que evocam paisagens urbanas semi-abstratas e fragmentadas. No mesmo espaço, Pictures of Pigment: Monochrome, pink-blue-gold, after Yves Klein, de Vik Muniz, transmite uma sensação de controle, utilizando as cores vibrantes preferidas pelo falecido Yves Klein. Na outra extremidade da exposição, Sérgio Sister recontextualiza ideias clássicas relativas à tela enquanto janela, investigando a intrincada relação entre as cores quando estas interagem com o espaço e o ar.
Tomie Ohtake foi fascinada pela cor durante toda sua vida e sempre explorou a sobreposição de círculos, formas ovais, arcos e pilhas de objetos para realçar a experiência de suas obras. O trabalho selecionado, uma de suas pinturas mais recentes, convida à contemplação e à imersão na lógica de sua arte. Lucia Koch também utiliza a cor para preservar, alterar e continuar uma experiência. Mostruário – degradês, da série degradês, preserva a cor do pôr-do-sol em tela impressa. A obra é iluminada por trás e a experiência é completamente alterada por uma natureza preservada artificialmente.
Os artistas na exposição desafiam os espectadores a experimentar a cor. Eles materializaram as cores para alcançar a liberdade de experimentação, deixando para trás a rigidez do círculo cromático.
Galeria Nara Roesler | São Paulo is pleased to present Chromophilia vs. Chromophobia: an exploration of color. The group exhibition features eighteen pieces by Abraham Palatnik, Antonio Dias, Bruno Dunley, Cao Guimarães, Carlito Carvalhosa, Daniel Buren, Daniel Senise, Haegue Yang, Hélio Oiticica, Julio Le Parc, Karin Lambrecht, Lucia Koch, Marco Maggi, Rodolpho Parigi, Sérgio Sister, Tomie Ohtake, Vik Muniz, and Xavier Veilhan.
Organized by the gallery’s artistic director Alexandra Garcia Waldman, it centers on the battle between the color chart vs. the color circle.
Building on the theoretical base of the essay Chromophilia from David Batchelor’s book Chromophobia, the exhibition experiments with how contemporary artists play, destroy, and reveal in the tension between post-1960’s use of industrial colors and the advent of the color chart. Batchelor describes the color chart as a disposable list of readymade color. “Each strip of paper is a perfect abstract painting in miniature, or a compact example of color serialism or one page of a vast catalogue raisonné of monochromes.” The chart gave artists freedom and autonomy in their use of color, previously unimaginable within the rigid structure established by the color circle. As he states: “the color circle establishes relationships between colors and implies an almost Feudal hierarchy among colors – primaries, secondaries and tertiaries, the pure and the less pure.”
The artists on view greet viewers with the full spectrum of drama with color. Daniel Buren rejected the idea that eliminating color would produce a purer form of art – quite the opposite: for him, color is essential and cannot be substituted by words or action. Shown alongside Colors, light, projection, shadows, transparency: works in situ 5, by Daniel Buren, is Rodolpho Parigi’s Santa Teresa Nerveux, with explosive colors weaving flat geometric forms into compositions that evoke fragmented, semi-abstract urban landscapes. In the same space, Pictures of Pigment: Monochrome, pink-blue-gold, after Yves Klein, by Vik Muniz, communicates a sentiment of control through the vivid color of choice of the late Yves Klein. On the other side of the exhibition, Sérgio Sister re-contextualizes classical ideas about the canvas as a window in his exploration of the intricate relationship between colors when they interact with space and air.
For Tomie Ohtake, color was a lifelong fascination, and she explored them continuously with juxtapositions of circles, ovals, arcs, and mounds to emphasize the experience of her works. The selected piece, one of her more recent paintings, invites contemplation and immersion into the logic of her art. Lucia Koch also utilizes color to preserve, alter, and continue an experience, showcase –gradient, from the gradient series, preserves the color of sunsets onto printed canvas. The work is then lit from the back and the experience is completely altered by an artificially preserved nature.
The artists on show challenge the viewers to experience color. They materialized colors to provoke freedom of experiment, leaving behind the rigidity of the color circle.