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novembro 11, 2016
200 anos da EBA no MNBA, Rio de Janeiro
Exposição no Museu Nacional de Belas Artes comemora os 200 anos da EBA – Escola de Belas Artes da UFRJ
Será inaugurada dia 11 de novembro, para o público às 18 horas, no Museu Nacional de Belas Artes, a exposição Escola de Belas Artes: 1816-2016. Duzentos anos construindo a arte brasileira. Sob a curadoria de Angela Ancora da Luz, a mostra faz um recorte da produção artística da instituição que formou – e ainda forma – centenas de artistas brasileiros desde Vítor Meireles, Antônio Parreiras, Eliseu Visconti, passando por Burle Marx, Goeldi, Cândido Portinari, Franz Weissmann, Anna Maria Maiolino, Roberto Magalhães, Lygia Pape, Celeida Tostes, Roberto Magalhães, Mauricio Salgueiro até Felipe Barbosa, Bruno Miguel, Jarbas Lopes entre muitos outros.
Criada por Decreto Real de D. João em 12 de agosto de 1816, a primeira sede da Escola de Belas Artes foi na Travessa das Belas Artes, próxima a Praça Tiradentes. O prédio, de Grandjean de Montigny, foi projetado para receber a então Academia Imperial das Belas Artes e foi inaugurado em 5 de novembro de 1826. Em 1908, já com o nome de Escola Nacional de Belas Artes, a instituição transferiu-se para seu segundo prédio, com projeto de Morales de los Rios, na Avenida Rio Branco, onde hoje situa-se o Museu Nacional de Belas Artes. Em 1975 a escola mudou-se definitivamente para o prédio da reitoria UFRJ na Cidade Universitária, Ilha do Fundão, compartilhado, também, com a Faculdade de Arquitetura.
Segundo a curadora da exposição, Angela Ancora da Luz, que dirigiu a EBA entre 2002 e 2010, “a presença da Escola no contexto da sociedade brasileira revelou sua identidade por aspectos pouco conhecidos, mas de grande interesse social e político, além de seu princípio norteador fundamental: o ensino artístico. Uma escola de grande peso no Império e que esteve aberta a todos os que desejassem buscar o caminho das artes, sendo aceitos pelos grandes mestres dos ateliês. O que contava na hora da seleção era o talento, sem restrição ao grau cultural, à raça ou situação econômica. Cândido Portinari, por exemplo, mal havia completado o terceiro ano do curso “primário” quando foi aceito pela instituição, tornando-se a grande referência da pintura brasileira”.
“São incontáveis os pintores, escultores, desenhistas, gravuristas, cenógrafos, indumentaristas, designers, restauradores e paisagistas que saíram dos ateliês e salas da escola. O grande desafio que a presente exposição nos trouxe foi o de apresentar apenas alguns destes artistas e suas obras. Mesmo se ocupássemos todas as salas deste museu (...) ainda assim seria impossível apresentar a excelência de tudo que aqui se produziu”, completa a curadora.
A exposição ocupará dois salões expositivos do MNBA abrangendo a produção dos artistas que passaram pela Escola de Belas Artes, desde sua criação até a presente data. A dificuldade de selecionar as obras desta mostra comemorativa foi muito grande. Pela excelência dos artistas que passaram por seus ateliês – impossível trazer um representante de cada período – a opção da curadoria foi privilegiar os que tiveram a formação da escola. Muitos desses artistas foram alunos do Curso Livre, admitidos pela avaliação dos Mestres. Passaram pela instituição artistas de todas as classes sociais, a escola sempre foi uma unidade que presava pela diversidade. De todos que cursaram a Escola de Belas Artes, mesmo os que não a concluíram, ficou o reconhecimento do papel fundamental que ela representou em suas trajetórias.
O eixo curatorial enfatizou a Escola de Belas Artes como instituição que preserva a preocupação social, política e intelectual das diferenças individuais, o que não impede a formação de um corpo e de uma identidade. A curadoria buscou evidenciar as diferenças e afinidades em desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, instalações, vídeos e performances que fizeram da escola um paraíso vocacionado para a arte e a cultura no Rio de Janeiro, potente e famosa caixa de ressonância artística do Brasil.
O projeto conta com patrocínio integral da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a produção/idealização da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que já realizou importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Farnese de Andrade, Athos Bulcão, Milton Dacosta, Miguel Angel Rios, Raymundo Colares, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Henri Matisse, Bruno Miguel, Antonio Bandeira, Manoel Santiago, Teresa Serrano, Regina de Paula, Nazareno, entre outros.
Este projeto foi realizado com recursos do Viva a Cultura! - Programa de Fomento à Cultura da Prefeitura do Rio - Viva a Arte! / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro / Secretaria Municipal de Cultura.