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novembro 6, 2016
Marina Rheingantz na Fortes Vilaça, São Paulo
Temos o prazer de apresentar Terra Líquida, quarta mostra individual de Marina Rheingantz na Galeria Fortes Vilaça. A artista apresenta pinturas inéditas de formatos variados, de muito grandes a bem pequenos, que operam no limiar da figuração. São paisagens mínimas que remetem a falésias, serras, mares, charcos, campos e terras caipiras, lugares visitados e inventados que se descolam do real e incorporam a geometria e a textura da pintura.
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Em Terra Líquida (2016), trabalho que dá nome à exposição, emaranhados de poças d’água unificam a tela e criam caminhos entre elementos reconhecíveis que sugerem um clube hípico. Com mais de quatro metros de largura, é a maior pintura já executada por Marina, o que exigiu da artista um movimento constante de aproximação e distanciamento ao pintá-la, um movimento que se repete para o espectador. A composição sugere um processo de desconstrução de uma imagem com sucessivas camadas de pintura, resultando na reconstrução de uma memória.
No entanto, um olhar mais apurado revela o protagonismo da tinta no processo da artista. Marina não persegue uma ideia narrativa – ela deposita sobre a tela camadas de pinceladas robustas, trabalhando a superfície e ouvindo a pintura. Ao escutar a cor e a tinta, a imagem se insinua e a artista segue, agora sim de encontro a uma possível narrativa. A imagem não é o começo e nem o fim, ela acontece no meio do caminho.
Nas pinturas sobre linho da série Bordados as cores de fundo ganham tratamento quadriculado, como nos tecidos próprios para bordar, por meio de sutis alterações tonais e controladas pinceladas. Barras coloridas introduzem aos poucos novas cores no trabalho, enquanto linhas grossas traçam padrões assimétricos e sugestivas paisagens distendidas.
A abertura é pontuada pelo lançamento do livro Terra Líquida (Editora Cobogó), abrangendo toda a produção da artista, com ensaio assinado pelo crítico e curador Rodrigo Moura.
Marina Rheingantz (Araraquara, 1983) é graduada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Integrou o grupo de jovens artistas paulistas conhecido como 2000e8, que reafirmou a força da pintura como linguagem artística nos anos recentes. Teve mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2012) e no Centro Universitário Maria Antônia (2011), entre outras. Exposições coletivas incluem Projeto Piauí (Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, 2016), Soft Power (Kunsthal KAdE, Amersfoort, Holanda, 2016), Os muitos e o um (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016) e No Man’s Land – Women Artists from the Rubell Family Collection (Contemporary Arts Foundation, Miami, 2015). Seu trabalho está em coleções como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Itaú Cultural.
We are pleased to present Terra Líquida [Liquid Earth], Marina Rheingantz’s fourth solo exhibition at Galeria Fortes Vilaça. The artist shows new paintings in various formats, from very large to quite small, which operate on the threshold of figuration. They are an abstract reduction of landscapes that allude to sea cliffs, mountain ranges, seas, marshes, fields and rural areas, visited and invented places that are detached from reality and embody the geometry and texture of the painting.
In Terra Líquida (2016), the piece that gives its name to the exhibition, a maze of puddles integrates the canvas and creates paths between recognizable elementsthat suggest an equestrian club. Measuring over four meters wide, it is the largest painting Marina has ever executed, what required her to constantly move towards and away from the piece while painting it, a movementwhich is then repeated by the viewer. The composition suggests a process of deconstructing an image with successive layers of paint, resulting in the reconstruction of a memory.
However, a closer look reveals the protagonism of the paint in the artist’s process. Marina does not pursue a narrative idea – instead, she deposits layers of robust strokes on the canvas, working the surface and paying close attention to the painting.While she is listening to the color and the paint, the image insinuates itself and the artist now moves on towards a possible narrative. The image is neither the beginning nor the end, it happens along the way.
In the paintings on linen from the series Bordados [Embroideries], the background colors receive a gridded treatment, similar to those embroidering fabrics, by making use of subtle alterations of hues and controlled strokes. Colored bars gently introduce new colors onto the work, while thick lines produce asymmetric patterns and suggestive expanded landscapes.
The opening is marked by the release of the book Terra Líquida (Editora Cobogó), encompassing the entire production of the artist, and including an essay signed by reviewer and curator Rodrigo Moura.
Marina Rheingantz (Araraquara, SP, 1983) has a B.A. in Fine Arts from Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). She belonged to the group of young artists known as 200and8, which have reaffirmed the power of painting as an artistic language in recent years. She held solo shows at Centro Cultural São Paulo (2012) and at Centro Universitário Maria Antônia (2011), among others. Her participation in collective shows include Projeto Piauí (at Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, 2016), Soft Power (Kunsthal KAdE Amersfoort, the Netherlands, 2016), Os Muitos e o Um (The Many and the One at Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016) and No Man's Land – Women´s Artists from the Rubell Family Collection (Contemporary Arts Foundation, Miami, 2015). Her work can be found in collections such as those from Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, and Itaú Cultural.