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outubro 23, 2016

Mano Penalva na Central, São Paulo

A Central Galeria tem o prazer de apresentar Balneário, primeira exposição individual do artista Mano Penalva na galeria. A mostra é composta por obras inéditas, transitando entre pinturas, esculturas e instalações que evidenciam a produção, circulação e utilização de objetos no mundo. Os trabalhos são criados a partir de artigos comuns encontrados e adquiridos na rua, mercados populares e em viagens. Estes produtos são provenientes de diversos lugares do Brasil e do exterior e, por isso, ao mesmo tempo em que os trabalhos são facilmente identificados com a cultura nacional, especialmente devido à apropriação de alguns itens que nos são familiares, seus significados são ampliados e extrapolam fronteiras através das escolhas dos materiais e das combinações propostas pelo artista.

O interesse pelos materiais simples e corriqueiros dos quais Mano se apropria vem de sua formação na Bahia, onde nasceu e viveu até os 17 anos. O trabalho como pesquisador que o artista desenvolveu acentuou ainda mais este interesse, ao perceber os usos distintos do mesmo objeto e palavras em diferentes culturas. Seu trabalho surge desta urgência em se apropriar de artigos ordinários, que atravessam fronteiras e realçam a globalização, para então subverter os valores e significados originais, criando um novo universo de objetos, cores e palavras.

O trabalho de Mano nos faz refletir sobre o caráter dos objetos, como eles transitam pelo mundo, as relações de troca e acordos comerciais entre países, assim como transparece as diferentes camadas de significados que eles adquirem quando utilizados por outras culturas e o impacto na formação dos costumes de uma sociedade. Parte da exposição será formada por espécies de bandeiras, que são construídas seguindo a orientação de cores, formas ou mesmo palavras presentes em sacolas de feira e sacos que o artista coleciona, originários de diversas regiões. Assim como Mano, com seus olhos atentos ao mundo ao seu redor, pensa cotidianamente no valor dos produtos e itens encontrados e vendidos nas ruas, a exposição convida o espectador a refletir sobre o aspecto formal, cultural e social desses objetos.

Posted by Patricia Canetti at 3:00 PM