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setembro 19, 2016
Daniel Feingold no MON, Curitiba
A exposição Acaso Controlado foi montada pela primeira vez no Museu de Arte Moderna do Rio do Janeiro (MAM Rio) em 2013. O artista Daniel Feingold e a curadora Vanda Klabin selecionaram 22 obras do artista, em grandes formatos, e uma série fotográfica com 32 peças para compor a mostra.
Na primeira exibição, Acaso Controlado foi um dos destaques do MAM no ano de 2013. Agora o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, (MON) recebe a mostra, que ocupa a sala 2 do MON. A curadora e o artista dividiram a sala em 4 ambientes distintos, criando um ambiente individual para cada série. No primeiro espaço, são apresentados três obras históricas, entre elas, o tríptico Grid# 02, que fez parte da Bienal do Mercosul, seguidas de outras duas obras da série “Espaço Empenado”, dando um caráter retrospectivo da carreira de Feingold.
Nas salas seguintes são apresentados quatro pinturas da série “Estrutura” que medem até dois metros e oitenta cada, são dípticos, em esmalte sintético, cada um com uma paleta reduzida de cores, enfatizando as questões: estrutura, plano e cromatismo.
A série negra, que o artista chama de Yahweh (Javé) leva o nome do Deus judaico do Antigo Testamento e é composta por 6 telas em grandes formatos, pintadas em preto sobre branco, na posição vertical e, depois, unidas na horizontal, formando dípticos de grandes dimensões. Essa série marca um novo ciclo de trabalhos do artista.
Fechando a exposição, são mostradas29 fotografias da série "Homenagem ao Retângulo", feitas no Jardin des Plantes, em Paris. As fotografias dessa série são abstrações geométricas feitas a partir de troncos de árvores secas, que o artista descreve como uma maneira de reestruturar o espaço, contradizendo a situação arquitetônica. Essa série integra a mostra um espaço mais ágil, as 29 fotografias são montadas em grupos que podem variar conforme o espaço disponível para exibição. Sendo assim, a cada montagem, a sala das fotografias se mostra diferente, sempre mutante e dinâmica.
As fotografias, assim como as pinturas que compõe Acaso Controlado, possuem flexibilidade de adaptação ao espaço ocupado em cada mostra, podendo variar em numero de obras de acordo com a demanda espacial de cada local expositivo.
“A fotografia para Feingold é um modo de apreensão do real e o eixo condutor do seu aparelho sensível e perceptivo”, comenta a curadora.
Para Juliana Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, “oferecer ao público a oportunidade de conhecer obras emblemáticas da produção de Daniel Feingold, artista carioca que já tem seu nome estabelecido nas artes visuais brasileiras atende o nosso propósito de disseminar a cultura e acrescentar mais informações ao repertório do nosso visitante.”
Processo de criação
Daniel Feingold trabalha com esmalte sintético escorrido, e a pintura acontece neste processo, quando a geometria organiza o olhar na apreensão do movimento dos planos. A articulação da grade geométrica é atingida pela fluência do esmalte sintético escorrendo na tela sem que o artista interfira no seu movimento. O controle surge pela combinação da espessura da tinta com a precisão obtida pelo ritmo e quantidade despejada. Não há fitas separando os campos de cor, não há pincel, rolo ou espátula.
Feingold revela o seu enfrentamento direto com a pintura por meio da execução de unidades de grande escala. A exuberância da matéria combina um sistema pictórico com conceitos críticos, com o repensar a arte, seus limites, suas inquietações. O seu trabalho pulsa, irradia-se para as bordas e margens em formas ondulantes, fluidas, sempre materializando um novo gesto.
O Secretário de Estado da Cultura do Paraná, João Luiz Fiani, ressalta que “o Museu Oscar Niemeyer está atento com o que acontece no mundo, essa contemporaneidade é muito importante, e trazer as obras do Daniel Feingold é fundamental para que o museu se firme cada vez mais como espaço expositivo atualizado. É um artista de grande categoria e isso só vem enaltecer o trabalho do museu”.
Daniel Feingold, nascido no Rio de Janeiro, em 1954, formou-se em Arquitetura na FAUSS, RJ 1983. Estudou História da Arte e Filosofia com o crítico de arte Ronaldo Brito, UNIRIO/PUC 1988-1992; Teoria da Arte & Pintura e Núcleo de Aprofundamento, EAV Parque Lage, RJ 1988-1991; Mestrado no Pratt Institute, NY 1997.