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agosto 29, 2016
In between na Bergamin & Gomide, São Paulo
Mostra Coletiva na galeria Bergamin & Gomide reverbera obra de Lygia Clark
A curadora Luisa Duarte reúne artistas contemporâneos que dialogam com a obra Quebra da Moldura, da década de 1950, na exposição In Between, que abre dia 31 de agosto
De que forma subversões de sessenta anos atrás encontram reverberações nas obras dos artistas de hoje? Qual o eco contemporâneo? Com o intuito de responder essas perguntas e jogar luz a estas reflexões, a Galeria Bergamin & Gomide reúne a partir de 31 de agosto trabalhos de artistas atuais como Pedro Cabrita Reis, Marcius Galan e Renata Lucas, que dialogam com a obra Quebra da Moldura, feita na década de 1950, pela mineira Lygia Clark, na mostra coletiva In Between, com curadoria de Luisa Duarte.
“Esse foi um momento na história da arte brasileira que alterou o rumo da produção artística no país e chegou a influenciar artistas em todo o mundo”, diz o idealizador Thiago Gomide, da Galeria. “In Between é uma exposição que se dispõe a retornar a esses parâmetros primeiros que sinalizam o desejo de equilíbrio na arte – moldura, plano, geometria – para, justamente, a partir daí, propor uma transfiguração desses elementos e assim pensar em categorias que os transcendam, tais como espaço, sujeito, vazio, formas de geometrias mais sensíveis e menos rígidas”, completa a curadora Luisa Duarte.
Completa a lista de artistas na mostra: Paloma Bosquê, Alexandre Canonico, Rodrigo Cass, Marcelo Cidade, Fernanda Gomes, Andre Komatsu, Leonilson, Manoela Medeiros, Emmanuel Nassar, Fred Sandback, Mira Schendel e Kishio Suga. As obras selecionadas propõem uma discussão sobre as influências carregadas a partir deste capítulo da história da arte. “A ideia é criar um vínculo entre a produção atual de jovens artistas brasileiros e estrangeiros com esta tensão que inquietava este grupo no final dos anos 50”, diz Thiago.
Na obra que norteia a exposição, Lygia demonstra seu conflito com a pintura, como plano bidimensional, assim como Helio Oiticica, problematizando radicalmente os parâmetros da arte, invadindo o domínio da moldura, processo que depois culminou no manifesto neoconcreto em 1959. Nos últimos momentos de suas produções, ambos propuseram uma obra que não mais comportasse a dimensão objectual, tornando-se antes experiência, processo.