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agosto 28, 2016
Sacilotto - em ressonância no IAC, São Paulo
A exposição Sacilotto - em ressonância tem, antes de mais nada, o caráter de uma celebração, ao marcar a entrada para o fundo do IAC – Instituto de Arte Contemporânea, de um amplo conjunto de obras, esboços e projetos de Luiz Sacilotto, dando assim continuidade ao projeto de expansão da instituição. Se outros núcleos abrigados no IAC incluem materiais diversos, como fotografias, correspondências e recortes de jornais ou textos de época, no caso de Sacilotto a primeira leva de material recebido centra-se quase que exclusivamente em trabalhos em papel, desde desenhos e aquarelas juvenis ou da primeira maturidade do artista, ainda figurativos, até um grande número de projetos para pinturas e esculturas, inclusive algumas das mais célebres, além de um grande número de estudos de cor.
A partir do estudo desse material, a proposta da curadoria foi de pontuar a exposição com obras de outros artistas, colocando o trabalho de Sacilotto em ressonância com o de seus contemporâneos. Se a relação com alguns deles, em especial Waldemar Cordeiro, companheiro na aventura concreta, é bastante conhecida e se justifica de um ponto de vista por assim dizer acadêmico, algumas das outras são colocadas de maneira quase provocatória, buscando afirmar, por um lado, a centralidade de um artista ainda relativamente pouco conhecido, por outro a importância de se guardar e estudar arquivos como o que acaba de ingressar no IAC, já que várias das relações aqui sugeridas se tornam compreensíveis ou até evidentes através do estudo de projetos e desenhos, mais do que das obras acabadas e (teoricamente) mais representativas. Em outras palavras, é como se existisse toda uma história da arte submersa, que passa desapercebida ao olharmos apenas as obras “maiores” de um artista, e que contudo vem à luz ao estudarmos seus projetos, esboços, rabiscos até.
Ao todo, a exposição será composta por aproximadamente 60 obras de Luiz Sacilotto, entre pinturas e desenhos sobre papel e tela, além de trabalhos pontuais de Waldemar Cordeiro, Lygia Pape, Roberto Burle Marx, Raymundo Colares e Alfredo Volpi.