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agosto 18, 2016
Rodrigo Cass no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
A Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar Até o Concreto, a segunda exposição individual de Rodrigo Cass. O artista paulistano apresenta trabalhos inéditos em vídeo, escultura e pintura, que tem a cor e o conceito de ruptura como elementos centrais, solidificando sua linguagem pessoal.
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Nos três vídeos projetados sobre blocos de concreto, ações performáticas de curta duração são repetidas de maneira exaustiva. Em Até o Concreto (2016), o artista recorta papéis coloridos com a mão num movimento em espiral. O plano se transforma em círculo e o círculo em ponto até a cor se confundir com o concreto. A irregularidade do movimento e a imperfeição das bordas emprestam força física à imagem de uma pintura em movimento feita pela subtração da cor. Espaço Liberto (2015) apresenta bordas de madeira colorida que se equilibram precariamente nas margens do quadro, sendo permanente reconstruídas pelo artista em infinitas combinações. Em O Social (2016), garrafas e recipientes diversos se alternam na tela num movimento autômato, mas com forte carga sexual.
O conjunto inédito Superfícies Mínimas (2016) é composto por pinturas em tecido de cores vivas com intervenções de concreto branco ou cinza. Os trabalhos remetem a uma ação constante de apagamento em que composições geométricas complexas aparecem sempre cheias de fissuras, falhas e zonas vazias. Essas composições exploram a noção de abstrahere (abstrair ou isolar uma parte de um todo). Abstrahere pode se referir também a escolhas, renúncias ou experiências incompletas.
Nas esculturas, o artista combina blocos de concreto com objetos de uso pessoal. Em Torso (2016) um cinto de couro envolve o topo de um bloco de concreto no diâmetro exato da cintura do artista. Já em Ascese (2016), seus sapatos ascendem a um bloco similar, num movimento ambíguo. O ímpeto de alcançar o topo e atingir a Alta Contemplação*, ou profunda união com o sagrado, se confunde com o movimento brusco dos sapatos afundando no cimento. Americae Praeterita (2016) traz um livro aberto com gravuras de índios crucificados e devorados em rituais de antropofagia, incrustado em um bloco de concreto.
Rodrigo Cass nasceu em São Paulo, em 1983, onde vive e trabalha. Suas exposições individuais incluem: Espaço Liberto, Galerie MDM (Paris, 2015); Galeria Meyer Riegger (Carlsrue, Alemanha, 2015), Material Manifesto, Galpão Fortes Vilaça (São Paulo, 2014); Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (São Paulo, 2013). Entre suas coletivas, destaque para: 10ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015); Imagine Brazil – mostra itinerante que já passou por Astrup Fearnley Museet (Oslo, 2013), Musée d’art contemporain de Lyon (Lyon, 2014), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2015); DHC/ART (Montreal, 2015) –; Bolsa Pampulha, Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, 2011). O artista tem participado, ainda, de diversas exposições e festivais dedicados à videoarte ao redor do mundo.
* "Glosas sobre um êxtase de alta contemplação e Glosas da alma que pena por não ver a Deus" em (São João da Cruz. Obras Completas. Org. Frei Patrício Sciadini, O.C.D., Petrópolis: Vozes, 1984, p. 38).
Fortes Vilaça is pleased to present Até o Concreto [To the Concrete], the second solo show by Rodrigo Cass. The artist from the city of São Paulo is presenting, for the first time, new works in video, sculpture and painting that take color and the concept of rupture as central elements, solidifying his personal artistic language.
In the three videos projected on concrete blocks, performative actions of short duration are repeated exhaustively. InAté o Concreto (2016), the artist cuts colored papers by hand in a spiral movement. The plane is transformed into a circle, and the circle into a point, until the color blends with the concrete. The irregularity of the movement and the imperfection of the borders lend physical force to the image of a painting in movement made by the subtraction of color. Espaço Liberto [Freed Space] (2015) presents borders of colored wood that are precariously balanced along the edges of the frame, continuously reconstructed by the artist in infinite combinations. In O Social [The Social], bottles and various sorts of recipients are alternated on the canvas in an automated but highly sexually charged movement.
The new set Superfícies Mínimas [Minimal Surfaces] is composed of paintings made with vividly colored fabrics with interventions in white or gray concrete. These works refer to a constant action of erasure in which the complex geometric compositions appear always full of gaps, flaws and empty zones. These compositions explore the notion of abstrahere (to abstract or isolate a part from a whole). Abstrahere can also refer toincomplete experiences, renunciations or choices.
In the sculptures, the artist combines concrete blocks with objects of his own personal use. In Torso (2016) a leather belt is wrapped around the top of the concrete block in the exact diameter of the artist’s waist. In Ascese [Ascesis] (2016), his shoes are climbing a similar block, in an ambiguous movement. The elation of reaching the top and achieving High Contemplation,* or a profound union with the sacred, is blended with the brusque movement of the shoes sinking into the cement. Americae Praeterita (2016) consists of an open book with prints of Indianscrucified and devoured in anthropophagic rituals, embedded in a block of concrete.
Rodrigo Cass was born in 1983 in São Paulo, where he lives and works. His solo shows have included: Espaço Liberto, Galerie MDM (Paris, 2015); Meyer Riegger Gallery (Karlsruhe, Germany, 2015); Material Manifesto, Galpão Fortes Vilaça (São Paulo, 2014); and Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (São Paulo, 2013). His participations in group shows have most notably included: 10th Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015); Imagine Brazil – a traveling show that has been held at Astrup Fearnley Museet (Oslo, 2013), Musée d’art contemporain de Lyon (Lyon, 2014), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2015), and DHC/ART (Montreal, 2015); and Bolsa Pampulha, Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, Brazil, 2011). The artist has furthermore participated in exhibitions and festivals dedicated to video art around the world.
* "Glosas sobre um êxtase de alta contemplação e Glosas da alma que pena por não ver a Deus" em (São João da Cruz. Obras Completas. Org. Frei Patrício Sciadini, O.C.D., Petrópolis: Vozes, 1984, p. 38).