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agosto 8, 2016

Jonathas de Andrade na Vermelho, São Paulo

Mostra individual de Jonathas de Andrade

[scroll down for English version]

Jonathas de Andrade ocupa a sala antonio – o cinema da Galeria Vermelho – com o curta-metragem O Caseiro (2016) que propõe um diálogo com o filme de 1959, O Mestre de Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade. O filme é construído simetricamente em duas narrativas. À esquerda, o filme de 1959, gentilmente cedido pela produtora Filmes do Serro, exibe o cotidiano de Gilberto Freyre em sua casa no bairro de Apipucos, no Recife. À direita, Jonathas de Andrade cria um espelhamento simultâneo das cenas de O Mestre de Apipucos substituindo Freyre por um suposto caseiro da opulenta morada do sociólogo. O paralelo entre os dois personagens - aquele histórico do documentário, e aquele anônimo da ficção - estabelece uma tensão que sublinha aspectos de classe e raça, dois dos assuntos mais presentes na obra de Freyre, já que este aparece vivendo uma vida de registro aristocrático no filme de Pedro de Andrade.

Do lado de fora do cinema, Jonathas exibe a instalação Suar a Camisa (2014), vista pela primeira vez em São Paulo. Em contato direto com trabalhadores pelas ruas do Recife, de Andrade negociou, trocou e comprou cerca de 120 camisas suadas de trabalhadores da cidade ao final de um dia de trabalho. A montagem das camisas em uma grande fila, cada uma sobre um suporte vertical de madeira, faz menção a uma espécie de fila de espera: do desemprego, do ônibus, ou ate mesmo de uma greve.

A instalação Suar a Camisa foi exibida pela primeira vez na exposição Museu de Homem do Nordeste, no MAR (Museu de Arte do Rio), aonde Jonathas mostrou o maior conjunto da série homônima que vem desenvolvendo desde 2013. As obras do projeto Museu do Homem do Nordeste se articulam como uma coleção paralela a do Museu do Homem do Nordeste, localizado na cidade do Recife [PE]. Criado em 1979 por Gilberto Freyre, o museu antropológico conta com um acervo de mais de 15000 peças representativas da formação étnica, histórica e social da região. Na série de Jonathas de Andrade, o artista experimenta novas bases e metodologias para o museu original.

Suar a camisa
Coletas e negociações realizadas em colaboração com Esdras Bezerra de Andrade e Luiz Henrique Chipã.
Mancebos desenvolvidos por Geraldo Correia do Nascimento em conversa com Esdras Bezerra De Andrade. Com contribuições de Rodrigo Tavares e Taciana Da Fonte Neves.

O caseiro, 2016
Obra em diálogo com o filme “O Mestre de Apipucos”, de 1959, de Joaquim Pedro de Andrade. Filme gentilmente cedido pela produtora Filmes do Serro.

Ficha técnica
Direção: Jonathas de Andrade
Assistencia de direção: Fellipe Fernandes
Direção de fotografia: Thiago Calazans
Ator: Carlos César Martins
Assistência: Dandara Pagu
Agradecimentos: Ana Maria Maia, Clarissa Diniz, Cristina Gouvêa, Fundação Gilberto Freyre, Jamille Barbosa e Jerônimo Lemos.

Créditos do filme Mestre de Apipucos, de 1959:
Roteiro e Direção: Joaquim Pedro de Andrade.
Realização Filmes do Serro e Saga Filmes.
Restauração Teleimage, Cinemateca Brasileira, Secretaria do Audiovisual/MINC, e Trama. Produtor Sergio: Montagna.
Fotografia: Afrodísio de Castro.
Câmera: Jorge G. Veras.
Assistente de direção: Domingos de Oliveira.
Montagem: Carla Civelli e Giuseppe Baldacconi.
Produzido para o Instituto Nacional do Livro do Ministerio da Educação e Cultura em 1959.

Sobre a sala antonio

A sala antonio, sala de projeção da Vermelho, vem para receber a produção dos artistas que têm atuado na fronteira entre o cinema e as artes plásticas. São produções que exigem uma situação especifica de exibição, seja pela duração, aspectos técnicos de produção ou formato de narrativa, que fariam esses filmes não serem devidamente apreciados em situações corriqueiras de exposições. A sala antonio tem como missão aperfeiçoar a experiência de assistir filmes com confortáveis assentos, isolamento adequado do som e luz exterior, condições ideais de projeção e reprodução de trilha sonora, bem como ambiente climatizado.

A Vermelho se aliou às empresas Epson, Fusionaudio e Artefacto como apoiadoras da sala antonio. A Epson, líder mundial em projetores, apoia a sala antonio com equipamentos sofisticados que, juntos, dão conta da diversidade da produção contemporânea em vídeo. O principal deles, o Pro Cinema LS10000, um projetor a laser, com alta definição 4K Enhancement, oferece tecnologia de ponta em projeção digital. A Fusionaudio apoia a Sala de Projeção com toda a técnica em montagens de audiovisual e com a aparelhagem de 5.1 Dolby Surround Sound, com caixas de som da marca JBL, conhecida pela qualidade primorosa de seus equipamentos de áudio. A Artefacto oferece o mobiliário da Sala Antonio com um conjunto de peças elegantes, funcionais e que garantem grande conforto.


Solo show by Jonathas de Andrade

Jonathas de Andrade is occupying the Antonio Room – Galeria Vermelho’s cinema – with the short film O Caseiro [The Caretaker] (2016) which proposes a dialogue with the 1959 film, O Mestre de Apipucos, by Joaquim Pedro de Andrade. The film is constructed symmetrically in two narratives. At the left, the 1959 film, kindly ceded by the producer, Filmes do Serro, shows the daily life of Gilberto Freyre in his house in the district of Apipucos, in Recife. On the right, Jonathas de Andrade creates a simultaneous mirroring of the scenes of O Mestre de Apipucos, substituting Freyre by a supposed caretaker of the sociologist’s opulent residence. The parallel between the two characters – the historical one of the documentary, and the anonymous one of the fiction – establishes a tension that underlines aspects of class and race, two of the main subjects that Freyre dealt with in his work, as the sociologist appears in the film by Pedro de Andrade living an aristocratic life.

Outside the cinema, Jonathas is showing the installation Suar a Camisa [Sweaty Shirts] (2014), seen for the first time in São Paulo. In direct contact with the workers in the streets of Recife, Andrade negotiated, traded and bought about 120 sweaty shirts from the city’s workers at the end of a workday. The mounting of the shirts in a large line, each on a wooden stand, alludes to a sort of waiting line: an unemployment line, a line to enter a bus, or even a line of striking workers.

The installation Suar a Camisa was shown for the first time at the exhibition Museu de Homem do Nordeste, at MAR (Museu de Arte do Rio), where Jonathas showed the largest set of the series of the same name he has been developing since 2013. The works in the project Museu do Homem do Nordeste are articulated as a collection parallel to that of the Museu do Homem do Nordeste, located in the city of Recife (PE). Created in 1979 by Gilberto Freyre, the anthropological museum has a collection of more than 15,000 pieces representative of the region’s ethnic, historical and social formation. In the series by Jonathas de Andrade, the artist experiments with new bases and methodologies for the original museum.

Suar a camisa
Collections and negotiations made in collaboration with Esdras Bezerra de Andrade and Luiz Henrique Chipã. Wooden shirt stands developed by Geraldo Correia do Nascimento in a conversation with Esdras Bezerra de Andrade. With contributions from Rodrigo Tavares and Taciana da Fonte Neves.

O caseiro, 2016
An artwork that dialogues with the 1959 film O Mestre de Apipucos, by Joaquim Pedro de Andrade. Film kindly ceded by Filmes do Serro.

Credits
Direction: Jonathas de Andrade
Director’s assistant: Fellipe Fernandes
Director of photography: Thiago Calazans
Actor: Carlos César Martins
Assistant: Dandara Pagu
Acknowledgments: Ana Maria Maia, Clarissa Diniz, Cristina Gouvêa, Fundação Gilberto Freyre, Jamille Barbosa and Jerônimo Lemos.

Credits for the 1959 film Mestre de Apipucos:
Screenplay and Direction: Joaquim Pedro de Andrade.
Produced by: Filmes do Serro e Saga Filmes.
Restoration: Teleimage, Cinemateca Brasileira, Secretaria do Audiovisual/MINC, and Trama. Producer: Sergio Montagna.
Photography: Afrodísio de Castro.
Camera: Jorge G. Veras.
Director’s assistant: Domingos de Oliveira.
Editing: Carla Civelli and Giuseppe Baldacconi.
Produced for the National Book Institute of the Ministry of Education and Culture in 1959.

About sala antonio

Galeria Vermelho’s projection room, sala antonio, aims at presenting artist’s productions which borders filmmaking and the visual arts. These productions require specific conditions for screening, whether due to their length, technical production aspects or narrative format, which would not allow these films to be duly appreciated in a typical exhibition situation. sala antonio aims at optimizing the viewing experience with comfortable seating arrangements, proper isolation from outside sound and light, improved conditions for visual projection and reproduction of soundtrack, as well as temperature controlled ambient.

Galeria Vermelho has joined efforts with the companies Epson, Fusionaudio and Artefacto as sala antonio’s supporters. Epson, world leader in projectors, supports sala antonio with state-of-the-art equipment capable of showcasing the contemporary video production. The Pro Cinema LS 10.000, is a cutting-edge digital laser projector with high definition 4K Enhancement. Fusionaudio is providing sala antonio with technical expertise in audiovisual setup, offering a 5.1 Dolby Surround Sound powered by JBL speakers known for the excellent quality of its audio devices. Artefacto furnishes sala antonio with a line of elegant lounge furniture developed to be also functional and to ensure great comfort.

Posted by Patricia Canetti at 3:49 PM