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julho 6, 2016
Vídeo de Hoje: Uma Imagem Possível na Central, São Paulo
A Central Galeria apresenta, a partir de quinta-feira, 7 de julho, das 19h às 22h, a exposição Uma Imagem Possível, segunda exposição da série "Vídeo de Hoje", realizada em parceria com com o Espaço Fonte. Com curadoria e organização de Roberto Moreira S. Cruz, a mostra pretende evidenciar a diversidade e a experimentação nas propostas de linguagem de oito artistas que trabalham exclusivamente com as formas de expressão do vídeo.
Apresentando 24 trabalhos dos artistas Felipe Barros, Leandro HBL, Sara Não tem Nome, Carlosmagno Rodrigues, Kika Nicolela, Roberto Bellini, Eduardo Zunca e Claudio Santos, a mostra "Uma Imagem Possível" pretende ser um pequeno panorama sobre a atual produção de videoarte no Brasil.
Segundo o curador Roberto Moreira S. Cruz "As propostas de linguagem e experimentação com as formas de expressão do vídeo são as mais diversas possíveis e a consequência disso é que o elenco de projetos e obras apresentados no contexto mais recente da arte brasileira torna-se plural e multifacetado, evidenciando o hibridismo dos formatos e estilos".
Sinopse dos vídeos
CARLOSMAGNO RODRIGUES
- Imprescindíveis
2003, 6min
Um vídeo sobre a violência simbólica. Um pai (o próprio artista) impõe seus heróis ideológicos ao filho Bruno, que reage contrariamente com suas influências
audiovisuais próprias da TV e do cinema. Uma paródia aos heróis fictícios e aos atos de violência reproduzidos na mídia, representados pelo manuseio de armas e pelas indumentárias de guerrilha.
- Drop in the Darkness
2011, 7 min.
Um filme sobre a conversão evangélica. O filme é montado em travellings verticais referenciando o arquétipo do inferno. Um pastor guatemalteco é importunado por Dylan, um bêbado que tenta convencê-lo a lhe dar uma bíblia. O título "Drop in The Darkness" faz referência às circunstâncias que a trilha sonora foi gravada em Antiqua, Guatemala, e apresenta o desconforto causado pela solidão e a violência.
- Não sei Mesmo
2012, 3 min.
A atitude surrealista de explodir uma bomba dentro de casa, desencadeia reações entre as pessoas. Através de um gesto performático, o artista nos faz questionar sobre intolerância e a incompreensão.
CLAUDIO SANTOS
- Tipoema
2012, 5 min
A partir de um poema de Guilherme Mansur, o vídeo recria e anima uma variedade incrível de letras, palavras e imagens, registradas a partir do mecanismo analógico e mecânico de uma prensa tipográfica. O movimento e a remontagem de vários padrões digitais, criam uma poética metafórica do próprio processo da composição.
- MOV 03
co-direção de Alessandra Soares
2006, 3min
Imagens estáticas em movimentos frenéticos. Entrecruzamento de vários elementos gráficos e interferência sobre as imagens, o vídeo e uma representação vertiginosa do espaço urbano e de sua temporalidade acelerada.
- Vazio
2008, 3min
A convergência das mídias digitais permite um universo vasto de possibilidades e caminhos. Um futuro próximo, cada vez mais veloz, está para ser construído. Imagens do deserto do Arizona e do Novo México servem de analogia a uma página em branco, onde podemos começar ou recomeçar.
EDUARDO ZUNZA
- One way
2011, 4 min.
Entre um lugar e outro ninguém está em casa. Dois tempos da narrativa criam
sensações opostas de aceleração e desaceleração; agito e calmaria; estresse e
descanso.
- Play Time,
2010, 3min.
Em um dia bucólico, as crianças brincam na praça. O tempo passa lento, revelando uma dimensão poética e impressionista da realidade, através da representação da imagem em movimento.
- Folowing the night
2009, 4min.
O deserto da Namibia, em Angola, se transforma em paisagem opaca, densa,
impressionista. O trânsito das cores cria um movimento constante e repetitivo, de formas abstratas e relevos condensados no tecido da imagem.
FELIPE BARROS
- Mancha de dendê não sai
2010, 16 min
A sobreposição casual de sons e imagens criam campos de significação originais e inusitados. A paisagem da praia e as vozes de seus habitantes, com sotaques e
dialetos, num jogo sensorial deslumbrante e divertido.
- Todo silêncio me incomoda
2010, 5min
O que separa o real da imaginação é uma transparente e invisível parede de vidro. O mar, o horizonte e o movimento das ondas transformam o imaginado no lugar do provável e da razão.
- Não confie a ninguém o seu segredo
2010, 3min
Viva e morra fechado como um caracol. Não confie a ninguém o seu segredo. Um tom sinistro cerca a paisagem do jardim: um pássaro, um réptil, uma ave morta.
KIKA NICOLELA
- Passenger
2007, 5 min.
Gravado da janela de um ônibus a caminho de Paris com uma câmera de baixa
resolução, esse vídeo testemunha os efeitos do anoitecer e da chuva sobre a paisagem em movimento, evocando uma viagem singular por uma terra imaginária.
- Flickering
2009, 3min.
Das trevas à luz , e de volta à escuridão ; um auto-retrato emocional.
- don’t!
2010, 6 min.
"Don't" foi desenvolvido para o projeto colaborativo Traffic Jam#1, durante residência artística realizada na Casa das Caldeiras, em São Paulo em novembro de 2010. Com a colaboração de 10 artistas internacionais, a idéia por trás deste vídeo é desafiar e perturbar - com humor - o sentido de autoridade, questionando as regras aleatórias e limitações sobre a gravação no espaço audiovisual público / privado.
LEANDRO HBL
- Occhio per occhio
2009, 10min
Em 1779, Antonio Canova, um dos maiores nomes da escultura neoclássica, percorreu a Europa para ver as obras-primas do continente. Em 2003, dois personagens mascarados refazem o roteiro.
- Castelo
2009, 8 min
Transeuntes invisíveis passeiam por Castello. Um bairro de Veneza onde seus
autênticos moradores vivem e tentam levar uma vida comum, apesar dos turistas. Lá, três senhoras contam suas histórias. Vidas em suspensão em uma paisagem quase impossível.
- Vídeo-Carta
2010, 5 min.
No interior do Maranhão o olhar atento de duas crianças observa.
ROBERTO BELLINI
- Pelo Vidro
2007, 7min.
Uma coleção de encontros visuais que revelam uma reflexão poética sobre o tempo, a contemplação e a distância imposta pela câmera.
- Jardim Invisível
2008, 15 min.
Jardim Invisível toma como ponto de partida a paisagem noturna de um bairro
suburbano americano. Trata-se de uma organização espacial que exclui o uso público, criando um universo artificial e vazio. O video faz uma releitura deste espaço criando para ele uma nova narrativa, na qual uma figura solitária executa sua tarefa de cuidar deste árido jardim.
- Teoria da Paisagem
2005, 5min.
Um diálogo e uma paisagem. Um breve discurso sobre a possibilidade da
contemplação, a política do olhar e autoridade.
SARA NÃO TEM NOME
- Omega 3,
2011, 3min
Sentada timidamente no box do chuveiro, Sara toca o violão e canta: "Eu estou
fedendo um peixe que comi ontem". No plano fixo desta inusitada atuação, a imagem da artista é sobreposta em fusão por outra de um peixe de aquário. Deixe ele salgar na areia da praia de Minas Gerais.
- Não vou Chorar
2012, 2 min
Uma canção dos anos 70, popular e de características 'brega' serve de trilha sonora para o encontro de Sara Não Tem Nome e Diego, o mascate, em um bar da periferia chamado '20 Buscar'
- Ajude-me
2010, 3min
Melancolia e niilismo sem perder a postura iconoclasta e irreverente, estão neste
trabalho da artista. Tendo como ambiente uma casa antiga e desabitada, Sara Não Tem Nome, fala sobre a solidão e a subjetividade despojada de uma jovem sem lugar no mundo.