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julho 5, 2016
Haroon Mirza no Pivô, São Paulo
Dentro de seu Programa Anual de Exposições 2016, o Pivô apresenta exposição individual do artista britânico Haroon Mirza, composta por uma instalação site-specific gerada por um aparelho eletrônico criado pelo artista, chamado “Emerging Paradigm” (Paradigma Emergente). O aparelho é uma espécie de media player, fruto da necessidade de sincronizar em um só mecanismo diversos canais de som, luz e vídeos. Para a exposição no Pivô, o aparelho emitirá, ao mesmo tempo, quatro vídeos e oito canais de sinais eletrônicos sincronizados, abastecidos com imagens e sons captados por Mirza em São Paulo, onde realiza uma residência de dois meses no Pivô. Os conteúdos dos vídeos refletem sobre a situação política atual do Brasil, a cultura musical local, Enteógenos (plantas que possuem propriedades psicodélicas como aquelas usadas no Ayahuasca) e desenvolvimentos nas áreas de Física e Cosmologia.
Com esse projeto, o Pivô mostra a obra de Haroon Mirza para o público brasileiro e da America Latina pela primeira vez, trazendo um artista internacional reconhecido para o meio de arte brasileiro. O artista, que em 2011 ganhou o Leão de Prata na 54 Bienal de Veneza, desenvolve um trabalho interdisciplinar que compreende artes visuais, som e intervenções arquitetônicas, construindo instalações imersivas com luz, som e objetos que tomam como ponto de partida o próprio local. As características peculiares do espaço expositivo do Pivô, que ocupa uma área de 3.500 m2 no Edifício Copan longe de ser um habitual cubo branco, convergem com a natureza site-specific da pesquisa artística de Mirza.
Mirza convida o espectador para viver uma experiência sinestésica do espaço expositivo ao propor objetos que transmitem som, usando iluminação LED para redesenhar/reativar o espaço. É um artista que aborda a linguagem digital como material escultórico: usando a tecnologia através de luzes e sound systems, ele expande as barreiras das artes visuais, abrindo uma nova via para a percepção de uma obra de arte, tanto para o espectador quanto para as instituições que recebem seus trabalhos.
Explorando todos os sentidos, não apenas a visão, a obra de Haroon Mirza não é inerte e desafia a passividade associada ao espectador de arte, que é sempre tragado para dentro de suas instalações. Uma vez lá dentro, percebe a questão central do trabalho de Mirza: a expansão da categorização das formas culturais.
Haroon Mirza nasceu em Londres em 1977, onde vive e trabalha. Prêmios recentes incluem o Nam June Paik Award 2014 e o Zurich Art Prize 2014. Entre suas principais exposições, destacam-se: Nam June Paik Centre, Yongin, Coreia; Matadero, Madri, Espanha; Ballroom, Marfa, Texas, EUA; Museum Tinguely, Basel, Suiça; Haus Konstruktiv, Zurique, Suiça; “The Light Hours”, site-specific no Villa Savoye de Le Corbusier, Poissy, França; IMMA, Dublin, Irlanda; The Hepworth, Wakefield, Reino Unido; MIMA, Middlesbrough, Reino Unido; The New Museum, Nova Iorque; Kunst Halle Sankt Gallen, St Gallen, Suiça; Camden Arts Centre, Londres, Reino Unido e A-Foundation, Liverpool, Reino Unido. Participou da 7 Shenzhen Sculpture Biennale na China em 2012 e da 54t Bienal de Veneza em 2011, onde ganhou o Leão de Prata.