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junho 15, 2016

Alair Gomes na Triângulo, São Paulo

Casa Triângulo apresenta séries inéditas de Alair Gomes

"... a presença de diversas proporções geométricas no corpo humano, todas interligadas, é o que melhor explica por que o intelecto se sente tão atraído pela questão das proporções." - Alair Gomes

A Casa Triângulo tem o prazer de apresentar, a partir de 18 de junho de 2016, das 15h às 19h, a exposição Young Male: Fotografias de Alair Gomes, sob curadoria de Eder Chiodetto. A mostra traz à luz uma série de fotografias inéditas oriundas em sua maioria por obras da Coleção Robson Phoenix e conta com uma sala de aprofundamento com publicações, textos, páginas de diário e pesquisas realizadas por este artista seminal, complexo e original.

Com quase toda sua produção pertencente ao acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a exposição “Young Male: Fotografias de Alair Gomes” traz um conteúdo exclusivo de imagens guardadas por mais de 20 anos, que agora são exibidas e comercializadas pela primeira vez graças às buscas e pesquisas do curador. Provenientes das coleções de Robson Phoenix e Fabio Settimi, são exibidas obras das séries “Symphony of Erotic Icons” (1966-1978), "A Window in Rio" (1977 - 1980), "Viagens (Europa, Arte)", 1969; com destaque para o inédito conjunto de 40 imagens realizadas por Alair em um único ensaio, com um mesmo rapaz, em seu apartamento em Ipanema.

Usando o corpo humano como discurso e a fotografia como linguagem, as sequencias de imagens que Alair elaborou inspiradas em sinfonias, sonatinas e em altares religiosos, coincidem temporalmente com as pesquisas do conceituado artista norte-americano Duane Michals, que em 1970 lançou o livro "Sequences". "Produções isoladas que possuem conceitos e formas semelhantes, como se fosse uma necessidade interna de expansão da própria fotografia naquele contexto", diz Chiodetto.

Com obras recentemente incorporadas ao acervo do MoMA, a obra de Alair começa aos poucos a ganhar o protagonismo merecido no contexto da arte contemporânea. O interesse sobre sua produção vem crescendo internacionamente desde 2001, quando a Fundação Cartier, em Paris, realizou a primeira grande exposição sobre o artista. Ainda na França, em 2009, sua obra foi tema de uma exposição na Maison Européenne de la Photographie. Até o final do ano Alair Gomes ganha um livro organizado por Eder Chiodetto e editado pela Cosac Naify - provavelmente este será o último livro da editora que anunciou o encerramento de suas atividades - em parceria com a Biblioteca Nacional.

A tensão entre intimidade e distância, e a fusão entre o erótico, o clássico e o pornográfico fazem a produção de Alair ser complexa. Seus valores documentais da fotografia, seus aspectos compositivos gráficos da imagem impressa e suas tomadas sequenciais organizadas em discursos narrativos auxiliaram a fotografia a entrar de vez no campo da arte contemporânea. A singularidade da pulsão do desejo vertido em arte fazem de Alair Gomes um artista incontornável.

Posted by Patricia Canetti at 12:54 PM