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junho 11, 2016
Marcelo Silveira na Nara Roesler, São Paulo
A Galeria Nara Roesler abre no dia 14 de junho a exposição Ponto de Convergência, uma mostra de esculturas articuladas de madeira de grandes dimensões e assemblages de objetos encontrados pelo artista Marcelo Silveira. A exposição ficará em cartaz de 15 de junho a 27 de agosto.
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Em sua sexta exposição na galeria, o artista se aprofunda na linguagem dos objetos descartados e na maleabilidade de sua obra, sugerindo significados híbridos, através de formas de apresentação variadas e brincadeiras com a escala.
Marcelo Silveira é mais conhecido por suas intrincadas assemblages de objetos do cotidiano que encontra por toda Recife e acumula durante anos. Um artista regional, cuja prática está intimamente ligada a Pernambuco, Marcelo cria obras que deixam entrever uma atenção com o material, suas diversas formas de apresentação e uma tatilidade de superfície que dão voz à experiência vivida e às manifestações culturais do fértil terreno do Nordeste Brasileiro. Empregando mídias e processos variados em uma única obra, em construções que se expandem e retraem fisicamente, promove um reposicionamento do conceito-coisa que se traduz a partir de diversas unidades de objetos encontrados, instalações com texturas de alta densidade e objetos de arte portáteis.
Uma das principais obras da exposição é a instalação Catecismo (2012/2016), mostrada em sua individual no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), no Recife. Composta por detalhes ampliados de ilustrações encontradas em pequenos livros de catecismo, guardados com carinho durante cinco décadas pela mãe do artista, a obra se expande para a parede e suas dimensões totais dependem das diversas combinações que a obra pode permitir. Após sua desmontagem, Catecismo permanece na forma de um pen drive, um arquivo de imagens eletrônicas para futuras composições e formas de apresentação. A grande tela (2012), outro trabalho importante, é formado por pacotes de fio de linho cru, enrolados dentro de cúpulas de vidro de tamanhos variados. A materialidade do objeto disposto sobre uma mesa de madeira cria um senso de opacidade e de excesso contido. Também estão expostos Molengas (2016), uma nova série de placas de madeira de cajacatinga que se abrem e se dobram conforme são manuseadas pelo público; Com fé (2013/2016), suportes bidimensionais de madeira contendo centenas de sacas de café gourmet descartadas, que o artista guardou durante anos; e Trilogia (2008), um trio de esculturas em madeira de formas geométricas entalhadas, que se assemelham a luzes decorativas de festividades regionais.
Sob vários aspectos, “Pontos de Convergência” cristaliza o processo criativo de Silveira. O que se inicia como atenção casual a um objeto aparentemente sem valor se transforma em colecionamento dedicado e acumulação de arquivo. Após anos de acumulação, ocorre a compressão, dando forma a assemblages de grandes dimensões, que são depois armazenadas e tornadas sucintas para facilitar seu transporte. A tensão entre profusão e economia é circadiana para o artista. Com um armazém de coisas acumuladas em constante expansão, a realidade física dos objetos é uma constante no modo de produção do artista e nas cores de sua prática.
Marcelo Silveira, nascido em 1962 em Gravatá, no estado de Pernambuco, vive e trabalha em Recife. O artista teve seus trabalhos expostos na 1ª Bienal Internacional de Buenos Aires (2000); na 5a Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005); na 4ª Bienal de Valência (2007); na 29a Bienal de São Paulo (2010); e na 10a Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015). Algumas de suas individuais recentes foram Um dedo de prosa (MAMAM, Recife, Brasil, 2016); e O Guardião das coisas inúteis (MAMAM, Recife, Brasil, 2014). Marcelo participou de exposições coletivas em instituições como a Frankfurter Buchmesse, em Frankfurt; Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; Palácio das Artes, em Belo Horizonte; MAC-USP, em São Paulo; Centro Cultural Maria Antônia e Centro Cultural Banco do Brasil, ambos em São Paulo.
Galeria Nara Roesler is pleased to announce Pontos de Convergência (Points of Convergence), an exhibition of foldable large wooden sculptures and found object assemblages by Marcelo Silveira. The exhibition will be on view from June 15 to August 6.
Marcelo Silveira is best known for his intricate massed assemblages of quotidian ephemera he finds throughout Recife and accumulates for years on end. A regional artist, whose practice is intrinsically tied to Pernambuco, his works convey an attention to material, its multiple displays, and a tactility of surface to give voice to the lived experience and cultural manifestations of the rich terrain of the Brazilian Northeast. Associating multiple mediums and processes in a single work, they are constructions that physically expand and retract, bringing about a repositioning of thing-concept as it translates from multiple units of found objects, high-density textured installation, and portably friendly art object.
In his sixth presentation at the gallery, the artist delves deeper into the language of discarded objects and the range of the artwork to suggest hybrid meanings through different forms of display and play of scale.
A central piece is the installation Catecismo (Catechism, 2013), previously shown in his individual exhibition at the Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) in Recife. Consisting of blown up details of illustrations found in small Catechism books, kept and cherished for five decades by the artist’s mother, the work expands onto the wall, its overall dimensions dependent on the multiple arrangements that the work is free to possess. Once disassembled, Catecismo remains as a pen drive, an archive of electronic images for future compositions and forms of display. A grande tela (The Large Canvas, 2013-2014), another focal piece, are units of bundles of raw linen threads, spooled into glass domes of varying sizes. Arranged onto a wooden table, the object’s materiality creates a sense of opacity and contained excess. Selected pieces also include Molengas (Softies, 2016), a new series consisting of Cajacatinga wooden plaques that open up and fold, depending on the handling by the viewer; Com fé (2015), two dimensional wooden supports containing hundreds of discarded gold coffee bags the artist reluctantly kept throughout the years; and Trilogia, a trio of wooden sculptures carved into simple geometric forms, resembling regional festive light ornaments.
“Pontos de Convergência” in many ways, crystallizes Silveira’s overarching process. What initiates as a casual attention to an overlooked object turns into devoted collection and archival amass. After years of accumulation, compression occurs and large assemblages take form only to be later packed and made succinct for the sake of portability. The tension between clutter and economy is circadian to the artist. With an ever-expanding warehouse of accumulated things, the physical reality of objects is a continuous hold on the artist’s mode of production and colors his practice.
Marcelo Silveira, born in 1962 in Gravatá, state of Pernambuco, lives and works in Recife. He featured in the 1st Bienal Internacional de Buenos Aires (2000); the 5th Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005); 4th Bienal de Valencia (2007); 29th Bienal de São Paulo (2010); and the 10th Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015). Recent individual exhibitions include Um dedo de prosa (MAMAM, Recife, Brazil, 2016); and O Guardião das coisas inúteis (MAMAM, Recife, Brazil, 2014). He has participated of group exhibitions in institutions including Frankfurter Buchmesse in Frankfurt; Instituto Tomie Ohtake in São Paulo; Palácio das Artes in Belo Horizonte; MAC-USP in São Paulo; Centro Cultural Maria Antônia and Centro Cultural Banco do Brasil, both in São Paulo.