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junho 9, 2016

Pedro Varela na Zipper, São Paulo

A paisagem tropical e seu imaginário construído por representações reais e fictícias a partir de um olhar para história da arte tem sido uma das questões tratadas pelo artista Pedro Varela em sua produção mais recente. Na próxima individual do artista fluminense na Zipper Galeria, que inauguramos esta quinta-feira (9 de junho), a mesma temática volta a aparecer, desta vez em um novo conjunto de pinturas em que ele passa a inserir também personagens reais e fictícios por entre um emaranhado de flores, plantas e caules.

Com texto crítico de Denise Gadelha, a mostra irá focar em um grupo de pinturas em preto e branco feitas com tinta acrílica diluída em água, criando um efeito aquarelado que faz com que estes trabalhos estejam num lugar entre a pintura e o desenho. Ao trabalhar com uma paleta reduzida, o artista reforça um certo contraste entre a representação de um universo tropical na qual cores vibrantes costumam ser um elemento característico.

A relação entre ficção e história é outro tema também bastante presente nesses trabalhos. Personagens de diversas épocas que contribuíram para construir a ideia de uma identidade tropical se misturam aos elementos da natureza de forma difusa e por vezes pouco nítida. Entre eles, destacam-se, por exemplo, uma imagem do pintor alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), do jornalista Vladimir Herzog enforcado, da cantora Carmem Miranda, índios antropófagos e do personagem Amigo da Onça.

“Essas figuras são quase como fantasmas dos trópicos: índios antropófagos, monstros idealizados pelos conquistadores durante a colonização, representações de divindades africanas, personagens históricos e fictícios que se misturam a essa flora e, muitas vezes, se perdem em meio ao turbilhão de referências emaranhadas. As composições surgem em formas abstratas, que podem ser entendidas como uma paisagem que deve ser acessada aos poucos pelo olhar do espectador”, explica Varela.

Além das telas, o artista irá apresentar também uma instalação pictórica feita com vinil adesivo que parte das telas e se estende pelo chão da galeria.

Pedro Varela, formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, participa de exposições ativamente desde 2006. Entre as individuais destacam-se: Cidade Flutuante, Paço das Artes, São Paulo, 2010; Ainda Viva, Zipper Galeria, 2011; Tropical, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2012; Paisagem Flutuante, Centro Cultural do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, São Paulo, 2012; Xippas Montevideo, 2013, Zipper Galeria, 2013; Tropical, galeria Enrique Guerrero, Mexico DF, 2014. Entre as coletivas destacam-se: Ao amor do Público, Museu de arte do Rio, 2016; Dusk to Down... Threads of infinity, Anima Gallery, Qatar em 2013, Gigante por Su Propia Naturaleza, Instituto Valenciano de Arte Moderno, Valência, 2011; Pontos de encontro, Centro Cultural da Caixa Econômica, Salvador, 2011, Arquivo Geral, Centro de Artes Helio Oiticica, Rio de Janeiro, 2010; Cardinal Points/PuntosCardinales: A Survey of Contemporary Latino and Latin American Art from the Sprint Nextel Art Collection, Art Museum ofSouth Texas, 2008. Coleções: Coleção SESC, São Paulo; Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Montblanc México, Cidade do México; Sprint Nextel Art Collection, Overland Park; Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro.

Posted by Patricia Canetti at 11:30 AM