|
maio 11, 2016
Arnaldo Dias Baptista na Caixa Cultural, São Paulo
Mostra individual “Transmigração” reúne pinturas, desenhos, objetos e documentos inéditos do multiartista. De 14 de maio a 17 de julho de 2016, com entrada gratuita
A CAIXA Cultural inaugura no dia 14 de maio, sábado, às 11 horas, em São Paulo, a mostra individual Transmigração. Idealizada pela Frida Projetos Culturais e com curadoria de Marcio Harum, reúne ineditamente desenhos, pinturas, colagens, material documental e objetos do artista Arnaldo Dias Baptista.
Depois de duas exposições individuais em São Paulo, “Lentes Magnéticas” (2012) e “Exorealismo” (2014), em São Paulo, o ex-mutante Arnaldo Dias Baptista recebe uma homenagem institucional que abrange diversos repertórios do seu vasto espectro criativo. A curadoria explora aspectos plásticos de sua trajetória para muito além daquilo que os fãs do músico conhecem. Para tanto, a seleção criteriosa de obras e objetos é ambientada em uma expografia que assimila e dialoga com o conjunto exposto, criando uma atmosfera sideral e imersiva, bem ao gosto do multiartista radicado em Juiz de Fora – MG.
O título “Transmigração”, sugerido por Arnaldo, é uma homenagem a uma composição de sua mãe, a pianista erudita Clarisse Leite Dias Baptista. Como num renascimento em vida, para o curador, esta mostra tem o mérito de “apresentar o resultado de uma investigação em torno do desenvolvimento da linguagem poética, colocando lado a lado aquilo que o mercado e a crítica de arte separaram, congelando a produção de um artista cuja música invade a produção plástica e vice-versa”.
Tomando esse partido curatorial, Harum reúne na mesma sala jaquetas vintage, cadernos antigos repletos de fórmulas de física quântica, contos e experimentações de diferentes famílias tipográficas originais, convites de shows, camisetas, cartões-postais cheios de glitter, desenhos da viagem de motocicleta, das famosas guitarras Gibson, fotografias de acervo e uma série fotográfica de Leila Lisboa Sznelwar, feita nos anos 1970, ainda inédita num espaço público. Estações sonoras com os discos solo de Arnaldo e um canal de vídeo em loop completam a curadoria, atestando que a música e as artes visuais de Arnaldo se retroalimentar.
Na abertura da mostra, 14 de maio, às 11h30, o curador conduz visita guiada pela exposição, destacando as principais obras e aspectos relevantes de sua curadoria. No dia 18 de junho (sábado), às 15 horas, a Caixa Cultural lança o catálogo da mostra e promove nova visita guiada. No mesmo dia, às 15h30, o público é convidado a participar de uma mesa-redonda com o curador e as galeristas Flaviana Bernardo e Juliana Freire, da Galeria Emma Thomas.
Um site sobre o projeto – www.transmigracao.com.br, complementa as ações da exposição.
Arnaldo Dias Baptista
Nasce em 1948, em São Paulo, filho de mãe pianista - compositora Clarisse Leite Dias Baptista - e pai poeta e jornalista - César Dias Baptista. Foi fundador de Os Mutantes, que fez parte do Tropicalismo. A formação original, de 1968 a 1972, em São Paulo, trazia Arnaldo Baptista (baixo, teclado e vocais), Rita Lee (vocais) e Sérgio Dias (guitarra e vocais). Posteriormente, também participaram da banda Liminha (baixo) e Dinho Leme (bateria). A partir de 1982, passa a dedicar-se com mais afinco às artes visuais. Desde esse período, participa de algumas exposições de arte e projetos musicais como a coletiva “Give Peace a Chance” (2001), em homenagem a John Lennon. Em 1987, lança o álbum cult “Disco Voador”, resultado dos rascunhos musicais deste período. Em 2004, é a vez de “Let it Bed”, produzido por John Ulhoa e listado pela revista inglesa Mojo entre os dez melhores lançamentos do ano. Entre 2006/07, participa da reunião de Os Mutantes em Londres em evento dedicado à Tropicália. Toca e canta em turnê pela Europa, EUA e Brasil em shows para até 80 mil pessoas. Em 2007, retoma sua carreira solo.
A vida e obra de Arnaldo Baptista são relatados no documentário “Loki! Arnaldo Baptista” (2008), com produção do Canal Brasil e direção Paulo Henrique Fontenelle, que recebeu 14 prêmios no Brasil e no exterior. Neste mesmo ano, a editora Rocco lança o romance “Rebelde Entre os Rebeldes”, escrito na década de 1980. Em 2012 e 2014, realiza exposições individuais na Galeria Emma Thomas, em São Paulo. Suas telas e desenhos servem de video-cenário para os shows de “Sarau o Benedito?”, que vem circulando desde 2011 por importantes palcos e eventos no Brasil, incluindo a Virada Cultural no Theatro Municipal de São Paulo, MIMO/Teatro de Santa Isabel e o prestigiado circuito Sesc São Paulo e interior de música.
Em 2015, com alguns dos álbuns há mais de 30 anos fora de catálogo no formato físico, chega às principais lojas físicas e virtuais do país a caixa com a obra solo, com os antológicos álbuns “Loki?” (1974), “Singin’ Alone” (1981), “Let It Bed” (2004) e os dois de Arnaldo Baptista & A Patrulha do Espaço: “Elo Perdido +” (1988), com cinco faixas bônus, e “Faremos Uma Noitada Excelente” (1988) em versão ao vivo.