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maio 5, 2016

Lançamento do livro de Ana Maria Maia no Galpão VB, São Paulo

Livro de Ana Maria Maia que aborda intervenções artísticas na mídia de massa brasileira é lançado com conversa entre a autora, Mario Ramiro e Daniel Lima

A crítica e curadora Ana Maria Maia apresenta no Galpão VB o resultado da pesquisa Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, realizada ao longo de 2015 com a Bolsa de Estímulo à Produção em Artes Visuais, Funarte – 2014. O livro, de mesmo título, tem edição bilíngue (português – inglês), distribuição gratuita, e será lançado em São Paulo no dia 7 de maio de 2016, das 15 às 17h, no Galpão VB, espaço da Associação Cultural Videobrasil. Na ocasião, uma mesa reúne a autora e os artistas Mario Ramiro e Daniel Lima para discutir questões abordadas pela publicação, que propõe uma reflexão sobre o uso da imprensa como esfera pública para a arte. O evento é gratuito e aberto ao público em geral.

Em tempos de desmonte dos veículos de comunicação e, consequentemente, de diminuição das iniciativas experimentais dentro deles, a publicação reuniu relatos e documentos capazes de deflagrar o reencontro das gerações presentes com diversos modos de intervenção midiática. Entre o advento da televisão, que chegou ao Brasil em 1950 – no mesmo ímpeto de cosmopolitização que resultaria na abertura da Bienal de São Paulo, no ano seguinte –, e a popularização da internet, que dá acesso a uma discussão sobre “mídia tática” no país, no fim dos anos 1990, são inúmeros os casos de ocupação dos espaços de jornais, revistas, emissoras de radio e TV pelos artistas, para fins de deturpação de suas linguagens e problematizacão das narrativas que constroem para o status quo:

Das colunas de Flávio de Carvalho no Diário de São Paulo à reforma gráfica do Jornal do Brasil por Amílcar de Castro e Reynaldo Jardim; da arte-classificada da Equipe Bruscky Santiago às Inserções em Jornais de Cildo Meireles; da vídeo-dança de Analívia Cordeiro ao quadro de entrevistas de Glauber Rocha dentro do Programa Abertura, tão inspirador para produtoras como TV Tudo, Olhar Eletrônico e TV Viva; da atuação anárquica de Geraldo Anhaia de Mello na rádio e na TV aos semanários de Lenora de Barros e Luiz Baravelli; dos fakes de Yuri Firmeza como “artista invasor” à invasão real da militância de coletivos como Frente 3 de fevereiro e Contrafilé na cobertura esportiva e de vida urbana.

Longe de esgotar um mapeamento completo desses casos nas diferentes regiões do país, Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira tenta estabelecer casos paradigmáticos e articular suas leituras a dados de contextos que extrapolam os limites entre arte, imprensa e sociedade. A publicação contém um levantamento documental e cinco ensaios inéditos, baseados em recortes de tempo que as intervenções e suas estratégias em comum sugerem.

Ao todo, Arte-veículo conta com trabalhos de: 3nós3, Adbusters Media Foundation, A revolução não será televisionada, Analívia Cordeiro, Antonio Manuel, Amilcar de Castro, Caetano Veloso, Centro de Mídia Independente e Videohackers, Cildo Meireles, Contrafilé, Daniel Santiago, Di, Ducha, Eder Santos, Eduardo Coutinho, Eduardo Kac, Fernando Barbosa Lima, Flávio de Carvalho, Frederico Morais, Frente 3 de fevereiro, Geraldo Anhaia de Melo, Glauber Rocha, Jac Leirner, Jaguar, Jomard Muniz de Britto, Lenora de Barros, Luiz Paulo Baravelli, Marcello Nitsche, Márcia X, Mário Ramiro, MICO, Nelson Leirner, Olhar Eletrônico, Paulo Bruscky, Reynaldo Jardim, Ricardo Basbaum, Rubens Gerchman, Sandra Kogut, Tadeu Jungle, TVDO, TV Viva, Yuri Firmeza e Waltercio Caldas.

Ana Maria Maia é pesquisadora, professora e curadora de arte contemporânea. Faz doutorado em Teoria e Crítica de Arte na ECA-USP. Foi curadora adjunta do 33º Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2012-2013) e curadora do Rumos Artes Visuais, do Itaú Cultural (2011-2012). Entre janeiro e maio de 2016, desenvolve residência curatorial no Paço das Artes. Organizou os livros Série Encontros - Flávio de Carvalho (Azougue, 2015) e Sobre artistas como intelectuais públicos (Casa Tomada e Prólogo Editora, 2012).

SOBRE OS PARTICIPANTES DA CONVERSA

Daniel Lima é bacharel em Artes Plásticas pela Escola de Comunicação e Artes da USP e mestre pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC/SP. Desde 2001, cria intervenções e interferências no espaço urbano. Próximo de trabalhos coletivos, desenvolve pesquisas relacionadas a mídia, questões raciais e processos educacionais. Dirige a produtora e editora Invisíveis Produções.

Mario Ramiro é artista multimídia, ex-integrante do grupo de intervenções urbanas 3NÓS3, que também realizou proposições nos jornais. Sua produção reúne intervenções urbanas, redes telecomunicativas, esculturas, instalações, fotografia e arte sonora. É mestre em Fotografia e Novas Mídias pela Escola Superior de Arte e Mídia de Colônia, na Alemanha, e doutor em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo, onde trabalha como professor da Escola de Comunicações e Artes.

Posted by Patricia Canetti at 3:27 PM