|
abril 29, 2016
Pierre Verger inaugura Galeria Marcelo Guarnieri no Rio de Janeiro
Em parceria com a Fundação Pierre Verger de Salvador (BA), a Galeria Marcelo Guarnieri apresenta a exposição Pierre Verger na inauguração de seu espaço expositivo na cidade do Rio de Janeiro. A partir do dia 30 de abril (sábado), o local que será inaugurado em Ipanema exibirá obras produzidas durante toda a trajetória do fotógrafo e etnografista franco-brasileiro. Grande parte do trabalho que ele desenvolveu era dedicado à pesquisa e aos registros ligados às religiões de matriz africana.
Verger começou a fotografar e viajar pelo mundo em 1932, aos 30 anos de idade. Durante os 14 primeiros anos de sua carreira como fotógrafo, suas imagens foram publicadas nas mais importantes revistas francesas e internacionais da época. Em 1946, quando chegou à Bahia, converteu-se ao Candomblé, tornou-se o babalaô Pierre “Fatumbi” Verger e, embora levasse um estilo de vida nômade, Salvador passou a ser sua residência fixa. Hoje, a casa onde vivia abriga fundação homônima dedicada à sua obra, às pesquisas e ao intercâmbio cultural entre Brasil e África.
Em 2015, a galeria promoveu duas mostras de Verger em suas unidades de São Paulo e Ribeirão Preto. Para a mostra do Rio, a galeria apresentará um novo recorte dividido em 3 blocos. Um deles é dedicado apenas aos registros com foco em apetrechos musicais clicados em países da América Latina e África - essas imagens foram exibidas no MAM-Bahia em 1992 e mostram tambores, instrumentos de sopro e cordas usados em rituais e celebrações.
O outro conjunto apresenta uma série de imagens selecionadas pelos editores da Revue Noire - Jean Loup Pivin e Pascal Martin Saint Léon - e pelo próprio fotógrafo, a partir de 300 negativos que foram expostos ou transformados em cópias de altíssima qualidade e, posteriormente, nos fotolitos do livro Le Messager. Apresentada no ano de 1993, pela Revue Noire, no Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie, na França e na Suiça, Pierre Verger, - O Mensageiro destacou a importância da arte e da cultura africana para o ocidente, com mostras que colocaram, novamente, o público europeu em contato com o trabalho do fotógrafo. Verger esteve presente na abertura desta exposição em Paris, e a Revue Noire conseguiu que ele assinasse uma certa quantidade de cópias. Não era uma prática comum na trajetória de Verger, que privilegiava os negativos, por representarem as suas memórias.
Por fim, o último bloco da exposição carioca apresenta um grupo vintage de fotos raras ampliadas pelo próprio Verger em diferentes períodos de sua carreira - a partir dos anos 30. Entre elas, se destaca uma vista panorâmica de Pequim, cenas urbanas de Nova York, Mali e França. Importante ressaltar que essas imagens reunidas pela galeria foram ampliadas manualmente em sais de prata e apresentam a assinatura de Verger ou o carimbo de identificação.
SOBRE A GALERIA MARCELO GUARNIERI
Reconhecido nome da arte moderna e contemporânea em Ribeirão Preto (SP), o galerista Marcelo Guarnieri pertence à geração dos anos 1980 que levou para a cidade no interior de São Paulo exposições e mostras de nomes como Iberê Camargo, Siron Franco, Carmela Gross, João Rossi, Lívio Abramo, Amilcar de Castro, Tomie Ohtake, Volpi, entre outros. Dominada até então pelos artistas locais, em um trabalho de vendas informal, Guarnieri, ao lado de João Ferraz (hoje IFF) e colecionadores de artes, cultivou um espaço que hoje pode ser considerado o resultado de um trabalho de consolidação profissional de imagem e de um olhar estético técnico e apurado.
Por um período de dois anos, Marcelo foi diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto - o MARP – em sua fase inicial. No ano de 2006 nascia a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri com o desejo de criar um espaço fora do eixo Rio-SP, que dialogasse com nomes das artes moderna e contemporânea. Em oito anos, além das exposições mencionadas acima, a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraíram apreciadores da arte para o endereço. Resultado da experiência e da percepção de Guarnieri e de sua equipe: notaram que, além da apresentação de nomes significativos do último período de produção artística, era necessário fortalecer, cultivar e estimular no público o entendimento da obra, do artista e do seu tempo de produção por meio de visitas e atividades educacionais.
“Penso que criar essa nova mentalidade ainda é um processo em construção, porém, bem melhor que nos primeiros tempos. Hoje temos facilidades conquistadas com a Internet. Acabamos trabalhando, também, com clientes de SP e do Rio”, diz Marcelo Guarnieri. Além das sedes em São Paulo e Ribeirão Preto, Guarnieri desembarca com um novo espaço expositivo no Rio de Janeiro, onde trabalhará arte moderna e contemporânea num diálogo constante, com o mesmo cuidado, qualidade e atenção de suas unidades paulistas.
A galeria carioca representará novos e já consagrados artistas: Gabriela Machado, Luiz Paulo Baravelli, Masao Yamamoto, Mario Cravo Neto.