|
abril 4, 2016
Dario Escobar na Triângulo, São Paulo
A exposição individual de Darío Escobar (Cidade da Guatemala, 1971) a ser realizada na Casa Triângulo, em São Paulo, se intitula Composições. Esta é a primeira exposição do artista na galeria e a segunda individual dele na cidade.
A pesquisa artística de Darío Escobar se desenvolve a partir de atos escultóricos e instalativos dados a partir da apropriação de objetos industriais. No decorrer de sua trajetória de mais de quinze anos, o artista já trabalhou em diálogo com tradições visuais tão diversas como o “barroco guatemalteco”, carcaças de carros acidentados e objetos vistos como símbolos do consumismo. Sua operação como artista se dá a partir da seleção dessas peças e reconfiguração das mesmas a partir de ações como a justaposição e repetição, fragmentação e corte de materiais e uma reflexão sobre como instalá-los dentro do espaço expositivo.
Em “Composições”, dando prosseguimento a essa investigação, o artista apresenta trabalhos inéditos no Brasil que propõe distintas possibilidades compositivas a partir da apropriação e aproximação de elementos díspares. Nas séries “Construção geométrica” e “Construção modular”, Escobar recodifica a tradição de se pintar as traseiras de caminhões na Guatemala, e cria novos padrões que convidam o espectador a abri-las e fruir suas distintas configurações. A pesquisa formal a partir da bidimensionalidade também é perceptível nas suas “Composições de óleo de motor”, onde, também se utilizando de um material não-convencional, o artista explora as possibilidades do papel e do desenho.
Quanto à tridimensionalidade, na série “Natureza-morta”, o artista explora formas de apresentar objetos advindos da indústria do esporte, como as bolas de basquete, ainda assépticos e distante do seu uso pelo corpo humano. Já em “Equilíbrio”, há uma tensão tanto do material, quanto dos elementos citados pelo artista: de um lado, as placas de metal remetem às esculturas minimalistas de Carl Andre, do outro, sustentando o seu peso, o vidro se faz presente a partir dos famosos copos americanos comercializados em São Paulo desde 1940 e já alçados a símbolos do design brasileiro.
Além desse trabalhos, em diálogo com este pensamento escultórico que compõem a partir da geometria inerente aos objetos banais, serão apresentados trabalhos novos que serão desenvolvidos a partir do encontro entre Darío Escobar e as mercadorias dos mercados populares de São Paulo. Essas composições visam, portanto, estabelecer outras conversas diretas com a cultura visual do Brasil, do mesmo modo que o artista responde diariamente aos objetos industriais utilizados na Guatemala.