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março 30, 2016

Cao Guimarães na Nara Roesler, New York

Temos o prazer de apresentar a primeira exposição individual de Cao Guimarães em Nova York, no espaço recém-inaugurado pela Galeria Nara Roesler na cidade.

A exposição terá curadoria de Moacir dos Anjos, editor da primeira monografia sobre Guimarães, Cao (publicada pela APC em parceria com a Cosac Naify em novembro de 2015) e curador da retrospectiva do artista realizada no Itau Cultural em 2014.

A exposição no novo espaço da galeria será composta por 8 filmes raramente exibidos de Guimarães, com ênfase num conjunto de trabalhos sobre crianças e idosos. As 8 obras foram filmadas em materiais e formatos diversos. Nesses trabalhos, o artista afirma que a idade adulta não existe e que é só um período cheio de memórias do que passou e expectativas acerca do que está por vir. Ao contrário da idade adulta, a infância e a velhice estão livres da obsessão com a passagem cronológica do tempo. Guimarães opta por capturar esses dois períodos da vida das pessoas nesta seleção de filmes. Criados em diferentes períodos, todos esses filmes apresentam narrativas incompletas, não concluídas, e deixam a cargo o espectador imaginar os possíveis desdobramentos com base em suas próprias histórias de vida únicas.
Filmes como Da janela do meu quarto (2004) e Peiote (2007) retratam a infância como o tempo em que se ignoram as normas e os limites que regem os corpos no mundo adulto. Situações de desregramento de condutas e de incerteza de procedimentos que sugerem a infância como um período de vida em que todos os futuros são possíveis. Por outro lado, em filmes como Reza (2016) e Lero lero (2016), o foco do artista se dirige para aqueles que já atravessaram muitas décadas de vida. Para aqueles que certamente abandonaram alguns dos planos que tiveram um dia, e que lançam sua atenção para cada momento de vida que ainda desfrutam.

Paralelamente à exposição, a Galeria Nara Roesler e o Cinema Tropical lançarão um livro e exibirão o mais recente longa-metragem do artista, O Homem das Multidões (2013, 95´00´´), além de apresentar diversos curtas de sua autoria.

Considerado um dos mais produtivos artistas contemporâneos brasileiros, Cao Guimarães trabalha na interseção entre o cinema e as artes visuais. O artista produz filmes desde o final da década de 80 e seu trabalho está representado nas coleções de instituições respeitadas, como Tate Modern (Reino Unido), MoMA e Guggenheim Museum (EUA), Fondation Cartier (França), Colección Jumex (México), Inhotim (Brasil), Museo Thyssen-Bornemisza (Espanha) e outras. Guimarães participou de exposições importantes, como a XXV e a XXVII Bienais de São Paulo, no Brasil; Bienal Insite de 2005, no México; Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, nos EUA; Tropicália: The 60s in Brazil, na Áustria; Programa de Filmes da 11ª Bienal de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos; e Ver é Uma Fábula, no Brasil, uma retrospectiva abrangente, apresentando a maior parte das obras do artista, realizada no Itaú Cultural, no Brasil.

Guimarães é autor de 9 longas-metragens: O Homem das Multidões (2013), Otto (2012), Elvira Lorelay Alma de Dragón (2012), Ex It (2010), Andarilho (2007), Acidente (2006), A Alma do Osso (2004), Rua de Mão Dupla (2002) e O Fim do Sem Fim (2001).

Cao Guimarães foi convidado a exibir seus filmes em importantes festivais internacionais de cinema, entre eles Cannes, Locarno, Sundance, Veneza, Roterdã e Berlim. Em 2011, o MoMA sediou uma retrospectiva de seus filmes e em 2014, o BAFICI, em Buenos Aires, e a Cinemateca do México também realizaram retrospectivas de seu trabalho. Cao Guimarães nasceu em 1965 em Belo Horizonte, onde vive e trabalha, e é representado pela Galeria Nara Roesler desde 2002.

Moacir dos Anjos é pesquisador sênior e curador da Fundação Joaquim Nabuco e ex-diretor do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM), no Recife (2001-2006). Moacir foi pesquisador visitante no centro de pesquisas TrAIN, na University of the Arts, em Londres (2008-2009), e foi curador do Pavilhão Brasileiro na 54ª Bienal de Veneza (2011), da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e das exposições coletivas Cães sem Plumas (2014, MAMAM) e A queda do Céu (2015, Paço das Artes, São Paulo). Publicou os livros Local/Global: arte em trânsito (2005), ArteBra Crítica (2010) e Política da Arte (2014), entre outros. Foi editor convidado dos livros Pertença. Caderno_SESC_Videobrasil 8 (SESC/Videobrasil, 2012).

A Cinema Tropical é uma organização sem fins lucrativos sediada em Nova York e dedicada a exibir, promover e distribuir obras do Cinema Latino-Americano nos Estados Unidos.

A Cinema Tropical utiliza plataformas híbridas, atuando com organizações de mídia, instituições culturais, consulados, distribuidoras, cineastas e festivais, criando oportunidades e buscando sinergias para maximizar a exposição do Cinema Latino-Americano nos EUA durante todo o ano. A Cinema Tropical já colaborou com as programações de instituições como MoMA, Film at Lincoln Center, MoMI, Carnegie Hall, BAM, Museum of Fine Arts Boston, Guggenheim, TriBeCa Film Festival, IFC Theaters e Film Forum, e lançou produções em salas de cinema e outros locais, incluindo Film Forum, 92YTribeca, IFC e MoMA, além de trabalhar com companhias de distribuição norte-americanas de pequeno e grande porte como Weinstein, Focus, Sony , IFC, Oscilloscope, Kino Lorber e Cinema Guild.

Posted by Patricia Canetti at 12:49 PM