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fevereiro 10, 2016

Prêmio CCBB Contemporâneo: Ricardo Villa no CCBB, Rio de Janeiro

O Prêmio CCBB Contemporâneo apresenta mais um contemplado da série de 10 exposições individuais, iniciada em junho de 2015. Agora é a vez do paulistano Ricardo Villa, que reúne obras em diferentes suportes – desenho, colagem, escultura, modelagem 3D, vídeo e uma instalação –, na mostra intitulada Como atravessar paredes.

Nessa individual, Villa articula questões relacionadas à ocupação do espaço público:

– Busco o entendimento das dinâmicas políticas e econômicas que radicam os conflitos urbanos, especialmente no que se refere à noção de público e privado, as relações entre planejamento urbano e operações imobiliárias, a ideologia presente nos projetos arquitetônicos e sobre (talvez) alguma possibilidade de atuação, situa o artista.

Ele começou a trabalhar com graffiti e outras formas de intervenção em superfícies públicas. Com a fotografia, desenvolve trabalhos nos lugares-resíduo da cidade, construções degradadas, abandonadas ou em preparação, estabelecendo um jogo associativo entre a ação executada e o espaço (des)ocupado.

“Hoje, o tema de sua pesquisa é a cidade e suas problemáticas humanas, econômicas, ambientais, […] que pouco lembram o caos do picho”, observa Daniela Labra, que faz acompanhamento crítico da produção do artista e é autora do texto de apresentação dessa mostra.

A exposição

A instalação “Cada lugar é, a sua maneira, o mundo”, composta por quatro árvores (ficus), com quatro metros de altura, e gradil de metal, ocupa o centro da sala de exposição. O título dessa obra é uma citação do geógrafo Milton Santos [1926-2001]. “Dividir para governar” é um conjunto de 49 desenhos a nanquim, de 30 x 42cm cada um, com a imagem de uma cerca violada. Como exemplos de esculturas, Villa apresenta uma feita de resíduos de demolição, lapidados em forma de diamante, e um conjunto de martelo e pregos amassados, de porcelana escura, sob o título “Amor por princípio, ordem por base, progresso por fim”. Vídeos da série “Modelo fractal” mostram animações hipnóticas, como em um caleidoscópio de imagens humanas, animais e de veículos, entre outras obras.

Ricardo Villa [São Paulo, SP, 1982] é bacharel em Arte e Cultura Fotográfica pelo Centro Universitário Senac. Ele começou a expor em coletivas e salões em 2003. Sua primeira individual foi em 2007. Participou de coletivas no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte, Uberlândia, Juazeiro do Norete,Fortaleza, Belém do Pará e Phoenix, Arizona, EUA. Em 2011, mostrou seu trabalho na SP Arte, SP Foto e ArtRio. Ele ganhou menção honrosa no Salão de Artes Visuais da Praia Grande 2014, SP, Prêmio ArtRef Junho 2013, destaque no siteda Fundação Iberê Camargo como resultado do programa de residência “Bolsa Iberê Camargo” em 2013 e o 1º Prêmio do Programa de Exposições da Galeria do Instituto Porto Pensarte, São Paulo, SP, em 2007. Villa tem obras nas coleções do Museu de Arte do Rio|MAR, Palácio das Artes, Praia Grande, SP e da Nike S.A.

Prêmio CCBB Contemporâneo 2015-2016

O Prêmio CCBB Contemporâneo foi criado em 2014, quando, pela primeira vez, o Banco do Brasil incluiu no edital do Centro Cultural Banco do Brasil um láurea para as artes visuais. Patrocinado pela BB Seguridade, o Prêmio contemplou, nessa primeira edição, 10 projetos de exposição, selecionados entre 1.823 inscritos de todo o país, para ocupar a Sala A do CCBB Rio de Janeiro.

O Prêmio é um desdobramento do projeto Sala A Contemporânea, que surgiu de um desejo da instituição em sedimentar a sala como um espaço para a arte contemporânea brasileira. Idealizado pelo CCBB, em parceria com o produtor Mauro Saraiva, o projeto Sala A Contemporânea realizou 15 individuais de artistas ascendentes de várias regiões do país entre 2010 e 2013.

A série de dez individuais inéditas começou com o grupo Chelpa Ferro [Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler], seguido das mostras de Fernando Limberger [RS-SP], Vicente de Mello [SP-RJ], Jaime Lauriano [SP] eCarla Chaim [SP]. Depois da de Ricardo Villa, vêm as de Flávia Bertinato [MG-SP], Alan Borges [MG], Ana Hupe [RJ] e Floriano Romano [RJ], até julho de 2016.

Entre 2010 e 2013, o projeto que precedeu o Prêmio, realizou na Sala A Contemporânea exposições de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marilá Dardot, José Rufino, do coletivo Opavivará, Gisela Motta&Leandro Lima, Fernando Lindote, da dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel, Cinthia Marcelle, e a coletiva, sob curadoria de Clarissa Diniz.

Posted by Patricia Canetti at 7:20 PM