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janeiro 31, 2016
Mai-Britti Wolthers + Suzana Queiroga na Matias Brotas, Vitória
Com curadoria do renomado crítico de arte Marcus Lontra, a mostra ‘Blue: a Terra é azul’, com as artistas Suzana Queiroga e Mai-Britti Wolthers, abre ao público no dia 19 de novembro
Duas exposições individuais unidas em Blue: a Terra é azul. Esse é nome da última exposição de 2015 da galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, um duo com as com as artistas Suzana Queiroga e Mai-Britt Wolthers. A mostra abre ao público no dia 19 de novembro, a partir das 19h30, com curadoria do renomado crítico de arte carioca Marcus Lontra. Na ocasião, também será lançado o catálogo com imagens das obras fotografadas no espaço e texto de Marcus Lontra, que estará presente na vernissage, junto com as artistas.
Obras inéditas das artistas dentro de um mesmo espaço as fazem complementares. Ambas tratam em suas pinturas, escultura e até em vídeo, da natureza, da paisagem, porém de maneiras distintas, mas tendo o azul como ponto de destaque seja na cor da pincelada ou no sentido subjetivo do planeta terra azul e seus fenômenos naturais, suas observações, seu cotidiano.
Segundo o curador Marcus Lontra, através da mostra é possível ver uma variedade dos caminhos que a paisagem ainda hoje alimenta para a ação artística e permite ver uma ponte entre a tradição e o novo. “Nas paisagens de Mai-Britt há uma inerente tensão entre a forma e a matéria, entre o estado líquido e sólido da matéria, entre o efêmero e o permanente. Por isso a sua pintura é estranhamente bela e faz com que as nossas retinas passeiem por um território de belezas densas e misteriosas. Já o impressionismo é o destaque nas obras de Suzana. Há em cada tela um ver "através" da densidade da matéria. A superfície plana, o terreno da bidimensionalidade, cede aos encantos do tempo, do ar que filtra e transforma a realidade. As intensas superfícies cromáticas dos objetos infláveis da artista se fazem presente na sua pintura inteligente e sensível, que valoriza a instabilidade como estratégia de ação da artista e estabelece uma equação sensível entre o tempo e o espaço, entre a forma e a cor, entre o mistério e o real”, explica.
Ao falar de sua obra, Suzana explica que apesar de, em sua maioria, abstrata e geométrica, suas criações retratam um fenômeno invisível aos olhos, sob o horizonte. “É a mudança de estado da água, a evaporação, sublimação, ondas de calor. Essa paisagem presente, o ar quente e o ar frio, esse fenômeno que está diante dos nossos olhos sempre”, conta.
“Uma soma da minha experiência, da minha paixão pela natureza, pela paisagem”, diz Mai-Britt a falar um pouco de suas obras da exposição. Em sua maioria há a cor azul, mas menos ou mais em destaque, a artista diz que isso não interfere na sua importância na obra. “As cores e formas das minhas obras tem uma relação muito forte comigo. Tenho que estar envolvida. Tem emoção e tem razão. Entre camadas, erros e acertos, assim que a obra se torna rica. Essas obras em especial, são sem dúvidas, uma soma da minha observação da vida, da natureza, da paisagem de décadas, anos ou dias. Elas se unem para dar forma ao meu trabalho”, conta.
Sobre as artistas
A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas e modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros. Também participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais, além de diversas individuais.
Já a artista Mai-Britti Wolthers é nascida e criada na Dinamarca, mas mudou para o Rio de Janeiro em 1986. A partir da década de 90, transfere seu ateliê para a Mata Atlântica e expande sua pesquisa sobre as florestas Brasileiras, viajando para a Amazônia e o Pantanal. Sua paixão pelas exuberantes florestas geraram trabalhos que fazem uma interface entre o figurativo e abstrato, através de formas e cores capturadas em loco, que intuitivamente adota, sem perder a memória da sua origem. A artista pesquisa também possibilidades de desdobramento do seu trabalho para o tridimensional e interferências em paisagens naturais. Ela já realizou 13 exposições individuais e foi selecionada para várias exposições coletivas. Possui trabalhos em diversos acervos institucionais como Prefeitura Municipal de Gribskov, na Dinamarca, no Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea, Campo Grande – Instituto Figueiredo Ferraz, São Paulo e CCSP (Centro Cultural São Paulo), São Paulo.