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janeiro 15, 2016

projeto SITU: Ricardo Alcaide na Leme, São Paulo

SITU #3 | Ricardo Alcaide

[Scroll down for english]

A Galeria Leme apresenta o terceiro site-specific comissionado para o projeto SITU, curado por Bruno de Almeida, dando continuidade a uma pesquisa mais ampla sobre formas de pensar e discutir a produção do espaço (urbano) através de um diálogo entre arte, arquitetura e cidade.

SITU convida o artista Venezuelano Ricardo Alcaide a conceber uma obra que resulte de uma reflexão sobre o contexto urbano entendido como ampla matriz físico-social, e que se relacione simultaneamente com o exterior do edifício da galeria e com o espaço público contíguo.

Ricardo Alcaide projeta um grande volume geométrico negro que ocupa quase a totalidade do pátio externo da galeria. A face que se apresenta para o transeunte se desenvolve em rampa desde o chão, mais próximo à calçada, se elevando até ao topo da parede ao fundo do pátio e chegando a seis metros de altura. O volume disseca diagonalmente as fachadas da galeria, anulando o espaço externo e bloqueando quase inteiramente as duas entradas para o edifício. Para a construção deste elemento monumental o artista usa uma madeira vulgarmente utilizada na construção civil como estrutura para moldes de concreto in loco, o mesmo processo de construção das paredes da galeria.

Devido à obstrução do acesso habitual ao edifício, Alcaide desloca a entrada para a fachada oposta, utilizando uma porta que se encontra habitualmente fechada. Este novo acesso faz referência à entrada original do primeiro projeto da galeria, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, construída em 2004 e depois demolida em 2011 para dar lugar à sua réplica, a estrutura que existe hoje. Com a realocação e a reorientação do edifício, o projeto inicial foi readaptado e consequentemente a inversão da entrada foi incorporada.

Através da ocupação e quase inutilização de um espaço (semi)público e da consequente adaptação do percurso de entrada, Ricardo Alcaide induz a um reexame da relação física do visitante com o edifício e subverte o funcionamento normal da instituição. Criando uma circunstância espacial que se localiza no limiar entre conflito e uma espécie de institucionalização da provisoriedade, o artista tira partido da fricção entre rigidez e improviso institucional que está frequentemente presente na nossa experiência da cidade, se materializando comumente no encontro entre a arquitetura “oficial" e as construções improvisadas que cumulativamente se acoplam a esta e são resultados de pactos territoriais paralelos à própria ordem jurídico-normativa oficial.

Ricardo Alcaide, Caracas, 1967. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Exposições individuais incluem: Not Much Further, Arroniz Arte Contemporaneo, México; Forma critica, Cristinger De Mayo Gallery, Zurique (2015); Settlements, Baró Galeria, São Paulo (2014); Una forma de desorden invasivo, Galería Lucia de la Puente, Lima (2013), entre outras. Exposições coletivas incluem: Bienal Tridimensional Internacional do Rio TRIO, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Monochrome Undone, SPACE, Sayago & Pardon Collection, Irvine (2015); The Language Of Human Consciousness, Athr gallery, Jeddah. Saudi Arabia (2014); Visão Do Paraíso: Pensamento Selvagem (curadoria de Julieta Gonzalez e Pablo Leon de la Barra), Rio de Janeiro (2013), entre outras.

Bruno de Almeida, 1987, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Graduado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Portugal. Mestre em Arquitetura pela Accademia di Architettura di Mendrisio, Suíça. Trabalhou como arquiteto em Londres, Reino Unido e também como assistente curatorial no Instituto de Investigação Independente da Fondazione Archivio del Moderno, Suíça.


SITU #3 | Ricardo Alcaide

Galeria Leme presents the third site-specific commissioned for SITU, curated by Bruno de Almeida, giving continuity to a broader research on ways of thinking and discussing the production of (urban) space through a dialogue between art, architecture and city.

SITU invites Venezuelan artist Ricardo Alcaide to devise a work that results from a reflection on the urban context understood as a broad physical-social matrix, and that simultaneously relates to the exterior of the gallery’s building and to the adjacent public space

Ricardo Alcaide designs a large black geometric volume that occupies almost the entire outdoor patio of the gallery. The face that presents itself to the passersby develops in ramp from the ground, closer to the sidewalk, rising up to six meters until the top of the wall at the back of the courtyard. The volume diagonally dissects the gallery facades, nullifying the external space and almost entirely blocking the two entrances to the building. For the construction of this monumental element the artist uses a wood that is commonly used in construction as a framework for molds of in situ concrete, the same construction process of the gallery’s walls.

Due to the obstruction of the normal access into the building, Alcaide displaces the entry to the opposite facade, using a door which is customarily closed. This new access refers to the original entry of the gallery’s first project, from architect Paulo Mendes da Rocha, built in 2004 and then demolished in 2011 to make way for its replica, the structure that exists today. With the relocation and reorientation of the building the initial project was readapted and consequently the reversal of the entrance was incorporated.

Through the occupation and almost obliteration of a (semi)public space and the subsequent adaptation of the entrance route, Ricardo Alcaide induces a reexamination of the visitor's physical relationship with the building and subverts the normal functioning of the institution. Creating a spatial condition that is located on the threshold of conflict and an “institutionalization” of provisionality, the artist takes advantage of the friction between rigidity and institutional improvisation that is often present in our experience of the city, commonly materializing itself in the clash between the “official” architecture and the makeshift constructions that are cumulatively coupled to it, being the result of territorial pacts that are parallel to the official legal-normative order.

Ricardo Alcaide, Caracas, 1967. Lives and works in São Paulo, Brasil. Solo shows include: Not Much Further, Arroniz Arte Contemporaneo, Mexico; Forma critica, Cristinger De Mayo Gallery, Zurich (2015); Settlements, Baró Galeria, São Paulo (2014); Una forma de desorden invasivo, Galería Lucia de la Puente, Lima (2013), among others. Group shows include: Bienal Tridimensional Internacional do Rio TRIO, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Monochrome Undone, SPACE, Sayago & Pardon Collection, Irvine (2015); The Language Of Human Consciousness, Athr gallery, Jeddah. Saudi Arabia (2014); Visão Do Paraíso: Pensamento Selvagem (curated by Julieta Gonzalez and Pablo Leon de la Barra), Rio de Janeiro (2013), among others. His works are part of collections such as: Sayago & Pardon, Los Angeles, EUA; Zabludowicz Collection, Londres; Colección Fundación Cisneros, Caracas; Pinacoteca do Estado, São Paulo; MAR, Rio de Janeiro; Museo de Arte Contemporáneo de Caracas, among others.

Bruno de Almeida, 1987, Brazil. Lives and works in São Paulo, Brazil. Graduated from the Faculty of Architecture, University of Oporto, Portugal, and holds a masters degree in Architecture from the Accademia di Architettura di Mendrisio, Switzerland. Worked as an architect in London, and as a curatorial assistant at the Independent Research Institute, Fondazione Archivio del Moderno, Switzerland.

Posted by Patricia Canetti at 12:50 PM