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dezembro 15, 2015
Manifesto na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
No próximo dia 15 de dezembro de 2015, a galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, abrirá sua última exposição do ano, Manifesto, onde reúne trinta e cinco artistas com aproximadamente cinquenta obras de diferentes mídias e formatos. A mostra ficará em cartaz até o dia 05 de fevereiro de 2016.
Depois de Luisa Duarte curando a exposição de 2013, e Daniela Name a de 2014, decidi seguir esse ano fazendo a seleção de artistas e obras eu mesma, juntando artistas da galeria com nomes que encontrei mundo afora. 2015 foi um ano difícil, com muitos problemas políticos, econômicos e ambientais – sobretudo no nosso país. Por isso, decidi concluí-lo com uma mostra coletiva, como nos antecedentes, em nota positiva para contrapor acontecimentos recentes de maneira que melhor entendemos: manifestando a arte.
Neste ano participei em duas feiras no Brasil, Sp-Arte e ArtRio, e duas no exterior, a Art15 em Londres, e a Pinta em Miami. Elas me proporcionaram bastante prazer pois pude expandir meus horizontes, expondo para um público internacional composto de colecionadores, instituições, galeristas e artistas. E por estas oportunidades, encontrei artistas que hoje participam da exposição MANIFESTO.
A proposta dessa exposição é juntar artistas do acervo da galeria, contrapondo com os novos, para expor tendências e linguagens de diversos tipos de manifestações artísticas contemporâneas. O curioso é reunir artistas tão distantes fisicamente, com propostas e pesquisas variadas, no mesmo ambiente, mantendo sempre a harmonia da mostra.
Dentre estes artistas estão Anna Oswaldo Cruz e Bel Pedrosa, que usam fotografia como suporte. Anna vive em Barcelona há 20 anos, e realizou projetos no Rio para a Biblioteca Nacional e a Fundação Oswaldo Cruz. Os trabalhos selecionados, porém, foram feitos no início de 2015, já produzidos em outra série. Bel Pedrosa, vive no Brasil depois de ter vivido em diversos países; por ela usa fotografia para ressaltar a geometria dentro do seu dia a dia, transmitindo uma tendência neoconcreta.
Alice Quaresma, representada pela galeria há 5 anos, também usa fotografias como suporte, mas cria intervenções em cima destas, modificando a imagem original. Sua estética assemelha-se ao trabalho de Steve Karlik, que ao reencontrá-lo recentemente após 20 anos, vi que suas formas de pinturas evoluíram através de fotografias impressas em formatos concretos e geométricos.
Além de JulioVillani, que faz intervenções geométricas em cima de documentos e materiais achados em mercados de pulga espalhados por Paris, onde vive, a mostra também incluirá obras de Marcos Brêtas. Esse artista que também reside na capital francesa, se inspira nos grandes pintores franceses do século XIX, produzindo pinturas com estilo mais conservador.
A artista norueguesa, Marte Bjørndal que conheci no Rio, através do amigo e artista José Damasceno, possui um traço forte e sofrido, que a diferencia dos trabalhos da nossa cultura. O mais jovem artista integrante, porém não menos importante, é Elvis Almeida cuja pintura possui uma linguagem expressiva e bem contemporânea, manifestada em pequenos formatos.
Não posso deixar de homenagear o querido e grande artista, Ivens Machado, destacado entre os melhores escultores brasileiros contemporâneos, falecido precocemente, este ano. Ao mencionar apenas alguns dos artistas, convido o visitante a criar suas próprias conexões, e incluir seu próprio entendimento sobre cada obra de arte. Manifestar os sentimentos mais profundos e mais variados através da arte, é um dom único que deve ser celebrado.