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novembro 28, 2015
Rodrigo Andrade no Ateliê 397, São Paulo
Praça da República, exposição de Rodrigo Andrade mostra nova série de pinturas
O artista Rodrigo Andrade apresenta, com apoio da Secretaria da Cultura de São Paulo, via ProaC, a exposição Praça da República. A mostra acontece no Ateliê397 e fica aberta ao público do dia 28 de novembro de 2015 ao dia 22 de janeiro de 2016 (permanecendo fechada de 19 de dezembro a 10 de janeiro).
Na exposição, Andrade exibe uma nova série, com cerca de 30 pinturas,que se dirige a temas recorrentes da arte popular: o palhaço, o preto-velho,Iemanjá, além de paisagens como “Onda quebrando ao luar”, “Pôr do sol no Pantanal” e “Incêndio na Floresta”. O artista apresenta também pinturas feitas a partir de imagens retiradas da internet: coreografias, programas de TV, artistas famosos, carros de corrida, entre outros. O título Praça da República faz referência a um circuito artístico que não passa pelas galerias e museus,no qual se encontram trabalhos feitos por amadores e consumidos por um público menos ligado às questões da arte contemporânea.
As novas pinturas de Andrade, porém, não mantém com seus referentes uma relação de mera cópia, ou paródia. Já num primeiro contato, percebe-se o ruído que criam. A rápida decodificação de seus temas banais entra em choque com a maneira elaborada por meio da qual são construídas. Segundo a curadora da mostra, Thais Rivitti: “As pinturas de Praça da República abordam não apenas os motivos populares, mas também os modos corriqueiros de se fazer pintura. Assim, os recursos e efeitos pictóricos recorrentes em quadros ditos populares também são tematizados nas telas de Andrade”. E ela continua: “É difícil não achar graça, por exemplo, da forma com que a peruca do palhaço é pintada por Rodrigo... Ela evoca um procedimento quase infantil, uma pintura feita com esponja, com vistas, supomos, a imitar a textura real da pelúcia. Mas, quando esse procedimento vai para suas telas,o que ele tem de truque,de convenção, fica completamente exposto, nos fazendo rir”.
De certa forma, a permeabilidade entre alta e baixa cultura sempre esteve presente nas pinturas de Rodrigo Andrade. Bastaria relembrar a importância dos quadrinhos e da cultura de massas nos primeiros trabalhos do artista, ainda na década de 1980. Mais recentemente, podemos ressaltar a exposição em que apresentou seu trabalho junto com o de Ranchinho, na Galeria Estação (2012), e seu trabalho Lanches Alvorada em que instalou seus quadros abstratos nas paredes de um boteco na Vila Buarque, em São Paulo (2001).